tag:blogger.com,1999:blog-48607850763753378202024-03-05T10:37:05.296-03:00literathurandoDivulgação literariaAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.comBlogger99125tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-53540175673734332212012-10-26T14:19:00.001-02:002012-10-26T14:19:32.221-02:00100 livros essenciais da literatura brasileira<h3> </h3> <p><strong><em><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/100-livros-essenciais-398904.shtml">Educar para Crescer</a></em></strong></p> <h5>Dom Casmurro, Macunaíma, O Tempo e o Vento e outras obras fantásticas que você deve ler uma vez na vida</h5> <p>Texto <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/100-livros-essenciais-398904.shtml#">Helio Ponciano e Marcelo Pen</a></p> <p><em>Foto: Dreamstime</em></p> <p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPojeCHvXg6wHUoyJiOY_79DDshX36cBDkrUbih9Trvmpxq5fYfeQ7B76ZvlUpBIKzh_q7b0AmyiPaqkvL_Hhy_SFLM0tzLS6KWYhSVeXkhUXjhTOif9u-u9IkVsh8HzQ8gHUpSJK8YKY/s1600-h/100livros%25255B4%25255D.jpg"><img style="background-image: none; border-bottom: 0px; border-left: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: inline; border-top: 0px; border-right: 0px; padding-top: 0px" title="100livros" border="0" alt="100livros" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH-cO-Ahc5RGWgSutkGn_4Us_NLMFhxFGzHAUQDTPCVWdqKEx8agGqyF9LPgz0m9OgjNMPB_AGlfn2TULQxfwRUQqwPdq0rIxm25E_V-XzDnQfSTYKjiQ4ilOe14ROSQzniq8V6wEaAmU/?imgmax=800" width="521" height="305" /></a></p> <p><strong><em><font color="#c0504d">Os melhores livros do Brasil</font></em></strong></p> <p>Quais são os 100 livros fundamentais, essenciais, imperdíveis da literatura brasileira? </p> <p>Que romance, poesia, crônica ou conto você não pode deixar de ler na vida? <strong>Dom Casmurro</strong>, <strong>Brás Cubas</strong>, <strong>Macunaíma,</strong> <strong>Sargento de Milícias</strong>, <strong>Grande Sertão Veredas </strong>e outras grandes obras do Brasil. A revista <strong>Bravo</strong> selecionou os 100 melhores livros dos melhores autores do país. Aqueles clássicos que caem no vestibular com 100% de certeza. Um ranking dos livros mais importantes do Brasil. Veja a lista no final do texto ou siga as dicas de 17 educadoras que selecionaram os livros essenciais para ler dos 2 aos 18 anos e chegar a vida adulta com boas referências, no hotsite <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/livros/">Biblioteca Básica.</a></p> <p>Escritores costumam ser, até por ofício, bons frasistas. É com essa habilidade em manejar palavras, afinal, que constroem suas obras, e é em parte por causa dela que caem no esquecimento ou passam para a história. Uma dessas frases, famosa, é de um dos autores que figuram nesta edição, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Quase um século depois, a sentença é incômoda: o que fazer para fazer deste um Brasil melhor? No que lhe cabe, a literatura ainda não deu totalmente as suas respostas.</p> <p>Outro grande criador de frases, mais cínico na sua genialidade, é o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, outro autor representado nesta edição. Dizer que "toda unanimidade é burra" é muito mais que um dito espirituoso: significa mesmo uma postura em relação às coisas do mundo e do homem tão crucial quanto aquela do criador do Sítio do Picapau Amarelo.</p> <p>É evidente que o ranking das 100 obras obrigatórias da literatura brasileira feito nesta edição não encontrará unanimidade entre os leitores. Alguns discordarão da ordem, outros eliminariam títulos ou acrescentariam outros. E é bom que seja assim, é bom que haja o dissenso: ficamos longe da burrice dos cânones dos velhos compêndios e da tradição mumificada.</p> <p>Embora tenha sua inevitável dose de subjetividade, a seleção feita nesta edição, contudo, está longe de ser arbitrária. Os livros que, em seus gêneros (romance, poesia, crônica, dramaturgia) ajudaram a construir a identidade da literatura nacional não foram desprezados (na relação geral e na ordem). Nem foram deixados de lado aqueles destacados pelas várias correntes da crítica, muito menos os que a própria revista <strong>BRAVO!,</strong> na sua missão de divulgar o que de melhor tem sido produzido na cultura brasileira, julgou merecer.</p> <p>O resultado é um guia amplo, ao mesmo tempo informativo e útil. Para o leitor dos livros de ontem e hoje, do consagrado e do que pode apontar para o inovador. Não só para a literatura, mas também, como queria Lobato, para os homens e para o país que ainda temos de construir. A seguir, os 100 livros essenciais da literatura brasileira, listados em ordem alfabética de autor. Leia e divirta-se!</p> <p><strong>Adélia Prado: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/bagagem-402922.shtml">Bagagem </a> <br />Aluísio Azevedo: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/cortico-401493.shtml">O Cortiço</a> <br />Álvares de Azevedo: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/lira-vinte-anos-401393.shtml">Lira dos Vinte Anos</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/noite-na-taverna-402916.shtml">Noite na Taverna <br /></a> <br />Antonio Callado: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/quarup-403270.shtml">Quarup </a> <br />Antônio de Alcântara Machado: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/bras-bexiga-barra-funda-402137.shtml">Brás, Bexiga e Barra Funda <br /></a> <br />Ariano Suassuna: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/romance-pedra-reino-403230.shtml">Romance d'A Pedra do Reino</a> <br />Augusto de Campos: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/viva-vaia-403123.shtml">Viva Vaia <br /></a> <br />Augusto dos Anjos: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/eu-403289.shtml">Eu </a> <br />Autran Dourado: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/opera-mortos-403445.shtml">Ópera dos Mortos</a> <br />Basílio da Gama: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/o-uraguai-403339.shtml">O Uraguai</a> <br />Bernando Élis: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/o-tronco-403604.shtml">O Tronco</a> <br />Bernando Guimarães: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/escrava-isaura-401765.shtml">A Escrava Isaura</a> <br />Caio Fernando Abreu: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/morangos-mofados-402986.shtml">Morangos Mofados <br /></a> <br />Carlos Drummond de Andrade: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br//leitura/rosa-do-povo-400506.shtml">A Rosa do Povo</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/claro-enigma-402900.shtml">Claro Enigma</a> <br />Castro Alves: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/escravos-402123.shtml">Os Escravos</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/espumas-flutuantes-403272.shtml">Espumas Flutuantes</a> <br />Cecília Meireles: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/romanceiro-inconfidencia-401464.shtml">Romanceiro da Inconfidência</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/mar-absoluto-403254.shtml">Mar Absoluto</a> <br />Clarice Lispector: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/paixao-segundo-gh-401405.shtml">A Paixão Segundo G.H.</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br//leitura/lacos-familia-402397.shtml">Laços de Família</a> <br />Cruz e Souza: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/broqueis-402910.shtml">Broquéis </a> <br />Dalton Trevisan: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/vampiro-curitiba-403586.shtml">O Vampiro de Curitiba</a> <br />Dias Gomes: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/pagador-promessas-403237.shtml">O Pagador de Promessas <br /></a> <br />Dyonélio Machado: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/ratos-403444.shtml">Os Ratos <br /></a> <br />Erico Verissimo: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/tempo-vento-401422.shtml">O Tempo e o Vento</a> <br />Euclides da Cunha: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/sertoes-401371.shtml">Os Sertões <br /></a> <br />Fernando Gabeira: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/que-isso-companheiro-402989.shtml">O que é Isso, Companheiro?</a> <br />Fernando Sabino: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/encontro-marcado-402981.shtml">O Encontro Marcado </a> <br />Ferreira Gullar: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/poema-sujo-402129.shtml">Poema Sujo</a> <br />Gonçalves Dias: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/i-juca-pirama-402052.shtml">I-Juca Pirama <br /></a> <br />Graça Aranha: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/canaa-402116.shtml">Canaã</a> <br />Graciliano Ramos: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br//leitura/vidas-secas-400499.shtml?page=page1">Vidas Secas</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/sao-bernardo-402027.shtml">São Bernardo</a> <br />Gregório de Matos: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/obra-poetica-403643.shtml">Obra Poética</a> <br />Guimarães Rosa: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/grande-sertao-veredas-400516.shtml">O Grande Sertão: Veredas</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/sagarana-401793.shtml">Sagarana</a> <br />Haroldo de Campos: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/haroldo-de-campos-403185.shtml">Galáxias </a> <br />Hilda Hilst: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br//leitura/obscena-senhora-d-402405.shtml">A Obscena Senhora D</a> <br />Ignágio de Loyola Brandão: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/zero-403106.shtml">Zero</a> <br />João Antônio: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/malagueta-perus-bacanaco-403287.shtml">Malagueta, Perus e Bacanaço</a> <br />João Cabral de Melo Neto: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/morte-vida-severina-401000.shtml">Morte e Vida Severina</a> <br />João do Rio:<a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/alma-encantadora-ruas-403591.shtml">A Alma Encantadora das Ruas</a> <br />João Gilberto Noll: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/harmada-403577.shtml">Harmada <br /></a> <br />João Simões Lopes Neto: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/contos-gauchescos-403611.shtml">Contos Gauchescos</a> <br />João Ubaldo Ribeiro: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/viva-povo-brasileiro-403295.shtml">Viva o Povo Brasileiro</a> <br />Joaquim Manuel de Macedo: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/moreninha-402904.shtml">A Moreninha</a> <br />Jorge Amado: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/gabriela-cravo-canela-402081.shtml">Gabriela, Cravo e Canela</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/terras-fim-403585.shtml">Terras do Sem Fim</a> <br />Jorge de Lima: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/invencao-orfeu-403430.shtml">Invenção de Orfeu <br /></a> <br />José Cândido de Carvalho: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/coronel-e-lobisomem-403424.shtml">O Coronel e o Lobisomen</a> <br />José de Alencar: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/guarani-401335.shtml">O Guarani</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/luciola-401732.shtml">Lucíola</a> <br />José J. Veiga: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/cavalinhos-platiplanto-403303.shtml">Os Cavalinhos de Platiplanto</a> <br />José Lins do Rego: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/fogo-morto-401790.shtml">Fogo Morto</a> <br />Lima Barreto: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br//leitura/triste-fim-policarpo-quaresma-401744.shtml">Triste Fim de Policarpo Quaresma</a> <br />Lúcio Cardoso: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/cronica-casa-assassinada-402120.shtml">Crônica da Casa Assassinada <br /></a> <br />Luis Fernando Verissimo: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/analista-bage-403399.shtml">O Analista de Bagé</a> <br />Luiz Vilela: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/tremor-terra-403330.shtml">Tremor de Terra</a> <br />Lygia Fagundes Telles: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/meninas-401752.shtml">As Meninas</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/seminario-dos-ratos-403561.shtml">Seminário dos Ratos</a> <br />Machado de Assis: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/memorias-postumas-bras-cubas-400542.shtml">Memórias Póstumas de Brás Cubas</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/dom-casmurro-400487.shtml">Dom Casmurro</a> <br />Manuel Antônio de Almeida: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/memorias-sargento-milicias-400954.shtml">Memórias de um Sargento de Milícias <br /></a> <br />Manuel Bandeira: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/libertinagem-400949.shtml">Libertinagem</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/estrela-da-manha-402953.shtml">Estrela da Manhã <br /></a> <br />Márcio Souza: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/galvez-imperador-acre-403227.shtml">Galvez, Imperador do Acre <br /></a> <br />Mário de Andrade: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/macunaima-400942.shtml">Macunaíma</a>;  <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/pauliceia-desvairada-402047.shtml">Paulicéia Desvairada <br /></a> <br />Mário Faustino: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/homem-sua-hora-403316.shtml">o Homem e Sua Hora</a> <br />Mário Quintana: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/nova-antologia-poetica-401761.shtml">Nova Antologia Poética</a> <br />Marques Rebelo: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/estrela-sobe-403334.shtml">A Estrela Sobe <br /></a> <br />Menotti Del Picchia: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/juca-mulato-403398.shtml">Juca Mulato</a> <br />Monteiro Lobato: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/sitio-pica-pau-amarelo-403562.shtml">O Sítio do Pica-pau Amarelo</a> <br />Murilo Mendes: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/metamorfoses-403446.shtml">As Metamorfoses</a> <br />Murilo Rubião: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/ex-magico-403402.shtml">O Ex-Mágico</a> <br />Nelson Rodrigues: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/vestido-noiva-401431.shtml"> Vestido de Noiva</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/vida-como-ela-e-402446.shtml">A Vida Como Ela É</a> <br />Olavo Bilac: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/poesias-403362.shtml">Poesias <br /></a> <br />Osman Lins: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/avalovara-403322.shtml">Avalovara <br /></a> <br />Oswald de Andrade: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/serafim-ponte-grande-403628.shtml">Serafim Ponte Grande</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/memorias-sentimentais-joao-miramar-403342.shtml">Memórias Sentimentais de João Miramar <br /></a> <br />Otto Lara Resende: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/braco-direito-403306.shtml">O Braço Direito <br /></a> <br />Padre Antônio Vieira: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/sermoes-401724.shtml">Sermões <br /></a> <br />Paulo Leminski: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/catatau-403262.shtml">Catatau <br /></a> <br />Pedro Nava: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/bau-ossos-402132.shtml">Baú de Ossos</a> <br />Plínio Marcos: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/navalha-carne-402402.shtml">Navalha de Carne</a> <br />Rachel de Queiroz: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/quinze-401785.shtml">O Quinze</a> <br />Raduan Nassar: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/lavoura-arcaica-401329.shtml">Lavoura Arcaica</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/copo-colera-403320.shtml">Um Copo de Cólera</a> <br />Raul Pompéia: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/ateneu-402948.shtml">O Ateneu <br /></a> <br />Rubem Braga: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/200-cronicas-escolhidas-403428.shtml">200 Crônicas Escolhidas</a> <br />Rubem Fonseca: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/coleira-cao-403315.shtml">A Coleira do Cão</a> <br />Sérgio Sant'Anna: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/senhorita-simpson-403256.shtml">A Senhorita Simpson <br /></a> <br />Stanislaw Ponte Preta: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/febeapa-403294.shtml">Febeapá </a> <br />Tomás Antônio Gonzaga: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/marilia-dirceu-402920.shtml">Marília de Dirceu</a> <br /><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/cartas-chilenas-403307.shtml">Cartas Chilenas</a> <br />Vinícius de Moraes: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/nova-antologia-poetica-vinicius-401731.shtml">Nova Antologia Poética</a> <br />Visconde de Taunay: <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/inocencia-401769.shtml">Inocência</a></strong></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-14456992566347824612012-08-09T09:53:00.000-03:002012-08-09T09:53:01.164-03:00O negro no futebol brasileiro - Mario Filho<h5>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLDo1DQ03K65Nbc22FxGblIZL6y-PMrMdaOfy1MA7EX_2e-zxZwwjpfZW3ec00TuRKi-0qmySbw_XOMucng2XNz6HTesq8wEf3taJKD1FlqoQfWAsy9hBitXOEJr7vpY3oiM_-AueV4E4/s1600/MARIO+FILHO+-+ABRE+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLDo1DQ03K65Nbc22FxGblIZL6y-PMrMdaOfy1MA7EX_2e-zxZwwjpfZW3ec00TuRKi-0qmySbw_XOMucng2XNz6HTesq8wEf3taJKD1FlqoQfWAsy9hBitXOEJr7vpY3oiM_-AueV4E4/s400/MARIO+FILHO+-+ABRE+(1).jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Ainda não surgiu na literatura esportiva outra obra que tenha sido tão
estudada e pesquisada como “<em><strong>O Negro no Futebol
Brasileiro</strong></em>”, de Mario Filho. Sessenta e cinco anos após a sua
primeira edição em 1947 (Pongetti Editores) ela já foi tema de centenas de
análises acadêmicas feitas por gente do mais alto calibre de diversas áreas e
estudos da sociedade e do futebol brasileiro. Teve quatro edições, a segunda em
1964, pela Editora Civilização Brasileira, a terceira em 1994, pela Editora
Firmo, e, finalmente, em 2003, pela Mauad Editora.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirTVizTILOoz6VE5CYs44ksShA7abnDZPaKgAWM5BI3V-wiHFXXxgqyYHBdOdGHWMRFUHkQiR50sUOdNMno7o2yc8e2FHj9e2EtfG09QDNaTUm_ruMwbXHWzw8tmt1G8_JW89xVJDG4eo/s1600/mario+filho+-+foto+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirTVizTILOoz6VE5CYs44ksShA7abnDZPaKgAWM5BI3V-wiHFXXxgqyYHBdOdGHWMRFUHkQiR50sUOdNMno7o2yc8e2FHj9e2EtfG09QDNaTUm_ruMwbXHWzw8tmt1G8_JW89xVJDG4eo/s1600/mario+filho+-+foto+1.jpg" /></a>O Negro no Futebol Brasileiro é considerado o maior clássico da literatura
esportiva brasileira, mas nem por isso deixou de ser questionada por vários
estudiosos. Para muitos, Mario Filho, a semelhança de seu irmão Nelson
Rodrigues, teria inventado muitas das histórias narradas no livro. A resposta do
próprio autor a esses críticos pode ser encontrada no texto de apresentação que
Mario Filho faz em sua primeira edição e que o Literatura na Arquibancada
resgata na íntegra pouco mais abaixo: “Não, eu não usei a imaginação. Nenhum
historiador teria tido mais cuidado do que eu em selecionar os dados, em
comprovar-lhe a veracidade por averiguações exaustivas. Às vezes uma simples
dúvida me fazia inutilizar um capítulo, obrigando-me a novos trabalhos e
pesquisas”.<br />
<div style="text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH2RhDiQ8DdHUC6Dan9iejDSGw-DwLGM75IBNVqwJaOB8_DMMuAgzMNk6GHkPJcARiNFU4V7isdrD5zQFgGIx5En_U5lDX3w1iocnATJfPU0NksChBavKgFYWvvJOlhvKR2eiY4l8P2qk/s1600/mario+filho+-+foto+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH2RhDiQ8DdHUC6Dan9iejDSGw-DwLGM75IBNVqwJaOB8_DMMuAgzMNk6GHkPJcARiNFU4V7isdrD5zQFgGIx5En_U5lDX3w1iocnATJfPU0NksChBavKgFYWvvJOlhvKR2eiY4l8P2qk/s320/mario+filho+-+foto+2.jpg" width="228" /></a>Em outro livro, <i><strong>A Invenção do País do
Futebol – Mídia, Raça e Idolatria</strong></i>, os autores Ronaldo Helal,
Antonio Jorge Soares e Hugo Lovisolo entendem que “<em>o livro pioneiro de Mário
se equivoca justamente no enfoque sociológico, ao afirmar que o negro teria sido
o criador da ginga, do drible, do estilo brasileiro de se jogar futebol</em>”.
