quinta-feira, 4 de agosto de 2011

John Milton

 

John Milton, filho do banqueiro John Milton Senior e Sara Jeffrey, nasceu em 9 de dezembro de 1608 em Londres, Inglaterra. Recebeu sua educação formal na mesma cidade, no St Paul's School. Posteriormente, em 1625, matriculou-se no Christ's College, em Cambridge, ali permanecendo por sete anos até concluir os estudos e formar-se em Artes, no ano de 1632. Assim, contrariando o desejo paterno de que Milton seguisse a vida religiosa.

Milton, neste momento, com apenas 25 anos, já se revelava um homem de mente e espírito privilegiados, tendo se graduado com expressão em disciplinas como filosofia, teologia, história, política, ciências e literatura. Também já era um ávido escritor de poemas e sonetos em latim, italiano e, obviamente, inglês. Nesta época ele compõe a obra L'Allegro, uma ode à vida e hábitos no campo, e Il Penseroso, como um complemento do primeiro, sendo um louvor à contemplação e ao recolhimento. Ainda, dedica-se à redação da peça teatral intitulada Comus – Um disfarce, uma fábula mitológica na qual aborda o conflito entre o bem e o mal.

Passa alguns anos de sua juventude morando com seu pai em Buckinghamshire. Neste período, teve a oportunidade de dedicar-se intensamente aos estudos de matemática e de clássicos como Dante, Tasso e Petrarca.

No ano de 1638, após o falecimento da mãe, Milton viaja para a França, Suíça e Itália, tendo conhecido pessoalmente o físico e pensador italiano Galileu Galilei e se aproximado do movimento renascentista. No mesmo ano compõe a elegia Lycidas. A partir de 1641 tem início sua fase mais criativa e produtiva. Milton elabora, além de poemas, sonetos e peças teatrais, ensaios sobre política e religião.

Em junho de 1642, já atuando profissionalmente na área de ensino, casa-se com Mary Powell de apenas dezesseis anos de idade. Porém, cerca de um mês após o matrimônio, Mary parte em visita aos pais e não retorna. Fato que certamente influiu na produção literária de Milton nos anos seguintes, publicando ensaios nos quais defende com veemência a legalidade e os aspectos morais do divórcio.

Em 1641, afrontou a doutrina eclesiástica publicando Of Reformation Touching Church Discipline in England (Sobre a reforma da disciplina eclesiástica na Inglaterra). O contato com o professor tcheco Comenius e com o educador inglês Samuel Hartlib inspirou Milton a elaborar um tratado sobre educação em 1644. No mesmo ano, publicou Areopagitica, um discurso que defende a liberdade da imprensa e até hoje é considerado uma das obras mais bem construídas sobre o tema. Neste período, também participa ativamente da política inglesa e ocupa cargos elevados durante o período republicano.

Em 1645, Mary regressa e Milton aceita seu retorno. O casal teria quatro filhos: Anne, Mary, John e Deborah. No ano seguinte, Milton em boas condições econômicas abandona o ensino. Paralelamente, sofre com a perda de seu pai.

No ano de 1649 o poeta já apresenta sinais da perda gradativa da visão. Foi diretor do jornal Mercurius Politicus em 1651 e abertamente defendeu a revolução em detrimento da monarquia. Manifestou-se também em relação à matança de protestantes na Itália no episódio do Piemonte, através do soneto On the Late Massacre in Piedmont (Sobre o recente massacre em Piemonte).

Mary Powell falece em maio de 1652 devido à complicações no parto de Deborah. No mês seguinte, John de apenas 15 meses, também falece. Estas perdas abalaram sensivelmente Milton. Porém, neste momento, devido à saúde debilitada, não chegou a ser detido após a restauração da monarquia.

Em 1656 Milton casa-se com Katherine Woodcock. No final do ano seguinte, Katherine dá à luz a menina também de nome Katherine. Porém, em fevereiro a esposa Katherine falece. No mês seguinte, a filha Katherine também morre. Em 1658 dá início à produção literária de uma de suas obras mais relevantes: Paradise Lost (Paraíso Perdido). Em 1660, empobrecido, enfermo e contrário às condições políticas da Inglaterra, recolhe-se e dedica o tempo a compilar as próprias obras.

Em fevereiro de 1663, Milton casa-se novamente. Elizabeth Minshull, de apenas 25 anos, é sua terceira esposa. A esta altura, já completamente cego e passando por sérias dificuldades financeiras, dita o poema Paradise Lost que foi redigido em versos não rimados e aborda sob uma perspectiva cristã, a criação de Adão e Eva, o pecado original e a queda de Lúcifer.

Milton, vivendo imerso na pobreza, vende os direitos de publicação de Paradise Lost em 1667, sendo publicada no mesmo ano. Em 1671 publica a continuidade de Paradise Lost, a obra Paradise Regained (Paraíso Recuperado), que teria sido inspirada no Evangelho de Lucas e aborda o retorno de Cristo à Terra para resgatar o que Adão havia perdido. No mesmo ano é publicado Samson Agonistes. Em 1674, Paradise Lost é reorganizado em doze partes pelos editores e é publicado novamente.

Em 8 de novembro de 1674, pouco antes de completar 66 anos e ainda vivendo na companhia de Elizabeth Minshull, John Milton falece devido à diversas enfermidades.

Ao lado de Shakespeare, John Milton é uma das mais célebres e significativas personalidades da literatura inglesa. Sem dúvida, sua obra mais relevante é Paradise Lost que coloca Satã como personagem central e seria fonte de inspiração para os românticos que viriam. Mais do que a figura de autor classicista, um Milton pensador e contestador, politizado e corajoso ajudam a compor sua admirável biografia.

Por Spectrum

John Milton

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço a tua visita

Super Grana