quarta-feira, 26 de maio de 2010

Código de conduta dos piratas

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Talvez você imagine que, por serem supostamente bandidos (não poucas vezes contratados e autorizados por seus soberanos), os piratas não tinham um código de conduta.

Bem, eles viviam durante meses dentro de navios e, claro, grupos grandes de homens semi-selvagens (como ainda somos) precisam de regras claras para manter um bom convívio.

Cada capitão e cada navio tinha o seu. O livro Os Piratas Mais Perversos da História, de Shelley Klein – que então leio -, cita a obra A General History of the Robberies and Murders of  the Most Notorious Pirates, de 1724. Nela aparece o exemplo do capitão Bartholomew roberts, que durante uma viagem baixou as seguintes regras:

1.Todo homem tem direito a voto nos assuntos do momento; tem igual direito a provisões frescas ou bebidas fortes, asseguradas a qualquer tempo, e de usá-las à vontade, a menos que a escassez torne necessário para o bem de todos votar por um racionamento.

2. Todo homem tem o direito de ser convocado, segundo a Lista, ao Conselho dos Prêmios, porque (sobre e acima da sua devida parte) nestas ocasiões tem direito a uma muda de roupa; mas, se lesar a Companhia no valor de um dólar, em prataria, jóias ou dinheiro, sua punição será o desterro.

[Este era o costume bárbaro de colocar o infrator numa praia, em algum cabo ou ilha desolado ou desabitado, com uma arma de fogo, alguma munição, uma garrafa de água e uma garrafa de pólvora, para com isso sobreviver ou morrer de fome. Se o objeto roubado fosse de um dos membros da tripulação, eles se contentariam em cortar as orelhas e o nariz do culpado e jogá-lo na praia - não em um lugar desabitado, mas em algum lugar onde certamente ele encontraria dificuldades]

3. Ninguém deve jogar cartas ou dados por dinheiro.

4. As luzes devem ser apagadas às oito horas da noite. Se algum membro da tripulação, após essa hora, ainda permanecer inclinado a beber, deverá fazê-lo no convés.
[Roberts acreditava que assim reprimiria o vício, pois ele próprio não bebia, mas por fim descobriu que todos os seus esforços eram inúteis]

5. Os tripulantes devem manter suas armas de fogo e alfanjes limpos e prontos para o serviço.

6. Não é permitida entre a tripulação a presença de nenhum menino ou mulher. Se algum homem for descoberto seduzindo alguma mulher e a levar para o mar, disfarçada, será punido com a morte.

7. Quem desertar o navio ou se recolher aos seus aposentos durante uma batalha será punido com a morte ou com o desterro.

8. Nenhum homem deve agredir outro a bordo, e toda disputa, quando as partes não chegarem a uma reconciliação, deve terminar num duelo na praia, com a espada e a pistola: o contramestre do navio os acompanhará até a praia com a assistência que julgar adequada, e colocará os querelantes costa com costa, e depois os fará dar alguns passos. À voz de comando, eles se voltarão e atirarão imediatamente. Se ambos errarem, recorrerão a seus alfanjes, e então será vitorioso aquele que arrancar do outro a primeira gota de sangue.

9. Nenhum homem pode falar em mudar seu modo de vida até juntar mil libras. Se, para conseguir essa quantia, perder um membro ou ficar inválido, ganhará oitocentos dólares do cofre comum, e menos que isso, proporcionalmente, no caso de ferimentos menores.

10. O capitão e o contramestre recebem duas partes do prêmio; o imediato, o mestre e o homem de armas, uma parte e meia; os outros oficiais, uma parte e um quarto.

11. Os músicos devem descansar no sábado, mas nos outros seis dias e noites descansam apenas se receberem autorização especial.

Sim. Pelo menos os músicos podiam descansar no sábado.

Se tudo der certo, sortearei um exemplar deste livro entre os leitores do blog.

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