No texto de apresentação da mais recente edição de O Negro no Futebol Brasileiro
(Mauad), os autores vão mais longe: “<em>Para eles, a utilização de O Negro no
Futebol Brasileiro por sociólogos criou uma espécie de interpretação única, com
os ideais da construção de uma nação brasileira com menos antagonismos entre as
raças. De acordo com os pesquisadores, o equívoco não seria de Mário, mas da
forma com que especialistas acabaram franqueando a tese do autor, como a
construção do ídolo negro — que seria mais uma criação romântica que deu certo.
Para os autores, o racismo preexistiu, mas o nosso futebol se fez mais pela
pressão do profissionalismo, pela criação das ligas, do que propriamente por
racismo. Jorge salienta que Mário Filho buscou constituir uma identidade
nacional, cujo enfoque tem influência do meio em que viveu</em>”.</div>
Tantas análises sociológicas foram feitas sobre a obra de Mario Filho porque
quem assinou o prefácio do livro foi nada menos do que Gilberto Freyre,
considerado um dos maiores sociólogos do país, e que você poderá ler na íntegra
logo abaixo e tirar suas conclusões sobre a importância de “O Negro no Futebol
Brasileiro” na literatura brasileira.<br />
O certo é que a obra-prima de Mario Filho, considerado “<em>o pai da crônica
esportiva brasileira</em>” permanece atual e com sugestões que nos fazem
refletir. Segundo Mario Filho, o futebol brasileiro sempre revela próximo do
ciclo de 20 anos um novo “rei” do futebol. Foi assim com Friedenreich e Leônidas
da Silva, entre o Diamante Negro (1938) e Pelé e Garrincha (1958), entre Pelé
(1970) e Romário (1994). Ou seja, em 2014, ano da Copa no Brasil, seria Neymar,
o mulato que encanta o mundo com sua genialidade a suceder o baixinho
Romário?<br />
<br />
<b>Prefácio Gilberto Freyre</b><br />
<b>Recife, 1947</b><br />
<br />
<b>Gilberto Freyre</b><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuHOTghp8Z1_gGyJnNZBUz4FiXGGeD-pZJrPc4M2VgBcNF0ZNnlkEngby1F_fwq7OJ-cNEc7NIFnAZrjs1L7w6Bsi58zxU4BtoZE4fSuFjG8kMYIBkb2Yta_qDt-WvlLaDO7CognnEc4E/s1600/mario+filho+-+foto+4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuHOTghp8Z1_gGyJnNZBUz4FiXGGeD-pZJrPc4M2VgBcNF0ZNnlkEngby1F_fwq7OJ-cNEc7NIFnAZrjs1L7w6Bsi58zxU4BtoZE4fSuFjG8kMYIBkb2Yta_qDt-WvlLaDO7CognnEc4E/s1600/mario+filho+-+foto+4.jpg" /></a>Aqui está um capítulo da história do futebol no Brasil, que é também uma
contribuição valiosa para a história da sociedade e da cultura brasileira na sua
transição da fase predominantemente urbana. Além disso, as páginas mais
sugestivas de Mario Filho nos põem diante do conflito entre estas duas forças
imensas – a racionalidade e a irracionalidade – no comportamento ou na vida dos
homens. No caso, homens do Brasil. Homens de uma sociedade híbrida, mestiça,
cheia de raízes ameríndias e africanas e não apenas europeias.<br />
Creio não dizer novidade nenhuma repetindo que por trás da instituição
considerável que o futebol tornou-se em nosso país se condensam e se acumulam,
há anos, velhas energias psíquicas e impulsos irracionais do homem brasileiro,
em busca da sublimação. Essa sublimação estava outrora apenas na oportunidade
para feitos heroicos ou ações admiráveis que o Exército, a Marinha e as
Revoluções mais ou menos patrióticas abriam aos brasileiros brancos e,
principalmente, mestiços ou de cor, mais transbordantes de energias animais ou
de impulsos irracionais.<br />
Dessas energias e desses impulsos, alguns eram de sentido sadista, outros
masoquista. Uns exibicionistas, outros narcisistas. O que, honestamente
reconhecido – pois tais elementos se encontram à raiz de algumas das mais belas
expressões de bravura, de heroísmo e de valor até hoje praticadas pelos homens
de qualquer cor, condição ou cultura – não importa em desconhecer-se a grandeza
ou a beleza desses feitos sob a forma das sublimações que atingiram.<br />
Isto quando essas energias ou esses impulsos, em vez de assim se sublimarem
ou de se satisfazerem com os esportes ou os quase-esportes rurais dos dias de
festa, ou dos dias comuns, dominantes no Brasil patriarcal – as cavalhadas, as
corridas atrás de bois, as caçadas, as pessoas, as noites inteiras de samba ou
de dança extenuante, as largas caminhadas pelos sertões, a caça aos índios ou
aos negros fugidos, a fuga dos negros aos feitores ou à melancolia da rotina
agradaria dos engenhos e fazendas – não se degradaram moral ou socialmente em
proezas como as do cangaço ou nos rabos-de-arraia da capoeiragem, célebres na
história da sociedade brasileira. Espécies de esportes inteiramente
irracionais.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFlKJ_JNHUpoVZJBVNdueTvI4V4NgpFsCa-KQ4T2l6LnQfar7PwZb9Ko6Qc8JckCAPuOMebucjTIWtVZ8odx0rcTYsgbnzKbvWQDyLrQtSCzLH91mgZCGLJnRHL9WMqSVuF7Ywoy1dIhE/s1600/mario+filho+-+foto+6.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFlKJ_JNHUpoVZJBVNdueTvI4V4NgpFsCa-KQ4T2l6LnQfar7PwZb9Ko6Qc8JckCAPuOMebucjTIWtVZ8odx0rcTYsgbnzKbvWQDyLrQtSCzLH91mgZCGLJnRHL9WMqSVuF7Ywoy1dIhE/s320/mario+filho+-+foto+6.jpg" width="320" /></a></div>
O futebol teria numa sociedade como a brasileira, em grande parte formada de
elementos primitivos em sua cultura, uma importância toda especial que só agora
vai sendo estudada sob critério sociológico ou para-sociológico. E era natural
que tomasse aqui o caráter particularmente brasileiro que tomou. Pois tornou-se
o meio de expressão, moral e socialmente aprovado pela nossa gente – pelo
Governo, pela Igreja, pela Opinião Pública, pelo Belo Sexo, pela Imprensa – de
energias psíquicas e de impulsos irracionais que sem o desenvolvimento do
futebol – ou de algum equivalente de futebol – na verdadeira instituição
nacional que é hoje, entre nós, teriam provavelmente assumido formas de
expressão violentamente contrárias à moralidade dominante em nosso meio.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMsXlw4o6T3I5kNHsVC4-YHH5YJec91cKWVHaYD_BeWJuUqM3RowH1mLQWmOQk5Hq4ztxHIJj9lxtYVhDtNigR1diTjtpDkwRsYKkpFAMFMGAVd7UOXMIN8EtH05hOn-Qp0NdMn5inlA8/s1600/mario+filho+-+foto+7.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMsXlw4o6T3I5kNHsVC4-YHH5YJec91cKWVHaYD_BeWJuUqM3RowH1mLQWmOQk5Hq4ztxHIJj9lxtYVhDtNigR1diTjtpDkwRsYKkpFAMFMGAVd7UOXMIN8EtH05hOn-Qp0NdMn5inlA8/s1600/mario+filho+-+foto+7.jpg" /></a></div>
<br />
O cangaceirismo teria provavelmente evoluído para um como gangsterismo
urbano, com São Paulo degradada numa sub-Chicago de Al Capones
ítalo-brasileiros. A capoeiragem, livre de Sampaio Ferraz, teria provavelmente
voltado a enfrentar a polícia das cidades sob a forma de conflitos mais sérios
que os antigos entre valentes dos morros e guardas-civis das avenidas, agora
asfaltadas. O samba teria se conservado tão particularmente primitivo, africano,
irracional que suas modernas estilizações seriam desconhecidas, com prejuízo
para a nossa cultura e para o seu vigor híbrido. A malandragem também teria se
conservado inteiramente um mal ou uma inconveniência.<br />
O desenvolvimento do futebol, não num esporte igual aos outros, mas numa
verdadeira instituição brasileira, tornou possível a sublimação de vários
daqueles elementos irracionais de nossa formação social e de cultura. A
capoeiragem e o samba, por exemplo, estão presentes de tal forma no estilo
brasileiro de jogar futebol que de um jogador um tanto álgido como
<b>Domingos</b>, admirável em seu modo de jogar mas quase sem floreios – os
floreios barrocos tão do gosto brasileiro – um crítico da argúcia de Mario Filho
pode dizer que ele <b>está para o nosso futebol como Machado de Assis para a
nossa literatura</b>, isto é, na situação de uma espécie de inglês desgarrado
entre tropicais.<br />
<br />
<div align="right">
<b>Domingos da Guia</b></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnD6DBnqYIWCk5jmw-7kTiRBEuCvsaE6alXelJJw9tQ6wiR3autFZWfw8muRawdD8FClxuHh5Omdg11qgSbX5UyA2w31ifcPrFoac9Oa6ErNgExEJ-rtaD7ga2i9ncQpVE45_ut7aoxgE/s1600/mario+filho+-+foto+8.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnD6DBnqYIWCk5jmw-7kTiRBEuCvsaE6alXelJJw9tQ6wiR3autFZWfw8muRawdD8FClxuHh5Omdg11qgSbX5UyA2w31ifcPrFoac9Oa6ErNgExEJ-rtaD7ga2i9ncQpVE45_ut7aoxgE/s1600/mario+filho+-+foto+8.jpg" /></a>Em moderna linguagem sociológica, na situação de um apolíneo entre
dionisíacos. O que não quer dizer que deixe de haver alguma coisa de
concentradamente brasileiro no jogo de Domingos como existe alguma coisa de
concentradamente brasileiro na literatura de Machado. Apenas há num e noutro um
domínio sobre si mesmos que só os clássicos – que são, por definição, apolíneos
– possuem de modo absoluto ou quase absoluto, em contraste com os românticos
mais livremente criadores.<br />
Mas vá alguém estudar o fundo de Domingos ou a literatura de Machado que
encontrará decerto nas raízes de cada um, dando-lhes autenticidade brasileira,
um pouco de samba, um pouco de molecagem baiana e até um pouco de capoeiragem
pernambucana ou malandragem carioca. Com esses resíduos é que o futebol
brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico para tornar-se a dança
cheia de surpresas irracionais e de variações dionisíacas que é. A dança dançada
baianamente por um Leônidas; e por um Domingos, com uma impassibilidade que
talvez acuse sugestões ou influências ameríndias sobre sua personalidade ou sua
formação. Mas, de qualquer forma, dança.<br />
Sublimando tanto do que é mais primitivo, mais jovem, mais elementar, em
nossa cultura, era natural que o futebol, no Brasil, ao engrandecer-se em
instituição nacional, engrandecesse também o negro, o descendente de negro, o
mulato, o cafuso, o mestiço. E entre os meios mais recentes – isto é, dos
últimos vinte ou trinta anos – de ascensão social do negro ou do mulato ou do
cafuso no Brasil, nenhum excede, em importância, ao futebol.<br />
<br />
<b>Mario Filho</b><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZnMmwvuTMiOO2r85kVg3GRteYR3VAXWZYJkF6crGkrU6IWiPOPryWSVi0cOlYjWs4krs22HxPshoLh40jrZrhHI5kalNUU_6W1aPk3oOldRJZmVWL1xpCkiMAGDb6A2AU9WNeAEjMm6M/s1600/mario+filho+-+foto+9.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZnMmwvuTMiOO2r85kVg3GRteYR3VAXWZYJkF6crGkrU6IWiPOPryWSVi0cOlYjWs4krs22HxPshoLh40jrZrhHI5kalNUU_6W1aPk3oOldRJZmVWL1xpCkiMAGDb6A2AU9WNeAEjMm6M/s1600/mario+filho+-+foto+9.jpg" /></a>Este aspecto do desenvolvimento do futebol no Brasil, fixa-o Mário Filho com
uma penetração, com uma objetividade, uma segurança, uma minúcia, um luxo de
pormenores significativos, que tornam seu ensaio obra de importância para o
estudo sociológico e psicológico da ascensão do negro e do mulato na sociedade
brasileira. O cronista esportivo, já tão admirado pelo poder de evocação com que
tem revivido não só jogos dramáticos – o dos brasileiros com os uruguaios, por
exemplo – como o começo dos esportes no Rio de Janeiro, apresenta-se, neste seu
novo trabalho, mais próximo do que nunca daquela sociologia dos esportes para a
qual sou dos que desejariam ver Mario Filho se encaminhar cada vez mais, através
de estudos mais demorados e mais profundos do assunto.<br />
Escritor ágil e plástico, Mario Filho é também pesquisador inteligente e
pachorrento para quem a história do futebol em nosso país parece já não ter
mistério nenhum. Nem a história nem a atualidade. Daí, o interesse das páginas
em que reuniu suas observações e seus estudos sobre o negro no futebol.<br />
É este livro de Mario Filho um dos mais originais e mais sugestivos escritos
ultimamente por brasileiros. <br />
Ultimamente ou, talvez, em qualquer época. <br />
Eu que já quase não me espanto com o vigor e a originalidade de talento de
qualquer dos dois Rodrigues, filhos do velho Mario e irmãos de Roberto – o
pintor admirável que um tiro de mulher matou tão jovem – li as páginas a que
junto agora este prefácio inútil, com verdadeiro encanto, tantas foram as
sugestões fortes e novas com que me surpreenderam.<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Texto de apresentação de Mario Filho (1ª edição, 1947)</b><br />
<br />
O Negro no Futebol Brasileiro não me custou, evidentemente, apenas os cinco
meses que levei para escrevê-lo. Desde 42, quando iniciei em <i>O Globo</i> uma
coluna diária, a que dei o nome <i>Da Primeira Fila</i>, eu me preparava, sem o
saber, é claro, para o trabalho que aqui está pronto, em volume. Foi o que me
permitiu realizá-lo. Pude estudar, separadamente, várias épocas do futebol
brasileiro, ou, melhor, do futebol carioca, cuja história não há de diferir, em
essência, de nenhuma outra dos grandes centros esportivos do Brasil. Eis o que
me valeu o conhecimento de fontes que, de outra forma, permaneceriam ignoradas.
Cada <i>Primeira Fila</i>, revivendo um passado quase morto mesmo na memória dos
que o viveram, me colocava diante de personagens de uma história que precisava
ser escrita antes de perder-se, irremediavelmente.<br />
O futebol, hoje, enche páginas da imprensa mais austera, menos esportiva. Nem
sempre, porém, foi assim. Basta percorrer as coleções dos jornais e das revistas
de trinta, de quarenta anos atrás. O futebol só interessou às folhas depois de
se tornar uma paixão do povo. Enquanto não encheu os campos, não dividiu a
cidade em grupos, em verdadeiros <i>clans</i>, o futebol quase não existia para
os jornais. Por isso a consulta de jornais até 10 pode servir, quando muito,
para estatísticas de resultados de jogos. Somente depois de 10 é que o futebol,
transformado em assunto jornalístico, permitiu que apaixonados do chamado
esporte bretão cada um com o seu clube, escrevessem crônicas, às vezes assinadas
com iniciais.<br />
<div align="left">
</div>
<div align="right">
<b>Marcos de Mendonça</b></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM0n-zvupBK80vtQEtdifG8dtxWo831vO2Kf0ojlVoSAhVFYDXlNo_7MWtmCuqRNOVGCJQU00cVeJz4NukvHgLRm8MYJVzPzcNZO8-tiybVd_3qcEBTbEZFVEP3XSd_Y3lZ3s1iE9ABaQ/s1600/mario+filho+-+foto+12.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM0n-zvupBK80vtQEtdifG8dtxWo831vO2Kf0ojlVoSAhVFYDXlNo_7MWtmCuqRNOVGCJQU00cVeJz4NukvHgLRm8MYJVzPzcNZO8-tiybVd_3qcEBTbEZFVEP3XSd_Y3lZ3s1iE9ABaQ/s1600/mario+filho+-+foto+12.jpg" /></a>Marcos de Mendonça teve a gentileza de emprestar-me o seu álbum, o mais
completo repositório dos acontecimentos do futebol de 10 a 19. Com fotografias
preciosas, com recortes de jornais, às vezes dez recortes de jornais diferentes
sobre um mesmo jogo, o álbum de Marcos de Mendonça me serviu de muito,
principalmente para acompanhar o que eu chamaria a história da importância do
futebol. Importância que se sentia crescer com os recortes, com as fotografias.
A estreia de Marcos de Mendonça, em 10, num jogo Hadock Lobo e Fluminense, um
quarto de coluna. Em menos de três anos os jornais já davam uma página para um
simples jogo. E, depois, o álbum me fornecia nomes, me apresentava a uma porção
de gente que eu podia consultar.<br />
Essas conversas com os próprios personagens da história do futebol brasileiro
é que iam enriquecer o meu ensaio. Personagens que viviam, que deviam se lembrar
do que tinha acontecido naqueles tempos. Procurei-os, um por um, nenhum deles se
negou a me prestar informações, pelo contrário, todos se prontificaram a
colaborar comigo.<br />
Guilherme Pastor, que preparava um histórico do Bangu que viu nascer; Flávio
Ramos, fundador do Botafogo; Emmanuel Sodré, também fundador do Botafogo, que
acompanhou de perto a vida do Carioca, o clube dos garotos do Largo dos Leões,
os mesmos garotos que se tornaram os campeões de 10; Norman Hime, dos primeiros
dias do Botafogo; Afonso de Castro, o arquivo do Fluminense; Alfredo Koeller,
fundador do América; Luqs de Mendonça, fundador do Catete, do Hadock Lobo,
companheiro de Belfort Duarte, um dos que mais trabalharam para a fusão do
América e Hadock Lobo, que deu, ao América, o seu campo; Gastão Cruls, que pegou
o tempo em que o futebol era o recreio obrigatório no Colégio São Vicente de
Paulo. Gabriel de Carvalho, que levou um bofetão de Abelardo Delamare, bofetão
que cindiu a Liga Metropolitana; Marcos de Mendonça, símbolo de uma época do
futebol carioca;<br />
Alberto Borghert, do Rio, do Fluminense, líder do movimento que trouxe o
Flamengo para o futebol; Joaquim Guimarães, torcedor de fitinha no chapéu do
Fluminense, do Flamengo, que namorava numa varandinha de Voluntários da Pátria e
enquanto namorava via o Botafogo treinar todas as tardes; Diocesano Ferreira
Gomes, o <i>Dão</i>do <i>Correio da Manhã</i>, “mosca”, como se dizia, da garage do Flamengo;
Mário Polo, do Fluminense, de ontem e de hoje, um dos primeiros cronistas a
receber ordenado de um jornal para escrever sobre futebol; Harry Welfare, o
“Yankee na Corte do Rei Arthur”, verdadeira missão de futebol inglês no Brasil;
Pedro da Cunha, torcedor desde aquele tempo, que não perdia um jogo; Hugo
Fracarolli, da Associação Atlética das Palmeiras de 15, clube que fazia questão
de ser, em São Paulo, o que o Fluminense era no Rio: branco e fino; Paulo
Canongia, o representante do Carioca que atrapalhava os jogadores dos outros
clubes pequenos, os brancos pobres, os mulatos e os pretos, na hora de assinar a
súmula; Orlando Bandeira Vilela, que ajudou a carregar areia para o aterro do
campo do Andaraí, que viveu a vida da Praça Sete e que conheceu Monteiro de
perto; José da Silva Filho, o Laúsa, cria do Andaraí; José Trocoli, cria do
Bangu; Luís de Meneses, o <i>enfant-gaté</i> do Botafogo;<br />
<b>Arnaldo Guinle</b><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCVQlKQgIgNnN9QUPHQomcVLzhG6qUgPuHa1VGF0p0z-2X9Wbb9WTnifq9nzVECit1TOSgioLcUeJCKTAQagnSkMjWGWyh1SHIt26PxM6cTnSVYMZg8pGexkNsu3qnWu1wO2R8QCaLhtU/s1600/mario+filho+-+foto+15.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCVQlKQgIgNnN9QUPHQomcVLzhG6qUgPuHa1VGF0p0z-2X9Wbb9WTnifq9nzVECit1TOSgioLcUeJCKTAQagnSkMjWGWyh1SHIt26PxM6cTnSVYMZg8pGexkNsu3qnWu1wO2R8QCaLhtU/s1600/mario+filho+-+foto+15.jpg" /></a>Arnaldo Guinle, o patrono do Fluminense, uma espécie de Príncipe de Gales do
esporte brasileiro; Max Gomes de Paiva, que ficou com o arquivo de Belfort
Duarte; Agostinho Fortes Filho, o “Dadá” do Fluminense, jogador granfino que
vivia fazendo molecagem em campo; Mário Reis, que se lembra de tudo que
aconteceu no futebol carioca de 16 para cá, que é capaz de dar a escalação dos
times, o juiz, o escore de cada jogo, sem consultar um jornal, só puxando pela
memória; Paulo e João Coelho Neto, garotos quando, aos domingos, os jogadores do
Fluminense se reuniam na casa de Coelho Neto; Ana Amélia, torcedora que repetia,
até o dia da derrota, um vestido de uma vitória do América, primeiro, do
Fluminense, depois;<br />
<div align="right">
</div>
<div align="right">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibZECarsjyk85V3WB8Qvl53L57NPu1NWoHrj3Vlp3hIwnLEecQAfJkrNODrm7gUlSH4ax63sx8Bmjm5_C3z0BYPjJcqtpHIP_8cHwEAt0OHobP4rzr6iHf6Q8eCCqUJJFnXtlKvgJGNk4/s1600/mario+filho+-+foto+16.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibZECarsjyk85V3WB8Qvl53L57NPu1NWoHrj3Vlp3hIwnLEecQAfJkrNODrm7gUlSH4ax63sx8Bmjm5_C3z0BYPjJcqtpHIP_8cHwEAt0OHobP4rzr6iHf6Q8eCCqUJJFnXtlKvgJGNk4/s1600/mario+filho+-+foto+16.jpg" /></a></div>
<b>Vasco da Gama de 1923, presidido por Antonio Campos.</b></div>
João Santos, o presidente do América que botou Manteiga em Campos Sales, Egas
de Mendonça, casado com uma Borges, as Borges exigindo que os seus namorados,
noivos e maridos, saíssem de um América com um Manteiga no time; Jaime Barcelos,
que dirigiu o time do América em 22, em 28; Osvaldo Melo, o “Príncipe dos
Passes”, que não se envergonhou de jogar ao lado de Manteiga; Ademar Martins, o
Japonês do Flamengo, campeão de 20 e 21; Jaime Guedes, dos primeiros dias do
Vasco em futebol; Álvaro Nascimento, cronista vascaíno; Antônio Campos, o
presidente do Vasco que quase foi a falência por causa do Vasco; Claudionor
Corrêa, o Balão, campeão de 23; Pascoal, campeão de 23 e 29; Horácio Werner, que
levou Pascoal para o Rio de Janeiro, mudando-lhe o nome de Pascoal Cinelle para
Pascoal Silva; Vicente Caruso, que foi para o Fluminense com Nilo Murtinho Braga
e pode conhecer, de perto, a vida de Álvaro Chaves em 24, ano do nascimento da
AMEA, da Renascença do futebol branco;<br />
Reis Carneiro, um dos mais ativos membros da Comissão de Sindicância da AMEA;
Oscar da Costa, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos que fez
questão de mandar para Buenos Aires um escrete de <i>smocking</i>; Luís Vinhais,
que conduziu o time do São Cristóvão à conquista do campeonato de 26; Castelo
Branco, toda a vida diretor da Confederação; Antônio Avelar, tantas vezes
presidente do América; Fábio Horta, que recebia bilhetes de Floriano, o Marechal
da Vitória, escritos nas costas de uma imagem, pedindo de dinheiro; José Pereira
Peixoto, jogador do Vasco, que livrou Welfare de uma punhalada de Jaguaré; Togo
Renan Soares, que foi o treinador do Bangu no tempo do Coronel Pedroso, quando
Domingos começava a chamar a atenção;<br />
<br />
<br />
<b>Leônidas da Silva, o Diamante Negro.</b><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjs566CrNcbeuetJwUMJfKzLrxG5iilCAEpRmkrhyUy4e86jVHT7t35jZmMx5MeuPwxq80zxfpnNIRk3YrR2WMBm1BfgpRbumpMVa4y7bjAgmYsAZLDaBgNKGSsBZzzKm48lVxdz4YIpk/s1600/mario+filho+-+foto+18.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjs566CrNcbeuetJwUMJfKzLrxG5iilCAEpRmkrhyUy4e86jVHT7t35jZmMx5MeuPwxq80zxfpnNIRk3YrR2WMBm1BfgpRbumpMVa4y7bjAgmYsAZLDaBgNKGSsBZzzKm48lVxdz4YIpk/s1600/mario+filho+-+foto+18.jpg" /></a>Sílvio Pacheco, que deu um soco em Leônidas em 32 e se recusou a jogar com
Leônidas num escrete; Oscarino, o “Pai de Santo” da “Copa Rio Branco” de 32;
Ivan Mariz, o único dos amadores do Fluminense que não hesitou em assinar seu
contrato de jogador profissional de futebol; Bastos Padilha, o presidente do
Flamengo que levou os maiores pretos do futebol brasileiro para a Gávea;
Rivadávia Correa Meyer, antigo jogador do Botafogo, presidente da AMEA no ano da
cisão, hoje presidente da Confederação Brasileira de Desportos; Gustavo de
Carvalho, o presidente do Flamengo que brigou com Leônidas; João Lira Filho,
presidente do Conselho Nacional de Desportos, que quis fazer as pazes entre
Gustavo de Carvalho e Leônidas; Roberto Pedrosa, que veio buscar Leônidas para o
São Paulo; Domingos, Leônidas Valdemar, que me contaram a sua vida; José Scassa,
jornalista que foi, logo depois do Campeonato do Mundo, secretário de
Leônidas;<br />
Leite de Castro, chefe do Departamento de Assistência Social da Federação
Metropolitana; José de Almeida, chefe do Departamento Técnico do Fluminense, que
me fez partilhar das riquezas do maior arquivo do esporte brasileiro; e não sei
quantos mais dirigentes, jogadores, torcedores. Cada um deles me ajudando um
pouco, mais do que os jornais, do que os livros de atas das entidades, de
correspondência dos clubes, de súmulas dos jogos, de registro dos jogadores. Os
documentos oficiais me mostraram que a história verdadeira se escreve de outro
jeito. Quem manuseasse, como duas vezes, de 6 a 23, os livros da AMEA de 24 a
32, colocada à minha disposição pelo presidente da Confederação Brasileira de
Desportos, Rivadávia Correa Meyer, além dos relatórios da própria Confederação,
não descobriria, em parte alguma, nada da luta do negro, se não entrasse na
intimidade dos fatos. As atas, a correspondência dos clubes, não faltam dos
negros. As leis das entidades não tocam, nem de leve, em questões de raça.
Limitando-se a levantar barreiras sociais, proibindo que trabalhadores braçais,
empregados subalternos, contínuos, garçons, barbeiros, praças de pré e por aí
afora, jogassem futebol em clubes filiados.<br />
Eu fui, aos poucos, levantando o véu, ouvindo daqui, dali, reconstituindo a
tradição oral, muito mais rica, muito mais viva do que a escrita dos documentos
oficiais, graves circunspectos, dos jornais que não dizem tudo. Hoje já dizem
muita coisa, mas não diziam quase nada. A imprensa mais mexeriqueira, querendo
entrar na vida do jogador para satisfazer a curiosidade do público cada vez
maior do futebol é coisa de menos de vinte anos. E essa imprensa eu tinha à mão.
A coleção completa da<i>Vida Esportiva</i>, uma revista que nasceu em 16 e
morreu em 20; a da Crítica, de 28 a 30; a do O Globo; a do Jornal dos Sports, a
do Globo Esportivo. Eu preferia, porém, ouvir dirigentes, jogadores e
torcedores. Ouvi centenas deles, de todas as épocas do futebol brasileiro.
Quando podia ouvir do próprio não procurava outro.<br />
Reuni, assim, um material de tal ordem que surpreendeu alguém cuja opinião
prezo muito. O material era tanto, e com tamanho requinte de detalhe, que ficava
a dúvida. A dúvida de como eu conseguiria reuni-lo, catalogá-lo, usá-lo, numa
narrativa corrente, sem um claro, uma interrupção. Eu não me teria valido da
imaginação de romancista que ainda não publicou um romance? Não, eu não usei a
imaginação. Nenhum historiador teria tido mais cuidado do que eu em selecionar
os dados, em comprovar-lhe a veracidade por averiguações exaustivas. Às vezes
uma simples dúvida me fazia inutilizar um capítulo, obrigando-me a novos
trabalhos e pesquisas.<br />
Uma vaidade eu tenho: a de apresentar uma obra que desafia contestação. Se eu
tivesse exagerado, para não dizer deturpado os fatos, não faltariam desmentidos.
Antes de sair em livro, O Negro no Futebol Brasileiro teve a mais ampla
divulgação jornalística que se poderia desejar, pois foi publicado diariamente,
durante cinco meses, no <i>O Globo</i>, o jornal de maior circulação da imprensa
brasileira. E não apareceu uma refutação de quem quer que fosse, embora quase
todos os personagens da história do futebol brasileiro estejam vivos, tenham
lido as páginas reunidas neste volume. O que prova que o que está aqui é a
verdade pura e simples.<br />
<br />
<b>Texto apresentação de Mario Filho (2ª edição, publicada 17 anos depois, em
1964)</b><br />
<b>Mario Filho</b><br />
<b><br /></b>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVCS58d5H7Gwrs8bM9rsTZyHDUMOMA8Y5YjtaEEohmes0oT_8qgTrC6_C5u3-8XlZn5bj__owROf3_PV7nxfUXW_BVoqBQJvFfDIJuWzEUIR7VeMIy6VhMz_lmvg4CfqjznFzAnAg6ETY/s1600/mario+filho+-+foto+22.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVCS58d5H7Gwrs8bM9rsTZyHDUMOMA8Y5YjtaEEohmes0oT_8qgTrC6_C5u3-8XlZn5bj__owROf3_PV7nxfUXW_BVoqBQJvFfDIJuWzEUIR7VeMIy6VhMz_lmvg4CfqjznFzAnAg6ETY/s320/mario+filho+-+foto+22.jpg" width="320" /></a></div>
<b><br /></b>
<br />
<div align="right">
<b>Gol do Uruguai, na Copa de 1950.</b></div>
O Negro no Futebol Brasileiro, cuja primeira edição estava esgotada há anos,
era um ensaio que, embora insinuasse mais do que concluísse e procurasse,
sobretudo, fixar o processo, de uma certa forma penoso e longo, da
democratização do futebol brasileiro, enfrentava uma prova a que poucos livros
se submetem em vida. Basta lembrar que a derrota do Brasil em 50, no campeonato
mundial de futebol, provocou um recrudescimento do racismo. Culpou-se o preto
pelo desastre de 16 de julho. Assim, aparentemente, O Negro no Futebol
Brasileiro, por uma análise superficial, teria aceito uma visão otimista a
respeito de uma integração racial que não se realizara ainda no futebol, sem
dúvida o campo mais vasto que se abrira para a ascensão social do preto.<br />
A prova estaria naqueles bodes expiatórios, escolhidos a dedo, e por
coincidência todos pretos: Barbosa, Juvenal e Bigode. Os brancos do escrete
brasileiro não foram acusados de nada. É verdade que o brasileiro se chamou,
macerando-se naquele momento, de sub-raça. Éramos uma raça de mestiços, uma
sub-raça incapaz de aguentar o rojão. Mas o brasileiro, inconscientemente,
idealizou um ídolo à imagem e semelhança de Obdúlio Varela, El Gran Capitan, por
sinal um mulato uruguaio. Se o Brasil se tornasse campeão do mundo, como todos
esperávamos em 50, o ídolo nacional seria, naturalmente como sempre fora, um
mulato ou um preto.<br />
O primeiro se chamara Artur Friedenreich, filho de pai alemão e mãe preta. Um
mulato de olhos verdes. O segundo, Leônidas da Silva, filho de pai português e
mãe preta. Um mulato mais para preto, de nariz arrebitado.<br />
Quando o Brasil levantou o campeonato mundial da Suécia, em 58, o brasileiro
elegeu dois ídolos: o preto Pelé e o mulato Garrincha. O Negro no Futebol
Brasileiro suportara a prova sem ter de mudar uma linha. O curioso é que quase o
mesmo espaço de tempo separara a escolha de um ídolo nacional do futebol
brasileiro: dezenove anos entre Friedenreich e Leônidas e vinte entre Leônidas e
Pelé e Garrincha.<br />
Há de parecer estranho que sem ter de modificar nada que escrevi, conservando
intactas as quatro partes da primeira edição do O Negro no Futebol Brasileiro, a
segunda edição surja aumentada e tenha a pretensão de definitiva. Pouca gente se
dá conta do que se exige de um jogador de futebol. Ele tem de representar um
clube, uma cidade, um Estado, a Pátria. O que se espera dele é que encarne as
melhores virtudes do homem, no caso do brasileiro, as melhores virtudes do homem
brasileiro.<br />
Quando o brasileiro acusou Barbosa, Juvenal e Bigode, acusou-se a si mesmo. O
futebol não seria paixão do povo se o povo não se identificasse com um time, o
seu time, com uma bandeira e uma camisa. Quem torce em futebol está ligado,
irremediavelmente, ao seu time, para o bem ou para o mal, para a felicidade ou
para a desgraça.<br />
No fundo o torcedor quer que o jogador seja melhor do que ele. O jogador
representa-o, representa o seu clube, a sua cidade, o seu Estado, a sua Pátria.
A derrota do jogador é a derrota do torcedor. Quem perdeu em 50 foi o
brasileiro. Mais o brasileiro que não jogou do que o que jogou.<br />
É fácil imaginar a pressão exercida sobre o jogador, branco, mulato ou preto.
Mais sobre o mulato e o preto que envolvem a mistura racial em que se caldeia o
brasileiro. O futebol desencadeia uma luta entre clubes, que é o seu cotidiano.
A tal ponto que se chamou a essa luta de guerra. O jogador era o soldado, a
carne do canhão, embora alguns fossem generais, deuses das batalhas. Muito
jogador não resistiu a essa tensão permanente, verdadeiro stress.<br />
É um capítulo acrescentado a O Negro no Futebol Brasileiro que lhe dá nova
dimensão. O outro diz respeito ao embranquecimento do preto nos clubes que
defendem. Um preto do Fluminense não é preto para o Fluminense. É tratado como
branco. Pode esquecer-se da cor e dizer como Robson:<br />
– Eu já fui preto e sei o que é isso.<br />
Realmente os pretos do futebol procuraram, à medida que ascendiam, ser menos
pretos. Esquecendo-se de não se lembrar mesmo em alguns casos, que eram pretos.
Mandando esticar os cabelos, fazendo operações plásticas, fugindo da cor.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFDiUmAACtTfnV-nBnNaXJkOD8dob4YSbbeWL2VuulSIJzphTFPwIcQoMlyTdvLy69jl5ElL7pwU0ivWzjDhzCyLJwOrnruWXUHljIFpXbqbw2DPLXCy4hgwSR30-Fg9ecPcHHYEwKPIM/s1600/mario+filho+-+foto+24.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFDiUmAACtTfnV-nBnNaXJkOD8dob4YSbbeWL2VuulSIJzphTFPwIcQoMlyTdvLy69jl5ElL7pwU0ivWzjDhzCyLJwOrnruWXUHljIFpXbqbw2DPLXCy4hgwSR30-Fg9ecPcHHYEwKPIM/s1600/mario+filho+-+foto+24.jpg" /></a>Daí a importância de Pelé, o Rei do Futebol, que faz questão de ser preto.
Não para afrontar ninguém, para exaltar a mãe, o pai, a avó, o tio, a família
pobre de pretos que o preparou para a glória. Nenhum preto, no mundo, tem
contribuído mais para varrer barreiras raciais do que Pelé. Tornou-se o
maior ídolo do esporte mais popular da Terra. Quem bate palmas para ele bate
palmas para um preto. Por isso Pelé não mandou esticar os cabelos: é preto como
o pai, como a mãe, como a avó, como o tio, como os irmãos. Para exaltá-los,
exalta o preto.<br />
Por isso é mais do que um preto: é o Preto. Os outros pretos do futebol
brasileiro reconhecem-no: para eles Pelé é o Crioulo.<br />
Estou certo de que O Negro no Futebol Brasileiro se enriqueceu com o que
agora lhe foi acrescentado e que, por pertencer-lhe de direito, completa-o,
dando-lhe forma definitiva.<br />
<br />
<b>Sobre Mario Filho (texto de Mário Neto, extraído do livro O negro no
futebol brasileiro, Ed. Mauad, 2003):</b><br />
<b><br /></b>
Nasceu no dia 3 de junho de 1908 em Recife, Pernambuco. Terceiro dos catorze
filhos (Milton, Roberto, Mario, Stella, Nelson, Jofre, Maria Clara, Augusto,
Irene, Paulo, Helena, Dora, Elza e Dulce) de Mario Rodrigues e Maria Esther,
chegou no Rio de Janeiro em 1916. Começou a trabalhar aos 17 anos (casou-se aos
18 com Célia) no jornal <i>A Manhã</i> e depois, de 1928 a 1930, em <i>A
Crítica</i>, ambos de seu pai, e em 1931, a convite de Roberto Marinho, foi
chefiar a parte de esportes do jornal <i>O Globo</i>. Foi o primeiro jornalista
a dar destaque, ainda na Crítica, à parte humana do futebol, além de grandes
espaços até então jamais pensados pelos donos de jornais. Sua matéria sobre a
volta do goleiro Marco de Mendonça foi um marco no esporte. A partir daí as
notícias sobre futebol começaram a proliferar-se e os jogadores passaram a ser
olhados de outra maneira. Em 1931 fundou o primeiro jornal inteiramente
esportivo no Rio de Janeiro, <i>O Mundo Esportivo</i>.<br />
Curiosamente, foi nesse jornal que Mario Filho idealizou e realizou o
primeiro desfile das escolas de samba, na praça Onze. Em 1936, comprou o
<i>Jornal dos Sports</i>, onde não deixou de ir um dia que seja, até sua morte,
no dia 17 de setembro de 1966. No <i>Jornal dos Sports</i> criou os Jogos da
Primavera em 1947, os Jogos Infantis em 1951, o Torneio de Pelada no Aterro do
Flamengo e o Torneio Rio-São Paulo, que se juntaram às suas outras criações,
como à mística do nome FlaxFlu e também a Manchete Esportiva.<br />
Liderou, com crônicas diárias, a campanha para que o Maracanã, que hoje tem o
seu nome, fosse construído no lugar atual para a Copa do Mundo de 1950. O então
vereador Carlos Lacerda defendia a tese de que o estádio fosse construído em
Jacarepaguá e no máximo para 60 mil espectadores e não como queria Mario, para
mais de 150 mil torcedores. Mario Filho deixou várias obras literárias: Bonecas
(1927), Copa Rio Branco (1932), Histórias do Flamengo (1934), O Negro no Futebol
Brasileiro (1947), Romance do Football (1949), Senhorita (1950), Copa do Mundo
de 62 (1962), Viagem em torno de Pelé (1964), O Rosto (1965) e Infância de
Portinari (1966). Como disse seu irmão Nelson Rodrigues, Mario foi tão grande
que deveria ter sido enterrado no Maracanã.<br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.literaturanaarquibancada.com/2012/05/o-negro-no-futebol-brasileiro.html">http://www.literaturanaarquibancada.com/2012/05/o-negro-no-futebol-brasileiro.html</a><br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-90969162403373752152012-07-05T07:52:00.001-03:002012-07-05T07:52:48.011-03:00Envio de japoneses para o Brasil fez parte de política expansionista pacífica<p align="center"><font color="#c0504d" size="2"><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2012/26/foto_dentro15801_2.jpg" width="386" height="276" /></font></p> <p align="center"><font color="#c0504d" size="2">Avaliação é do historiador Shozo Motoyama, da USP, em livro sobre a primeira fase da imigração japonesa no Brasil em que aborda o processo de integração cultural (<i>imigracaojaponesa.com.br</i>)</font></p> <p> </p> <p><b><font color="#666666" size="2"><em>Por Elton Alisson</em></font></b></p> <p><b><font color="#666666">Agência FAPESP</font></b> – A imigração de japoneses para o Brasil a partir de 1908 representou uma saída pacífica para o Japão continuar a se desenvolver por outra via que não a militarista, pela qual se tornou na época uma potência mundial.</p> <p>Por outro lado, a vinda dos japoneses para o Brasil sob os auspícios dos barões do café, para trabalhar em cafezais durante a República Velha (1889-1930), dividiu opiniões e despertou um intenso debate entre grupos favoráveis e outros contrários a essa imigração na sociedade brasileira.</p> <p>A integração não tão cordial entre as duas culturas, por meio da imi<img style="display: inline; float: right" align="right" src="https://encrypted-tbn2.google.com/images?q=tbn:ANd9GcRaBKdxp9BHlh9IFivZdCVhWQdNM0B58NxDQgzYz7YflUCeqWLo" width="246" height="346" />gração, é contada no livro <i><strong>Sob o signo do sol levante: Uma história da imigração japonesa no Brasil – volume I (1908-1941)</strong></i>, de autoria do historiador Shozo Motoyama, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e presidente do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros.</p> <p>Lançado no final de abril, o livro descreve como a primeira fase da imigração para o Brasil – iniciada em 1908 e encerrada em 1941, quando o Japão ingressa na 2ª Guerra Mundial – fez parte de uma política expansionista pacifista orquestrada pelo governo japonês.</p> <p>Uma das maiores potências mundiais na época – com grandes conglomerados empresariais como Mitsubishi, Mitsui e Sumitomo –, o Japão vivia ao mesmo tempo graves problemas econômicos, com desemprego elevado e condições de pobreza no campo.</p> <p>Em função disso, o país enfrentava críticas de segmentos da sociedade que não concordavam com a forma com que vinha se desenvolvendo, conquistando países à força, como fez no período conhecido como imperialista, em que invadiu a Coreia, a Manchúria e parte da China.</p> <p>Uma das alternativas identificadas para continuar a crescer pacificamente era por meio da imigração, vista como uma forma em que ambos os lados ganhavam – tanto o país que enviava como o que recebia os imigrantes – e diferente da conquista militar, em que só o país invasor se beneficia.</p> <p>Por essas e outras razões, o governo japonês decidiu encampar políticas de imigração de seus cidadãos para países como o Brasil – que precisava de mão de obra para as lavouras de café em São Paulo –, dando o apoio necessário para que se estabelecessem no exterior.</p> <p>“<em>Houve no Japão uma política bastante coerente e de consenso de dar guarida para os imigrantes que vinham para o Brasil. E, em grande parte, o sucesso dos imigrantes japoneses no Brasil dependeu da ajuda dada pelo governo japonês por meio de consulados e de outras representações políticas e diplomáticas no país</em>”, disse Motoyama à <b>Agência FAPESP</b>.</p> <p>De acordo com o pesquisador, se por um lado a ida de imigrantes atendia aos interesses do governo japonês e dos barões do café do Brasil, por outro lado o processo de integração dos japoneses na sociedade brasileira não foi tão natural como tende a fazer crer a historiografia escrita e publicada sobre o tema.</p> <p>Os documentos a que Motoyama teve acesso do Congresso Nacional referentes a 1934, por exemplo, quando estava sendo elaborada a terceira Constituição Brasileira, revelam que houve um intenso debate entre um bloco de congressistas favoráveis e outros contrários à imigração japonesa, em função da ascensão social que os japoneses estavam obtendo no país.</p> <p>“<em>Até o fim da década de 1920, o grupo mais favorável aos imigrantes japoneses era maioria no Brasil. Mas na década seguinte isso mudou, principalmente devido à Constituição de 1934, que colocou uma série de leis restritivas em relação à vinda de imigrantes japoneses</em>”, disse Motoyama.</p> <p>“<em>Já durante o Estado Novo (1937-1945), Getúlio Vargas (1882-1954) agiu de maneira dúbia: de um lado estimulou as restrições à imigração japonesa e, de outro, tomou medidas para trazer os japoneses para o Brasil</em>”, disse.</p> <p>Para defender suas posições, os grupos contrários à imigração japonesa se apoiavam em teorias raciais vigentes na época, como a do “darwinismo social”.</p> <p>Compactuada por alguns representantes da elite brasileira na época, a teoria, que ficou conhecida como a do “branqueamento”, preceituava que o subdesenvolvimento do Brasil se devia ao fato de o país ter sido povoado por "raças inferiores" (negros e índios), e que o país só iria se desenvolver à medida que sua população se tornasse "mais branca".</p> <p>Como o ciclo de imigração dos negros para o Brasil já havia se encerrado, o alvo passou a ser os amarelos, representados agora pelos japoneses, que começavam a chegar ao país.</p> <p>Em defesa dos japoneses, os fazendeiros paulistas aceitam uma tese absurda alardeada por um fazendeiro congressista brasileiro, de que eles eram mais brancos, por exemplo, do que os portugueses, que já haviam passado por um intenso processo de miscigenação no país.</p> <p>“<em>Os fazendeiros paulistas eram bastante pragmáticos. Como precisavam de trabalhadores, eles não queriam saber de que raça eram, contanto que fossem bons trabalhadores</em>”, disse Motoyama.</p> <p><b>Segunda fase da imigração</b></p> <p>Motoyama planeja publicar no início de 2013 um novo volume do livro, que abordará a segunda fase da imigração japonesa no Brasil, de 1941 a 2008.</p> <p>Diferentemente da primeira fase da imigração, de 1908 a 1941, em que os japoneses puderam contar com ajuda do próprio governo para se estabelecer no Brasil, na nova etapa eles não puderam recorrer aos seus compatriotas devido ao país asiático ter sido arrasado pela Segunda Guerra Mundial.</p> <p>Além disso, se antes os japoneses e os imigrantes em geral desfrutavam da boa acolhida e de uma certa simpatia na sociedade brasileira, com o início da guerra eles passam a ser vistos como inimigos.</p> <p>“<em>A guerra aflorou uma série de questões, não só de preconceito, e os japoneses passaram a ser tratados como inimigo, o que, de certa forma, é natural. Nos Estados Unidos, o preconceito contra os japoneses na época foi muito pior</em>”, disse Motoyama.</p> <p>Segundo o pesquisador, a elaboração do livro sobre esta segunda fase da imigração japonesa deverá ser muito mais complexa. Isso porque há uma série de registros sistematizados sobre a primeira fase da imigração japonesa.</p> <p>Já na segunda fase, como os imigrantes foram perdendo proeminência, começam a surgir mais estudos sobre seus descendentes – mais propriamente sobre os nisseis (a primeira geração de filhos de japoneses nascida em outro país) – e a historiografia do período tem muitas lacunas.</p> <p>Na segunda fase da imigração japonesa para o Brasil, pós Segunda Guerra, chegam cerca de 50 mil pessoas, com cultura completamente diferente da que havia no país oriental antes da Guerra. Em função disso, há um choque cultural entre os velhos imigrantes com os recém-chegados e com os nisseis.</p> <p>“<em>Esses acontecimentos não estão bem retratados e acho que nem estão escritos direito. Teremos que entrevistar pessoas e procurar esclarecer uma série de fenômenos que só ocorreram nesta segunda fase da imigração</em>”, disse Motoyama.</p> <p>No segundo volume do livro, o pesquisador também pretende abordar a contribuição dos imigrantes japoneses, principalmente os de seus descendentes, os <i>nikkeis</i>, na ciência, tecnologia e educação brasileiras.</p> <ul> <li><b>Sob o signo do sol levante: Uma história da imigração japonesa no Brasil – Volume I (1098-1941)</b> <br />Autor: Shozo Motoyama <br />Páginas: 390 <br />Lançamento: 2012 <br />Mais informações: <b><a href="mailto:secretaria@institutobrasijapao.org.br">secretaria@institutobrasiljapao.org.br</a></b> ou (11) 3209-3875. </li> </ul> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-36351277123320059142012-07-04T14:05:00.001-03:002012-07-05T07:56:44.644-03:00Para entender Drummond<h3> </h3> <h5>Para compreender a obra de Carlos Drummond de Andrade, conversamos com Marcos Siscar, poeta e professor de teoria literária, que ajuda a encontrar os caminhos na obra do mineiro</h5> <p>Texto <a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/colaboradores/colaboradores_">Bruno Teixeira</a> </p> <p><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/#dialog" name="modal"><img border="0" src="http://educarparacrescer.abril.com.br/v2008/imagem/uso-livre.jpg" /></a> </p> <p><a href="http://www.educarparacrescer.com.br"><img border="0" alt="Educar" src="http://educarparacrescer.abril.com.br/imagens/logos_revistas/Educar.jpg" /></a> </p> <p align="center"><em><strong><font size="1">Foto: Amiucci Galo</font></strong></em> </p> <p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8wW1bvqQWs6P-_lK4hQbKKBnFPduz7UXppc8KQJE_Cawq-RL3owbwcq7BIsyMxtyK3xIStjv6Vwy53pAR9GO-5OkIXEWZWxy9IJA24QNCirYQw7izTombx4dQC0gRmR30LjrtaezDuiU/s1600-h/drummond%25255B4%25255D.jpg"><img style="background-image: none; border-bottom: 0px; border-left: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; border-top: 0px; margin-right: auto; border-right: 0px; padding-top: 0px" title="drummond" border="0" alt="drummond" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6EYnb1tKKqNXLABI3lo2Zq38pezeAp7EGQ9DUuNxlbr_hgd4umNiEegRMz6xm9L_GaX2cUiyF0JkMNCExfpomOfrKnKcn57GNmHWPQEnef1C_I5FvkPSyVbPgnMtmTn4kuuKughy_VBY/?imgmax=800" width="431" height="250" /></a></p> <p align="center"><em><strong><font color="#c0504d">"Sua obra estava envolvida nas discussões mais polêmicas da vida literária", afirma o professor e poeta Marcos Siscar</font></strong></em> </p> <p> </p> <p>Em 1924, o mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) reuniu alguns poemas e organizou o <em><strong>25 Poemas da Triste Alegri</strong><strong>a</strong></em>, seu primeiro livro, feito por ele mesmo artesanalmente. "<em>Ah, que os tapetes não guardem/ a sombra inútil dos meus passos.../ Eu quero ser, apenas, um homem que sorriu e que passou, erguendo a sua taça, com desdém</em>", escreveu o poeta em <em><strong>A sombra do homem que sorriu</strong></em>. Se o poeta queria que sua sombra não fosse guardada por nós, felizmente não foi o que aconteceu. Drummond saiu de Itabira, em Minas Gerais, para conquistar os brasileiros e ser eterno. "<em>Vai, Carlos! ser gauche na vida</em>", diz o poeta no <em><strong>Poema de sete faces</strong></em>, do livro <em><strong>Alguma Poesia</strong></em> (1930), o primeiro publicado pelo poeta. <br />Durante seus 84 anos de vida, Drummond passou por duas ditaduras - a de Getúlio Vargas (1937-1945) e dos Militares (1964-1985) -, foi funcionário público por 35 anos, teve ligações com ideais comunistas e um profundo contato com jornais, como redator e cronista. A vida do poeta deixou marcas em sua obra. "<em>O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, / a vida presente</em>", diz ele no poema <em><strong>Mãos Dadas</strong></em>, do livro <em><strong>Sentimento do Mundo</strong></em> (1940). Era um inconformado com os problemas sociais, não entendia as guerras, estranhava, mas se confortava, com a solidão. Drummond, que publicou mais de 50 livros, entre poemas, crônicas e contos, escreveu sobre o amor, a morte, o cotidiano, a infância, a família, a vida. Enfim, Drummond merece ser lido por trazer alma às palavras. <br />Conversamos com o poeta Marcos Siscar, um dos grandes nomes da poesia contemporânea brasileira, para entender mais sobre a aura da poesia de Drummond. Siscar, que tem sete livros publicados, também é professor de Teoria Literária na Unicamp. <em>"O que gosto em Drummond é a capacidade que ele tem de ir a fundo em cada coisa miúda, radicalizando as consequências dos pequenos gestos</em>", diz. Leia a seguir, a entrevista. </p> <p><strong>1. Drummond é o poeta brasileiro mais importante?</strong> </p> <blockquote> <p>Não gosto muito de pensar as coisas em termos de competição: o maior poeta, o poeta menor. Mas é interessante lembrar que, há algumas décadas, Drummond era tido apenas como um dos grandes nomes da poesia brasileira, um entre outros. Sua obra estava envolvida nas discussões mais polêmicas da vida literária. Não havia unanimidade em torno do assunto. Hoje, por diversas razões - que têm mais a ver com a nossa época do que com Drummond - percebe-se uma tendência a transformá-lo em referência central da poesia brasileira do século XX, assim como se faz com Pessoa, em Portugal. Por um lado, é natural que artistas do passado passem a representar os nossos sonhos e passem a ser referências exemplares do que entendemos como poesia (isso também tem acontecido com João Cabral de Melo Neto, com Manuel Bandeira, com Murilo Mendes) - não é algo que valha a pena simplesmente demolir, em nome do espírito crítico. Por outro lado, nenhum reconhecimento público (nenhuma "canonização", como se diz na crítica literária) deveria basear-se na anulação das contradições do artista, em sua santificação, por assim dizer. Ao contrário, são justamente essas contradições que nos dão a medida de nossas próprias dificuldades com o tempo presente e que fazem com que a poesia seja uma experiência estimulante e conflituosa. </p> </blockquote> <dl><dd> </dd><dt><u><strong>2. Pode-se dizer que a poesia de Drummond é universal?</strong></u> </dt><dt> </dt><dd>Se universal quer dizer que ela pode ser lida fora do Brasil, certamente a poesia de Drummond é universal, embora carregue um forte sotaque brasileiro (assim como, digamos, Valéry tem sotaque francês; e o americano T. S. Eliot, sotaque inglês). Agora, se entender universal como uma forma de dizer as coisas que nos coloca na proximidade com aquilo que acreditamos que somos e desarticula, ao mesmo tempo, esse espaço de identidade, então, a questão mais imediata, a meu ver, seria esta: por que acreditamos que essa obra nos representa, e de que maneira ela nos coloca em relação com outros povos e culturas? O que mais me interessa nem é tanto a universalidade de uma obra, mas a disposição que ela manifesta de fazer a "experiência do estrangeiro", segundo uma expressão do poeta alemão Hölderlin. Seria estimulante reler Drummond, repensando a situação por este prisma. </dd><dd> </dd><dt><strong>3. O que representa o poema <em>No Meio do Caminho</em>?</strong> </dt><dt> </dt><dd>Tradicionalmente, o poema (publicado inicialmente em 1928, na revista <em><strong>Antropofagia</strong></em>) é visto como uma provocação dirigida às concepções mais tradicionais da linguagem e da poesia. Até por isso, tornou-se um ícone da demolição vanguardista. Quando li o poema pela primeira vez, no ensino médio, no início dos anos 80, o modernismo já havia se tornado a narrativa recorrente da história literária no Brasil. "<em><strong>No meio do caminho</strong></em>" já não era uma afronta à convenção poética, mas o registro uma espécie de heroísmo inaugural, definitivamente incorporado à nossa maneira de ver a poesia do século XX. A repetição [<em>No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho/ tinha uma pedra/ no meio do caminho tinha uma pedra</em>], ligada inicialmente a um efeito de destruição, não deixou de transformar em monumento poético. Por isso, ao se tornar parte das coisas supostamente superadas, esse lado iconoclasta do poema poderia acabar soando ingênuo aos nossos ouvidos, não fosse o que continua havendo nele de inquietante, como a experiência do cansaço e da memória. Em termos mais gerais, é possível dizer que o poema tornou-se uma espécie de relíquia para a poesia brasileira, com todo o aparato religioso daquilo que nos "religa" a nós mesmos, isto é, à nossa ideia de tradição poética. Penso que nossa relação com poemas desse tipo não deve ser nem alérgica nem devota. Seria mais relevante nos perguntarmos por que razão um poema do bloqueio se transforma, de uma geração a outra, em uma espécie de bloqueio para nossa experiência poética do contemporâneo. </dd><dd> </dd><dt><strong>4. Drummond se recusou a entrar na Academia Brasileira de Letras e a receber prêmios. E foi funcionário público por quase toda a vida. Como isso aparece em sua obra?</strong> </dt><dt> </dt><dd>Aceitar um prêmio e ser funcionário público não são coisas da mesma ordem. Ser funcionário público não é um prêmio, salvo em circunstâncias específicas; pode ser uma conquista, eventualmente; mas, em qualquer caso, continua sendo um trabalho. O modo como Drummond chegou ao serviço público e a maneira pela qual o exerceu é outra história, claro, e mereceria atenção. Há contradições fortes aí. Mas isso também está ligado à esfera mais ampla da trajetória e da experiência de Drummond, que teve que carregar a contradição de ser filho de fazendeiro e comunista: sofreu com essa contradição, mas aceitou as vantagens dela, igualmente. A obra de Drummond é farta em consequências. Basta ler os<em><strong> Boitempo</strong></em> [nome que Drummond deu a três livros], que são livros memorialísticos para se ter uma noção do que isso representa para o poeta. </dd><dd> </dd><dt><strong>5. Quais são as características mais influentes da obra drummondiana?</strong> </dt><dt> </dt><dd>O que gosto em Drummond é a capacidade que ele tem de ir a fundo em cada coisa miúda, radicalizando as consequências dos pequenos gestos. Além disso, tenho muita simpatia pela "irritação" com que vai, paralelamente, colocando em xeque tudo aquilo que assume ares de porto seguro da boa consciência poética e política. Até por isso, o livro <em><strong>Claro Enigma</strong></em> (1951) continua a me mobilizar especialmente, tanto pelos textos densos e desiguais como pelo incômodo que causou na recepção crítica da obra do poeta.</dd></dl> <p> </p> <p><font color="#0000ff"><em><strong>Para (re)lembrar aqui vai meu preferido (hos):</strong></em></font></p> <p align="center"><strong>JOSÉ</strong></p> <p align="center"><i>E agora, José? <br />A festa acabou, <br />a luz apagou, <br />o povo sumiu, <br />a noite esfriou, <br />e agora, José? <br />e agora, você? <br />você que é sem nome, <br />que zomba dos outros, <br />você que faz versos, <br />que ama protesta, <br />e agora, José?</i></p> <p align="center"><i>Está sem mulher, <br />está sem discurso, <br />está sem carinho, <br />já não pode beber, <br />já não pode fumar, <br />cuspir já não pode, <br />a noite esfriou, <br />o dia não veio, <br />o bonde não veio, <br />o riso não veio, <br />não veio a utopia <br />e tudo acabou <br />e tudo fugiu <br />e tudo mofou, <br />e agora, José?</i></p> <p align="center"><i>E agora, José? <br />Sua doce palavra, <br />seu instante de febre, <br />sua gula e jejum, <br />sua biblioteca, <br />sua lavra de ouro, <br />seu terno de vidro, sua incoerência, <br />seu ódio - e agora?</i></p> <p align="center"><i>Com a chave na mão <br />quer abrir a porta, <br />não existe porta; <br />quer morrer no mar, <br />mas o mar secou; <br />quer ir para Minas, <br />Minas não há mais.</i></p> <p align="center"><i>José, e agora? <br />Se você gritasse, <br />se você gemesse, <br />se você tocasse <br />a valsa vienense, <br />se você dormisse, <br />se você cansasse, <br />se você morresse… <br />Mas você não morre, <br />você é duro, José!</i></p> <p align="center"><i>Sozinho no escuro <br />qual bicho-do-mato, <br />sem teogonia, <br />sem parede nua <br />para se encostar, <br />sem cavalo preto <br />que fuja a galope, <br />você marcha, José! <br />José, pra onde?</i></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-59672740707218811972012-05-31T09:07:00.001-03:002012-05-31T09:07:00.899-03:00Projeto incentiva leitura com distribuição de livros grátis<p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2012/22/foto_dentro15667_3.jpg" width="330" height="284" /></p> <p align="center"><strong><font color="#c0504d"><i>Contos paulistanos</i>, de Alcântara Machado, e <i>A nova Califórnia e outros contos</i>, de Lima Barreto, são distribuídos à população em quiosques na capital paulista</font></strong></p> <p> <h6><font size="2"><font style="font-weight: normal"><font style="font-weight: bold">Agência FAPESP</font> – O projeto “<em><font style="font-weight: bold">De mão em mão</font></em>”, parceria entre a Editora Unesp, a Prefeitura de São Paulo e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, entrou no dia 28 em sua segunda etapa com a distribuição gratuita de dois títulos: </font><i>Contos paulistanos</i><font style="font-weight: normal">, de Antônio de Alcântara Machado, e </font><i>A nova Califórnia e outros contos</i><font style="font-weight: normal">, de Lima Barreto.</font></font></h6> </p> <p>O projeto foi lançado em dezembro de 2011 e já distribuiu à população paulistana cerca de 11 mil exemplares de <i><strong>Missa do Galo</strong></i>, de Machado de Assis.</p> <p><i>Contos paulistanos</i> reúne, em 149 páginas, textos das obras <i>Brás, Bexiga e Barra Funda</i> e <i>Laranja da China</i>, além de quatro contos avulsos de Machado (1901-1935), que foi chamado por Mário de Andrade de “o mais universal dos paulistanos”.</p> <p><i>A nova Califórnia e outros contos</i> tem 14 textos que espelham a obra de Lima Barreto (1881-1922), um dos críticos mais severos da República Velha (1889-1930).</p> <p>Dono de um texto coloquial e despojado com características realistas e naturalistas que recria tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, Lima Barreto influenciou os escritores da Semana de Arte Moderna de 1922.</p> <p>De acordo com os organizadores, o projeto “De mão em mão” tem como objetivo incentivar o gosto pela leitura por meio da disponibilização de livros em locais com ampla circulação de pessoas. Esses pontos de distribuição são quiosques montados nos terminais de ônibus Mercado (integrado ao terminal Parque D. Pedro II, no Centro), Santo Amaro, Pirituba e A. E. Carvalho, em Itaquera, em São Paulo. A entrega dos exemplares tem o apoio da SPTrans.</p> <p>O leitor poderá levar uma publicação, sem necessidade de cadastro ou registro de retirada, com o compromisso de passá-la de mão em mão. Após a leitura, as obras podem também ser entregues nas bancas, a qualquer tempo, possibilitando o compartilhamento com outros leitores. Cada pessoa pode retirar um único exemplar.</p> <p>Serão distribuídos 40 mil livros, 20 mil de cada um dos novos títulos, além dos 9 mil exemplares restantes do primeiro livro da coleção. Os quiosques ficarão abertos de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos sábados das 10 às 18h.</p> <p>O “De mão em mão” foi inspirado na iniciativa colombiana “Libro al viento”. A ideia é que as obras sejam lidas e passadas adiante, “de mão em mão”, ou devolvidas nos mesmos postos onde foram retiradas, para que possam chegar a outras mãos. O projeto colombiano recebeu o aval da Unesco e contribuiu para que Bogotá fosse declarada a Capital Mundial do Livro em 2007.</p> <p>No “De mão em mão”, as obras foram selecionadas por um conselho editorial composto por José de Souza Martins (sociólogo e conselheiro da FAPESP), Luciana Veit (editora), Sérgio Vaz (poeta e fundador do Sarau da Cooperifa), Heloísa Jahn (editora e tradutora), Jézio Hernani Bomfim Gutierre (editor executivo na Editora Unesp), Samuel Titan Jr. (professor de teoria literária na USP) e Carlos Augusto Calil (secretário municipal de Cultura).</p> <p>As obras também estão disponíveis em versão digital e podem ser baixadas gratuitamente pela internet em: <b><a href="http://www.projetodemaoemmao.com.br/">www.projetodemaoemmao.com.br</a>.</b></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-38614569708517168132012-05-04T08:11:00.002-03:002012-05-04T08:11:56.784-03:00Unesp lança 44 novos livros digitais para download gratuito<br />
<img height="235" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2012/18/foto_dentro15539_1.jpg" style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" />
<br />
<div align="center">
<em><strong>Obras que serão lançadas no dia 9 abrangem diversas
áreas e integram projeto, iniciado em 2010, que tem a meta de publicar mil
títulos até 2020</strong></em>
</div>
<h3>
<b></b> </h3>
<b><em><span style="color: #a5a5a5; font-size: small;">Agência
FAPESP</span></em></b> – A Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propg) e a Editora da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) lançarão, no dia 9 de maio, 44 novos
livros virtuais gratuitos integrantes do selo Cultura Acadêmica e da Coleção
Propg Digital, que oferece obras inéditas para <i>download</i>.<br />
<br />
A coleção teve sua primeira fase em 2010, quando foram lançadas 44 obras. Em
2011, foram publicados mais 50 novos títulos. A meta do projeto é publicar mil
títulos até 2020.
<br />
De acordo com a Unesp, de fevereiro de 2011 a fevereiro de 2012 foram
contabilizados 84 mil<i>downloads</i> das obras, dos quais a maior parte foi
feita por leitores com formação universitária, sendo 30% com mestrado ou
doutorado.
<br />
<br />
Os 44 novos livros e parte dos 94 que já integravam a coleção também podem
ser adquiridos por impressão, sob demanda.
<br />
<br />
Escritos por docentes, mestres e doutores ligados à Unesp, os livros são
resultados de pesquisas sobre diversos temas. No conjunto das 44 novas obras há
títulos de áreas como sociologia, política, comunicação, psicologia, geografia e
literatura.
<br />
<br />
O lançamento dos 44 novos títulos será realizado a partir das 9h na sede da
Unesp, em São Paulo, após a realização de uma mesa de abertura, que contará com
a participação de representantes da Unesp e da editora da universidade paulista.
<br />
<br />
Após o evento, o público terá acesso aos livros por meio de <i>e-books</i>,
contendo a versão integral das obras lançadas, que estarão à disposição dos
participantes.
<br />
<br />
Ao longo do dia 9 de maio, os autores concederão entrevistas individuais
transmitidas ao vivo na internet, no endereço <b><a href="http://www.unesp.br/tv">www.unesp.br/tv</a></b>. As entrevistas terão
duração de 15 minutos cada e serão divididas em dois blocos: o primeiro será
realizado das 11h30 às 12h30 e o segundo, das 14h às 17h.
<br />
<br />
A Editora Unesp está localizada na Praça da Sé, nº 108, no Centro de São
Paulo. O evento de lançamento da Coleção Propg Digital será realizado no 7º
andar. Não é necessário se inscrever para participar.
<br />
Os livros da Coleção Propg Digital podem ser acessados em <b><a href="http://www.culturaacademica.com.br/">www.culturaacademica.com.br</a></b>.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-92129995914130737802012-03-30T18:55:00.003-03:002012-03-30T18:55:56.107-03:00Livro descreve fauna e flora em área prioritária para conservação<br />
<img src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2012/10/foto_dentro15261_5.jpg" style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto;" />
<br />
<div align="center">
<em><strong><span style="color: #c0504d;">Resultado de projeto do
BIOTA-FAPESP, Fauna e flora de fragmentos florestais remanescentes da região
noroeste do Estado de São Paulo preenche lacuna no conhecimento sobre
biodiversidade paulista (BIOTA-FAPESP)</span></strong></em>
</div>
<b>Por Fábio de Castro</b>
<br />
<b><br /></b><br />
<b>Agência FAPESP</b> – Envolvendo mais de uma centena de pesquisadores, um
Projeto Temático realizado no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP produziu, ao longo
de cinco anos, um inventário das espécies da fauna e da flora em fragmentos de
florestas do noroeste do Estado de São Paulo.
<br />
O estudo, que preencheu uma das principais lacunas no conhecimento sobre a
biodiversidade no Estado de São Paulo, teve seus resultados sintetizados no
livro<i><b> Fauna e flora de fragmentos florestais remanescentes da região noroeste
do Estado de São Paulo.
</b></i><br />
<br />
O livro, que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Publicações, será
lançado nesta terça-feira (06/03) durante o<b><a href="http://www.fapesp.br/rio20">BIOTA-BIOEN-Climate Change Joint Workshop:
Science and Policy for a Greener Economy in the Context of RIO+20</a></b>, na
sede da FAPESP, em São Paulo.
<br />
<br />
A organização do livro e a coordenação do Temático <b><a href="http://www.bv.fapesp.br/pt/projetos-tematicos/1020/fauna-flora-fragmentos-florestais-remanescentes">“Fauna
e flora de fragmentos florestais remanescentes no noroeste paulista: base para
estudos de conservação da biodiversidade”</a></b> foram feitas pelo professor
Orlando Necchi, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas de São
José do Rio Preto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
<br />
<br />
De acordo com Necchi, a região do noroeste paulista havia sido identificada,
em estudos anteriores do BIOTA-FAPESP, como uma das áreas prioritárias para
conservação da biodiversidade.
<br />
“A região foi diagnosticada pelo BIOTA-FAPESP como uma das mais carentes de
estudos no território paulista e, ao mesmo tempo, como uma das áreas com
florestas mais fragmentadas no Estado”, disse Necchi à <b>Agência FAPESP</b>.
<br />
<br />
O projeto foi centralizado no Departamento de Botânica da Unesp de São José
do Rio Preto, com participação de pesquisadores, docentes, bolsistas de
treinamento técnico e estudantes da iniciação científica ao pós-doutorado. Houve
participação também de colaboradores de outros campi da Unesp e de outras
universidades e institutos de pesquisa do Estado.
<br />
<br />
“O estudo foi feito em 18 fragmentos florestais do noroeste do Estado de São
Paulo. Os resultados demonstraram a importância desses fragmentos na conservação
da biodiversidade remanescente”, contou Necchi.
<br />
<br />
Segundo o pesquisador, o livro representa um dos raros exemplos envolvendo,
em uma única publicação, 14 grupos de organismos da fauna e da flora de
fragmentos florestais remanescentes. “No livro, são apresentados os resultados
dos levantamentos de cada um dos grupos, bem como análises ecológicas integradas
sobre a diversidade nos fragmentos florestais e sua conservação”, afirmou.
<br />
<br />
Nos 18 fragmentos estudados, foram encontradas 30 espécies de algas e
cianobactérias aerofíticas, 16 espécies de macroalgas nos riachos desses
fragmentos, 117 espécies de musgos, hepáticas e afins, 39 espécies de
samambaias, 91 espécies de fungos basidiomicetos, 468 espécies de fanerógamas,
169 espécies de invertebrados planctônicos em lagoas associadas aos fragmentos,
71 táxons de insetos aquáticos, 257 espécies de ácaros, 2.135 morfoespécies de
insetos<i>Hymenoptera</i>, 53 espécies de peixes, 36 espécies de anfíbios
anuros, 36 espécies de répteis<i>Squamata</i> e 328 espécies de aves.
<br />
<br />
Além de inventariar as espécies dos fragmentos estudados, o projeto procurou
também analisar possíveis efeitos da fragmentação florestal sobre o padrão de
ocorrência das espécies. Outro objetivo foi avaliar a importância da preservação
dos fragmentos na manutenção da biodiversidade. Os 18 fragmentos florestais
estudados se localizavam em propriedades particulares. Nenhum deles em áreas de
conservação.
<br />
<br />
“Um dos dados mais surpreendentes é que cada um dos 18 fragmentos possui uma
composição própria de espécies de animais e plantas. Ao contrário do que
prevíamos, não há um grande número de espécies presente na totalidade dos
fragmentos. Também não imaginávamos que encontraríamos um número tão grande de
espécies”, disse Necchi.
<br />
<b><br /></b><br />
<b>Dados disponíveis</b>
<br />
<br />
O livro <i>Fauna e flora de fragmentos florestais remanescentes da região
noroeste do Estado de São Paulo</i> é organizado em 14 capítulos correspondentes
a cada grupo de organismos. Cada um deles foi produzido por pesquisadores que
lideraram equipes do Projeto Temático.
<br />
<br />
“Há ainda um capítulo inicial que descreve as características da região e dos
fragmentos e dois capítulos voltados especialmente para o aspecto ecológico da
região: um deles trata do padrão de distribuição das espécies e o outro aborda o
tema da ecologia de paisagens, determinando como os fragmentos se integram ao
contexto natural da região”, explicou Necchi.
<br />
<br />
De acordo com Necchi, os resultados do Temático foram integrados à base de
dados SinBiota e estarão disponíveis assim que a base terminar a migração do
Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria) para o Centro Nacional de
Processamento de Alto Desempenho (Cenapad) da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
<br />
<br />
“Os resultados que conseguimos se agregam aos dados do Programa BIOTA-FAPESP,
preenchendo uma lacuna importante que o próprio programa estabeleceu como
prioridade. O projeto contribuiu, assim, com o programa que tem entre seus
principais objetivos o fornecimento de dados científicos que possam ser
utilizados em políticas públicas de conservação da biodiversidade”, afirmou.
<br />
<ul>
<li><b><i>Fauna e flora de fragmentos florestais remanescentes da região
noroeste do Estado de São Paulo</i></b><br />Organizador: Orlando
Necchi<br />Lançamento: 2012<br />Mais informações: <a href="https://holoseditora.websiteseguro.com/index.php"><b>www.holoseditora.com.br</b></a><b></b></li>
</ul>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-75131824804827344362012-03-24T10:09:00.000-03:002012-03-24T10:09:19.606-03:00Quem foram os amigos de Hitler?<h4><a href="http://veja.abril.com.br/210201/p_050.html">veja</a> </h4><br />
<div style="text-align: center;"><b>Livro acusa a IBM de ajudar os </b></div><b><div style="text-align: center;"><b>nazistas e reacende a polêmica </b></div><div style="text-align: center;"><b>sobre a ascensão de Hitler</b></div></b><br />
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Ricardo Amorim <i>e</i> Cristiano Dias<br />
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<div style="text-align: center;">AP </div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzMIkxaxDdNyWkejcosYY1gco9FJ3J-EaN5DzeOoXOpEWBmfiDKWznv-Fr_u9qTqipLQhP6tbpQ5A9mHBchk8Z7LxyRSEx2MVhjsVacckIJZb_VOMuEniA4fLlvEADl7x6N8lBR-27Z7k/s1600/hitler.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzMIkxaxDdNyWkejcosYY1gco9FJ3J-EaN5DzeOoXOpEWBmfiDKWznv-Fr_u9qTqipLQhP6tbpQ5A9mHBchk8Z7LxyRSEx2MVhjsVacckIJZb_VOMuEniA4fLlvEADl7x6N8lBR-27Z7k/s1600/hitler.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> </div><div style="text-align: center;"><b>Hitler<i> (à esq.) </i>ao lado do </b><b>chefão da IBM, Watson: simpatia e condecoração</b></div><div style="text-align: center;"><b><br />
</b></div>A ascensão e o triunfo dos nazistas na Alemanha é um dos momentos mais tenebrosos da História recente da humanidade. E um dos menos compreendidos. Quando se vê o filme de trás para a frente, como é o mais comum ao se analisar um fato histórico, tudo faz mais sentido. Os nazistas eram monstruosos, colocaram fogo no estopim das latentes tensões européias na primeira metade do século passado, desencadearam uma guerra mundial que levou à morte 60 milhões de pessoas. Enquanto combatiam, montaram uma máquina mortífera paralela que assassinou 6 milhões de judeus. Mas como, antes da guerra, os nazistas puderam firmar seu poder na Europa e montar a estrutura para o holocausto dos judeus sem serem incomodados pelas potências daquele período? Eis um tema cujo interesse nunca diminui. Na semana passada, mais um capítulo dessa interminável obra chegou ao público pelas mãos do jornalista americano Edwin Black. O lançamento mundial de seu livro <i><b>IBM e o Holocausto</b></i> acirrou as discussões em torno do holocausto anti-semita perpetrado pelos alemães. Segundo o autor, graças à tecnologia da Dehomag, a subsidiária da IBM na Alemanha, os nazistas puderam mais facilmente localizar, identificar e assassinar os judeus. "<i>Quem acreditar que de algum modo o holocausto não teria ocorrido sem a IBM está redondamente enganado</i>", escreve Black. "<i>Mas há razões para examinar os fantásticos números atingidos por Hitler na matança de tantos milhões de seres humanos com tanta rapidez e analisar o papel crucial da automação e da tecnologia no genocídio</i>."<br />
Segundo que a máquina de morte engendrada por Hitler funcionasse, era preciso primeiro catalogar suas vítimas, tarefa nada fácil. Afinal, para começar, havia enorme quantidade de judeus e era preciso primeiro identificá-los e registrá-los em listas. Aí teria entrado a IBM. A poderosa corporação não dispunha ainda dos PCs que ajudaram a promover sua expansão, mas dominava uma tecnologia adequada para a tarefa: as máquinas Holleriths de cartões perfurados. Black tenta provar que os equipamentos desenvolvidos para uso no censo americano foram instrumentais na tarefa de dizimar o povo judeu empreendida pelos nazistas.<br />
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Reuters <br />
<img height="163" src="http://veja.abril.com.br/210201/imagens/internacional4.jpg" width="200" /> <br />
<img height="161" src="http://veja.abril.com.br/210201/imagens/internacional3.jpg" width="125" /><br />
<b>Edwin Black e seu livro-denúncia: </b><b>vendo os fatos de 1930 com olhos de hoje</b><br />
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Precursora dos computadores modernos, a tecnologia consistia na perfuração de cartões em pontos específicos que serviam para a identificação das características de um determinado indivíduo. Com colunas e linhas numeradas, havia centenas de combinações possíveis. As colunas relacionavam diferentes categorias e as linhas tratavam de particularizar o indivíduo. As colunas 3 e 4, por exemplo, enumeravam dezesseis categorias de cidadãos. O furo na linha 3 identificava o homossexual. A linha 12 indicava um cigano e a linha 8 identificava os judeus.<br />
Quando se passou da perseguição ao extermínio, as máquinas da IBM continuaram fazendo seu trabalho. Algumas delas, segundo o autor, instaladas em campos de concentração. Mesmo durante a guerra, ocasião em que empresas americanas ficaram proibidas de negociar com a Alemanha, a IBM usou suas subsidiárias européias, principalmente a suíça e a alemã Dehomag, para continuar faturando alto com as demandas nazistas, sustenta Edwin Black. O fundador da IBM, Thomas J. Watson, acabou sendo condecorado por Hitler em 1937 pelos serviços prestados. Em 1940, pressionado, Watson, que não escondia sua simpatia pelo líder nazista, devolveu a comenda.<br />
Isso é o que descreve Edwin Black. Os que examinaram o livro com experiência no tema acham que sua descrição força demais nas cores e nos fatos. "<i>É ridículo imaginar que o holocausto ocorreu graças à IBM. A maioria dos planos e sua execução foram desenhados a mão mesmo, com lápis e papel</i>", rebate Efraim Zuroff, diretor do Simon Wiesenthal Center, de Israel, um dos maiores centros de estudo do holocausto no mundo. "<i>Não há novidade nessas revelações. Acho que estão fazendo uma tempestade em copo d'água para vender livro</i>", diz Zuroff. Um dos mais controversos estudiosos do assunto, o historiador americano Norman Finkelstein, lembrou imediatamente do argumento de seu livro <i><b>The Holocaust Industry</b></i> (A Indústria do Holocausto), lançado no ano passado, no qual condena as tentativas de responsabilização de empresas e governos pelo genocídio com o propósito de auferir vantagens. Ele se recusou a comentar as acusações à IBM, por não ter lido o livro de Black, mas disse que o lançamento da semana passada pode estar incluído na categoria caça-níquel.<br />
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Reuters <br />
<img height="127" src="http://veja.abril.com.br/210201/imagens/internacional6.jpg" width="200" /><br />
<b>A máquina Hollerith, de cartões perfurados: a serviço do mal</b><br />
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Especialista em temas relacionados ao holocausto, a geógrafa Solange Terezinha Guimarães, da Universidade Estadual Paulista, lembra que não foram apenas a IBM e suas subsidiárias que colaboraram com o regime de Adolf Hitler. "<i>Se vamos falar de responsabilidades, temos de citar outras empresas, como a IG-Farben, que deu origem à Basf e foi a principal fornecedora do gás usado nas câmaras dos campos de concentração</i>", diz. A IG-Farben era o principal conglomerado industrial da Alemanha nazista e, com o fim do conflito, teve vários de seus executivos condenados por crimes de guerra pelo Tribunal de Nuremberg, que julgou as atrocidades cometidas no período. A empresa se dividiu em companhias menores, hoje tão famosas quanto a IBM, como é o caso de Basf, Hoescht e Bayer.<br />
A farta documentação que o sustenta não livra o trabalho de Edwin Black de um equívoco fatal: a falta de perspectiva histórica. Black avalia principalmente acontecimentos ocorridos entre 1933 e 1939, época da ascensão do nazismo na Europa, com a visão atual do fenômeno. Diferentemente da percepção que se tem hoje do nazismo, uma ideologia contrária à própria humanidade, o conceito que se tinha na época não era tão nítido nem tão clara a informação sobre seus atos. Hitler era chefe de um governo legítimo e democraticamente eleito, que estava promovendo a recuperação econômica da Alemanha e suscitava simpatias mesmo nos Estados Unidos e na Europa democrática. As atrocidades do nazismo contra os judeus, que já estavam ocorrendo, não eram amplamente conhecidas e, de certa forma, batiam com o largamente disseminado anti-semitismo que grassava em toda a Europa, da Rússia até a França. Assim, muita gente acima de qualquer suspeita acabou aderindo ao fascínio do führer alemão.<br />
Henry Ford, fundador da maior fabricante de carros dos Estados Unidos, nunca escondeu sua admiração por Hitler. A simpatia era correspondida e Hitler cita o nome do empresário americano em<i><b> Mein Kampf</b></i>, livro autobiográfico do líder nazista. A exemplo de Watson, Ford também foi condecorado por Hitler em 1938. As boas relações com os nazistas renderam à Ford alemã uma encomenda de 100.000 caminhões para o Exército alemão em 1942. A imagem romântica e combativa da resistência francesa também não corresponde à realidade. Até meados de 1941, os nazistas foram muito bem tratados na França ocupada. Paris fez uma festa com a dinheirama dos soldados e oficiais nazistas. Pelas salas suntuosas do Hotel Ritz, onde morava, a famosa estilista Coco Chanel exibia seu amante, um oficial nazista atlético, jogador de tênis, bom bebedor de champanhe. Depois da guerra, Chanel tentou minimizar o caso. "<i>Na minha idade, quando um homem quer dormir com você, não dá para pedir seu passaporte</i>", disse. Documentos revelados na França, em 1999, mostram seu envolvimento político com oficiais alemães. Chanel teria inclusive sido incumbida pelo alto comando da Wehrmacht, o Exército nazista, de sondar o primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, sobre a possibilidade de a Inglaterra assinar um acordo de paz em separado com a Alemanha. Colaboração mais direta teve Ferdinand Porsche, um dos mais talentosos designers de automóveis da época. A admiração de Hitler por Ford levou-o à idéia de produzir na Alemanha um carro popular. Encarregado da tarefa, Porsche inventou o Volkswagen ("carro do povo") em 1935. Com o início da guerra, passou a desenhar tanques para o Exército alemão.<br />
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Reprodução <br />
<img height="158" src="http://veja.abril.com.br/210201/imagens/internacional7.jpg" width="250" /><br />
<b>Porsche e o </b><b>führer: projetos de carros e tanques de guerra</b><br />
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Com o lusco-fusco ideológico que caracterizou a época, fica difícil traçar a fronteira entre o colaboracionismo explícito com o regime nazista e a prestação de serviço a um cliente. Essa confusão atingiu seu grau mais dramático na França ocupada pelos nazistas em 1940. Ao dominar o país, os alemães instalaram um governo na cidade de Vichy, de onde o país seria governado pelos próprios franceses mas a serviço do führer. Coube ao marechal Henri-Philippe Pétain o serviço sujo. Mas ele não estava sozinho. A França de Vichy só sobreviveu graças ao anti-semitismo latente entre os franceses, que aumentou ainda mais após a ocupação. A febre do colaboracionismo acabou levando Louis Renault a colocar suas fábricas de automóvel a serviço do adversário. Ao contrário de Ford e Porsche, Renault foi preso em 1944. Acusado de traição, morreu na cadeia no mesmo ano.<br />
O ataque alemão foi avassalador, a derrota francesa humilhante e qualquer reação à ocupação parecia ridícula. O próprio general Charles de Gaulle desaconselhava enfrentamentos, o que permitiu aos alemães se acomodarem confortavelmente atrás de um governo subserviente em Vichy. O pacto de não-agressão entre a Alemanha de Hitler e a União Soviética de Stalin garantia a vida boa aos alemães, livrando-os de uma resistência armada dos comunistas. Intimamente ligada ao Partido Comunista francês, a resistência francesa só passou a ser efetiva depois que Hitler, em 1941, invadiu a União Soviética, como assinala o historiador francês Marc Ferro, em sua <i><b>História da Segunda Guerra Mundial</b>, </i>outro livro que procura ver os episódios dentro de uma ótica do seu tempo. A ordem de reagir ao domínio estrangeiro partia assim muito mais de Moscou que de Londres, onde De Gaulle passava seus dias de exilado com muito mais medo dos comunistas que dos próprios nazistas.<br />
A dúvida sobre qual era o verdadeiro inimigo, se o nazismo ou o comunismo, persistiu mesmo depois que as tropas de Hitler invadiram a Rússia em 1941 e lançaram os soviéticos nos braços dos aliados. Mas era muito mais forte dois anos antes, quando Hitler e Stalin assinaram um tratado de não agressão enquanto trocavam amabilidades. O Projeto Avalon, da Universidade de Yale dos Estados Unidos, levantou uma vasta documentação, disponível em seu site na internet desde 1998, que comprova as relações incestuosas entre o regime de Hitler e o de Stalin. Há documentos com força de martelada, como um telegrama enviado pelo chanceler soviético Molotov a seu colega alemão Ribbentrop, logo depois da invasão da Polônia pelos alemães, que detonou a II Guerra Mundial. Diz a mensagem de Molotov: "<i>Recebi sua comunicação a respeito da entrada das tropas alemãs em Varsóvia. Por favor, aceite minhas congratulações e meus cumprimentos ao Governo do Reich Alemão</i>". Com os aliados nazistas atacando por um lado, os russos aproveitaram e tomaram a outra metade da Polônia. Além da cumplicidade de Stalin, Hitler contava com a conivência ou a indiferença das potências ocidentais. Hitler foi recebido como herói nacional em Viena depois da incorporação da Áustria, em 1938, e ninguém moveu uma palha quando a Alemanha anexou a Checoslováquia no ano seguinte. Foi somente no final de 1942 que o mundo, atordoado, começou a tomar conhecimento da política de extermínio do governo alemão, mas até o fim da guerra não se tinha plena consciência das dimensões da tragédia. O livro de Black, se erra em focar no papel de uma única empresa, a IBM, tem o mérito de lembrar que sem a ajuda de comunistas e capitalistas o veneno de Hitler talvez pudesse ter sido contido antes de espalhar destruição pelo mundo.<br />
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</h4>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-11249994008048283332012-01-05T09:08:00.000-02:002012-01-05T09:08:50.014-02:00História em megabytes<h1 style="background-color: white; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #40727b; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font-size: 30px; font: inherit; line-height: 30px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 20px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><i><b><a href="http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/historia-em-megabytes" target="_blank">Revista de História</a></b></i></h1><h2 style="background-color: white; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; font: inherit; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="color: #444444;"><i><b>Em tempos de livros digitais, ‘bibliotecas públicas virtuais’ aproximam os leitores de grandes autores que já caíram em domínio público – e também de obras pirateadas e até proibidas pela Justiça</b></i></span></h2><div id="autor" style="background-color: white; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #346c76; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; font: inherit; line-height: 18px; margin-bottom: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><i><b>Felipe Sáles</b></i></div><div class="text" id="body" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(206, 206, 206); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-color: rgb(206, 206, 206); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; color: #6f6f6f; font-family: 'Trebuchet MS', Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; font: inherit; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 20px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 20px; vertical-align: baseline;"><ul id="paginas-conteudo" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><li style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"></div><br />
<div class="caption left" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: table; float: left; font-size: 13px; font: inherit; height: 345px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 248px;"><img alt="Capa do livro de Capistrano de Abreu, transformado em ebook" src="http://www.revistadehistoria.com.br/uploads/docs/images/images/6194_724.jpg" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; font-size: 13px; font: inherit; height: 345px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 248px;" /><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; clear: both; font-size: 12px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px; vertical-align: baseline;">Capa do livro de Capistrano de Abreu, transformado em ebook</div></div>Não há dúvidas de que os historiadores gostam mesmo é de papel – de preferência, velho. Mas em tempos de tanta documentação histórica digitalizada – e diante da popularização de <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">tablets</em> que agitam o consumismo natalino –, a RHBN Online preparou o caminho das pedras para os leitores mais modernos encontrarem livros eletrônicos gratuitos no emaranhado de megabytes da internet.<br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Há uma infinidade de obras em domínio público presentes nas estantes das bibliotecas públicas virtuais, que permitem pegar livros “emprestados” por tempo indeterminado. É o caso, por exemplo, de um dos nossos mais célebres escritores. <a href="http://machado.mec.gov.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Machado de Assis conta até com um site especial</a>, feito pelo Ministério da Educação, que disponibiliza em formato PDF a obra completa do primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Até as <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=17384" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">correspondências do escritor</a> podem ser baixadas para o seu computador ou <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">tablet</em>.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O site <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Domínio Público</a>, do Ministério da Educação, é o oásis dos novos leitores, com mais de 180 mil obras à disposição. Quem não ganhou um <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">tablet</em>no Natal não precisa se preocupar: os livros são disponibilizados, na maioria das vezes, em formato PDF e HTML, padrão das páginas de internet que pode ser visto em qualquer computador. Desde 2004, já foram feitos mais de 30 milhões de downloads de livros diversos.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Apenas sobre História Geral, são 1.263 obras – 726 delas em português. A mais acessada é “<a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=15713" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">A escravidão</a>”, de Joaquim Nabuco, lida virtualmente por mais de 33 mil pessoas. Outro que se destaca é “<a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2148" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">História do Brasil: 1500-1627</a>”, de Frei Vicente de Salvador. Quem não leu o célebre “<a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2074" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Capítulos de História Colonial (1500-1800)</a>”, de João Capistrano de Abreu, pode começar a qualquer momento.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Obviamente, a benesse não se restringe aos autores nacionais. Basta um clique para ter acesso a obras de <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do;jsessionid=F46B90AFD7F905A3BB9F444A1948A72F" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">William Shakespeare</a>, <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Fernando Pessoa</a> e <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Dante Alighieri</a> – <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">best seller online</em>, com mais de 1,7 milhão de livros baixados –, passando por <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Pero Vaz de Caminha</a> e <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Luís de Camões</a>. Não há por que se preocupar com o idioma: o site oferece 16 opções – de latim a sânscrito! –, incluindo, obviamente, versões em português.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><br />
</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="font-weight: bold;"></strong></div><div class="caption left" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: table; float: left; font-size: 13px; font: inherit; height: 90px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 70px;"><strong style="font-weight: bold;"><img alt="Livro de 1908 sobre o Amazonas" src="http://www.revistadehistoria.com.br/uploads/docs/images/images/0068.jpg" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: left; font-size: 13px; font: inherit; height: 90px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 70px;" /><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; clear: both; font-size: 12px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px; vertical-align: baseline;">Livro de 1908 sobre o Amazonas</div></strong></div><strong style="font-weight: bold;">Bibliotecas virtuais estaduais e independentes</strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Outras opções interessantes são o <a href="http://books.google.com.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Google Livros</a> e os sites independentes <a href="http://www.biblio.com.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Biblio</a> e <a href="http://ebooksbrasil.org/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">eBooksBrasil</a>. Porém, há alguns problemas: o Google não permite a busca por disciplina, mas torna-se uma boa opção para quem sabe o que procura. Já os outros não têm uma navegabilidade muito fácil de lidar.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Mas o melhor é que a ideia se <a href="http://www.cgi.br/gt/gtbv/bibliotecas.htm" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">irradia por outros estados</a>. O governo do Amazonas, por exemplo, criou sua própria <a href="http://www.bv.am.gov.br/portal/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Biblioteca Virtual</a> onde é possível encontrar o “<a href="http://www.bv.am.gov.br/portal/conteudo/acervo/digitalizado/descObraDigitalizada.php?idTitulo=68" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Almanaque do Amazonas para 1908</a>”, repleto de informações sobre Manaus no início do século XX, com direito a fotos e informações gerais da cidade. Já a<a href="http://www.editoraunesp.com.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">editora da Universidade Estadual Paulista (Unesp</a>) resolveu disponibilizar, gratuitamente, <a href="http://www.culturaacademica.com.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">120 títulos acadêmicos em formato digital</a>. Desde o ano passado, mais de 60 mil pessoas fizeram o download.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><br />
</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="font-weight: bold;"></strong></div><div class="caption right" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; display: table; float: right; font-size: 13px; font: inherit; height: 250px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 188px;"><strong style="font-weight: bold;"><img alt="Capa do livro proibido pela Justiça e disponível na internet" src="http://www.revistadehistoria.com.br/uploads/docs/images/images/1746059_4(1).jpg" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; float: right; font-size: 13px; font: inherit; height: 250px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline; width: 188px;" /><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; clear: both; font-size: 12px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px; vertical-align: baseline;">Capa do livro proibido pela Justiça e disponível na internet</div></strong></div><strong style="font-weight: bold;">Exclusivo na internet</strong><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Na internet é possível não só encontrar livros para todos os gostos e preços, mas também preciosidades bem longe das prateleiras, graças à Justiça brasileira.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">É o caso de “Roberto Carlos em detalhes”, do historiador Paulo César de Araújo, à disposição, com exclusividade, na internet. Para desespero do rei, que proibiu a comercialização da obra, o <a href="http://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ie=UTF-8&ion=1&nord=1#sclient=psy-ab&hl=pt-BR&nord=1&site=webhp&source=hp&q=baixar+%22roberto+carlos+em+detalhes%22&pbx=1&oq=baixar+%22roberto+carlos+em+detalhes%22&aq=f&aqi=&aql=1&gs_sm=e&gs_upl=48l76772l0l76924l50l32l0l0l0l7l1399l13571l2-5.5.9.6.1.2l29l0&bav=on.2,or.r_gc.r_p" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Google sinaliza mais de 6 mil</a> sites disponibilizando gratuitamente o livro que disseca a vida do cantor. Paulo César, que não tem ideia de como a obra foi parar na rede, não se cansa de receber e-mails de leitores, não só do Brasil como da Argentina, México e Portugal.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O livro apareceu digitalizado logo após a proibição, em abril de 2007. Na época, até o então ministro da Cultura, Gilberto Gil, admitiu que estava lendo a biografia pela internet. Apesar de não capitalizar um trabalho de 15 anos de pesquisa, que abrangeu cerca de 200 entrevistas, Paulo César vê um lado positivo.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">“A rapidez e amplitude com que isto aconteceu podem ser vistas como um ato de desobediência civil, uma reação da sociedade contra a censura. Isto eu acho positivo. Só lamento que meu livro não possa continuar também livremente nas livrarias, na forma como foi originalmente publicado. Seja como for, o importante é que 'Roberto Carlos em detalhes' continue acessível ao público. Eu escrevi para ser lido”. </div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><br />
</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="font-weight: bold;">‘Democratização da leitura’</strong></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Por outro lado, vários sites e blogs disponibilizam obras inteiras pirateadas – em alguns casos, envoltas num vieis ideológico de <a href="http://www.ebooksgratis.com.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">democratização da leitura</a>. Num manifesto na internet, os idealizadores do projeto argumentam que a democratização do acesso à tecnologia e a precariedade dos espaços físicos de leitura obrigam a “reconhecer a falência do governo em prover sua população com as ferramentas tradicionais de inclusão cultural, como as bibliotecas”.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O projeto – que conta com mais de 50 mil usuários cadastrados – parte da hipótese de que “as bibliotecas digitais têm o potencial de provocar mudanças no hábito de leitura e ampliar o acesso a livros”. Até aí, tudo bem. Só falta combinar com os autores que, afinal, precisam sobreviver para manter a "causa".</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Num desses sites são oferecidos, só de História Geral, 19 títulos, como o “Livro das moedas do Brasil – 1643 até o presente”, de Cláudio Amato, Irlei Neves e Arnaldo Russo, e até os oito volumes de “História da Geral África”. Nenhuma editora escapa, ao ponto de algumas capas de livros ganharem até selo do site pirata.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><br />
</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="font-weight: bold;">Iniciativas em prol de pesquisadores e leitores</strong></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Mas como a nova ordem veio para ficar, a Biblioteca Nacional, claro, não ficaria de fora e está com um laboratório de digitalização a todo vapor, seguindo a tendência das <a href="http://bndigital.bn.br/bibliotecasdigitais.htm" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">bibliotecas mundo afora</a>. A BN faz parte do projeto Biblioteca Digital Mundial, juntamente com instituições de Alexandria, Egito e Rússia. O projeto prevê a digitalização de documentos, cartas, fotos e mapas nas seis línguas oficiais da ONU (inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e russo), além do português, graças à participação da Biblioteca Nacional. Estão sendo digitalizados 1.500 mapas raros dos séculos XVI a XVIII, além de 42 álbuns com cerca de 1.200 fotos da Coleção Thereza Christina Maria, doada pelo Imperador D. Pedro II à BN.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Mas, quem não aguenta de saudade do cheirinho de papel, a internet também oferece uma solução. O site <a href="http://www.trocandolivros.com.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;" target="_blank">Trocando Livros</a>faz, justamente, o que o nome propõe: você cria uma lista de livros que quer trocar e fica aguardando o interesse de algum usuário. Quando houver a solicitação, você envia pelos correios e ganha um crédito para solicitar outro livro. E quem estiver de olho na estante alheia, pode comprar crédito por uma quantia pré-fixada.</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; font: inherit; margin-bottom: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Então, Feliz ano novo e ótimos downloads!</div></li>
</ul></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-71521964803320914322011-12-14T12:47:00.001-02:002011-12-14T12:47:34.384-02:00Lampião: cabra-macho ou flor do sertão?<h3> </h3> <h4>Livro que questiona a sexualidade de Lampião gera revolta no meio acadêmico – sobretudo diante de ‘comprovações’ que remetem até a fóruns da internet</h4> <p>Felipe Sáles</p> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" alt="" src="http://www.revistadehistoria.com.br/uploads/docs/images/images/lampiao(2).jpg" width="332" height="505" />Depois de Hitler, Zumbi dos Palmares e a Imperatriz Leopoldina, o, digamos, revisionismo sexual de grandes personagens da História atingiu o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva. O problema é que a “descoberta” do juiz aposentado Pedro de Morais, autor do livro <em><strong>“Lampião, o mata sete</strong></em>” – no qual afirma que o líder do cangaço era homossexual –, nem novidade é, mas se alastrou feito rastilho de pólvora nos megabytes do mundo moderno. O historiador Antônio Amaury, que dedicou nada menos que 63 anos ao estudo do cangaço, inclusive entrevistando vários membros da tropa de Lampião, é categórico: “isso nunca foi sequer cogitado por todos que conheceram e conviveram com Lampião. Portanto, levantar essa difamação foi apenas uma forma desse juiz aparecer”.</p> <p>Se era esta a intenção (ou apenas difamar o mito), o ex-juiz conseguiu. Uma pesquisa no Google com os termos “Lampião” e “gay” remete a mais de 200 mil resultados, enquanto “Lampião” e “Pedro de Morais” respondem a mais de 40 mil links. Repercussão que, como de praxe nesses casos, ganhou força mesmo após a Justiça proibir o lançamento da obra, a pedido dos parentes do cangaceiro. Pedro de Morais acredita que a decisão será revertida em breve, já que tudo se trata de uma confusão de... sinônimos.</p> <p>“O próprio juiz, na sentença, afirma que não leu o livro”, argumenta Pedro. “Ele se baseou na manchete de um jornal popularesco, que chamou Lampião de <em>boiola</em> e Maria Bonita de adúltera. Mas em momento algum eu usei esses termos... Depois que ele ler o livro, não haverá problema algum. Tudo o que eu disse está relatado por vários autores. Eu apenas tive a coragem de expor sem meias palavras”.</p> <p><strong>Fatos controversos</strong></p> <p>Para sustentar a versão, Pedro de Morais usa como exemplo até fóruns públicos do site Yahoo, onde “todo mundo sabe da homossexualidade de Lampião”.</p> <p>“Você há de convir que obter prova material de homossexualidade seja difícil. Mas este era um fato amplamente sabido por vários estudiosos”, garante Pedro, citando como exemplo o professor Luiz Mott, doutor em antropologia e fundador do Grupo Gay da Bahia. A tese de Mott – igualmente não aceita por quem se dedicou especificamente ao tema cangaço – se baseia em relatos de que Lampião, na intimidade, adorava perfume francês, usava um lenço de seda e muitos anéis nos dedos. Foi o suficiente para a conclusão – de Pedro, claro, mas não de Antônio Amaury, do alto de suas mais de 250 horas de conversa com cangaceiros e mais de 7 mil entrevistas realizadas sobre o assunto.</p> <p>“Com todo o respeito, Mott dedicou a vida ao tema da homossexualidade, não ao estudo do cangaço. Não há o menor fundamento para se afirmar isso. Eu conversei com mais de 30 cangaceiros, alguns diretamente ligados a Lampião, e ninguém jamais sequer comentou esse tipo de coisa. Inclusive, conversei uma vez com a mulher de um cangaceiro, que foi presa e levada para Salvador. Ela contou que só ouviu falar desse tipo de conduta, entre pessoas do mesmo sexo, ao chegar lá, na cidade grande”, conclui Antônio.</p> <p><strong><img alt="" src="http://www.revistadehistoria.com.br/uploads/docs/images/images/mariabonita(1).jpg" /></strong></p> <p><strong>Provas x Anedotas</strong></p> <p>O médico-legista Estácio de Lima, autor de “O mundo estranho dos cangaceiros”, também é citado como fonte. Segundo Pedro, Lampião é descrito como um homem de “trejeitos afeminados”, com “postura de homossexual” e até “realizador da cultura homossexual”, conforme descreve o ex-juiz, acrescentando ainda que Lampião “não tinha capacidade de ereção”.</p> <p>Antônio refuta:</p> <p>“Não há testemunhos nem a menor evidência para esse tipo de acusação. Mas agora está na moda dizer que toda personalidade histórica foi homossexual. Uma das bases dessa acusação estapafúrdia de impotência foi um tiro que Lampião levou na virilha. Mas esse ferimento, comprovadamente, de modo algum afetou sua virilidade, muito menos, obviamente, sua masculinidade”.</p> <p>Seja como for, Pedro de Morais não faz questão de esconder a antipatia pelo rei do cangaço, que foi tema da reportagem <a href="http://humbertoosousa.blogspot.com/#!/2011/11/fascinantes-facinoras.html">“Fascinantes facínoras”</a>, publicada em “<em>falo o que penso</em>”.</p> <p>“Eu trabalhei nas comarcas de Canindé e Poço Redonda e cansei de ouvir histórias escabrosas de Lampião. Meu objetivo é desmitificar esse canalha, um dos piores elementos que a natureza já produziu”, afirma.</p> <p>Policial militar de Sergipe, Marcelo Rocha também faz pesquisas sobre o cangaceiro, mas sob o ponto de vista da polícia – ou seja, de quem não teria o menor motivo para defender Lampião. Ele também rejeita a tese.</p> <p>“Não há a menor evidência sobre isso, nenhum relato ou livro com fundamento para tanto. O máximo que havia era conversas de esquina, meras anedotas do povo”.</p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-64395894818648571062011-08-19T16:23:00.001-03:002011-08-19T16:23:25.499-03:00Dieta totalmente natural? Isso não existe, diz cientista<p> </p> <blockquote> <p>Jeff Grabmeier </p> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" alt="Dieta totalmente natural? Isso não existe, diz cientista" src="http://www.diariodasaude.com.br/news/imgs/alimentacao-natural.jpg" /> </p> <p align="center"><font color="#c0504d" size="2"><em>"Não há uma maneira natural de comer para a qual precisamos retornar. A cultura influencia tudo o que fazemos," defende a pesquisadora.[Imagem: Cambridge Press] </em></font></p> <p><ins><ins></ins></ins></p> <p><strong>Saudosismo alimentar</strong> </p> <p>Da dieta do paleolítico à dieta dos alimentos crus, muitas pessoas preocupadas com a saúde física agora querem comer da maneira que elas acreditam que nossos ancestrais comiam. </p> <p>Mas algumas dessas prescrições alimentares fazem pouco sentido para os humanos modernos, de acordo com um novo livro sobre a evolução do uso de alimentos e dos hábitos alimentares entre os povos pré-históricos. </p> <p>Embora haja muito que possamos aprender com o que nossos antepassados comiam, muitos dos nossos alimentos e dietas mais modernos foram desenvolvidos por bons motivos, afirma a Dra. Kristen Gremillion, professora de antropologia da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos. </p> <p><strong>Dietas naturais</strong> </p> <p>"<em>Os seres humanos são onívoros, nós podemos comer uma grande variedade de coisas</em>," diz Gremillion, que acaba de publicar seu livro <i><strong>Apetites Ancestrais: A Comida na Pré-História</strong></i>, ainda sem lançamento no Brasil. </p> <p><em>"Em vez de tentar fundamentar uma dieta saudável naquilo que nós pensamos que as pessoas costumavam comer milhares de anos atrás, faria muito mais sentido olhar para as nossas necessidades nutricionais hoje e encontrar a melhor maneira de atendê-las</em>," explica. </p> <p>Uma questão que a pesquisadora levanta contra os muitos modismos das novas dietas é a alegação de que elas seriam de algum modo mais "naturais" porque se concentram em um tempo antes que a cultura moderna estragasse nossos hábitos alimentares. </p> <p>"<em>Esse tempo nunca existiu</em>", disse Gremillion. </p> <p>"<em>O comportamento alimentar humano não pode ser reduzido apenas à nossa biologia. A cultura sempre exerceu uma influência importante naquilo que nós comemos e como nós comemos. E as pessoas têm sido criativas, encontrando novos alimentos para comer e novas maneiras de prepará-los. Não há como dizer que só há uma forma correta para comermos</em>," completa a pesquisadora. </p> <p><strong>Dieta do paleolítico</strong> </p> <p>Uma dieta popular hoje é a chamada "paleo" ou "dieta do paleolítico", algumas vezes também chamada de dieta do homem das cavernas. </p> <p>Esta dieta é baseada no que as pessoas comiam antes da introdução da agricultura. Há uma ênfase em carnes magras e frutas e legumes, evitando alimentos processados e grãos de todos os tipos. </p> <p>Gremillion afirma que a dieta paleo tem uma base científica e é uma forma saudável de comer. Mas não é de modo algum mais natural do que outras dietas. </p> <p>"<em>Não é contra a natureza dos seres humanos comer cereais e grãos, apesar do que algumas pessoas possam dizer. Os humanos começaram a agricultura porque era difícil conseguir alimentos suficientes através da caça e da coleta. Grãos de cereais representam uma fonte estável de calorias</em>," disse ela. </p> <p>Os grãos de cereais não podem ser a única base de uma dieta, mas podem ser parte de uma alimentação saudável, garante. </p> <p><strong>Dieta dos alimentos crus</strong> </p> <p>Apesar de a dieta paleo ter uma base científica, Gremillion afirma que a dieta de alimentos crus não tem. </p> <p>Esta dieta enfatiza a obtenção de calorias de alimentos não cozidos e não transformados. </p> <p>"<em>Não há realmente nada a se ganhar por comer apenas alimentos crus. Cozinhamos os alimentos há centenas de milhares de anos</em>," disse ela. </p> <p>O cozinhar remove alguns nutrientes dos alimentos, assim como também divide os compostos nos alimentos para tornar alguns nutrientes mais fáceis para serem assimilados por nossos corpos. </p> <p>Além disso, é muito mais fácil para nossos dentes e mandíbulas comer alimentos cozidos do que rasgar e triturar alimentos duros e fibrosos. </p> <p>"<em>Cozinhar pegou por um bom motivo, e não há nenhuma razão real para descartá-lo</em>," defende. </p> <p><strong>Retorno à natureza</strong> </p> <p>A preocupação com o retorno a um estado mais natural muitas vezes envolve não apenas o que comemos, mas como e onde podemos cultivar alimentos e domesticar animais. </p> <p>Grande parte da própria pesquisa de Gremillion envolve as origens da agricultura e como os povos primitivos interagiam com o meio ambiente. </p> <p>"<em>Tem havido uma tendência na cultura americana de pensar que a selva virgem é algo totalmente separado das pessoas. Mas é um equívoco pensar que as paisagens que queremos trazer de volta não foram tocados por pessoas</em>," disse ela. </p> <p>Estudando os nativos da América do Norte, ela afirma que os seres humanos têm interagido com o meio ambiente desde o momento que pisaram no continente. </p> <p>Uma das primeiras formas que os nativos interagiram com o ambiente foi através do uso do fogo para limpar áreas para a sua utilização. Mais tarde, eles também adotaram a agricultura em pequena escala. </p> <p>"<em>Mas não era apenas uma ligação espiritual com a natureza. Foi uma maneira prática de viver da terra</em>", disse ela. </p> <p><strong>Hábitos culturais</strong> </p> <p>Gremillion afirma que, em tudo o que se relaciona à alimentação - os alimentos que comemos, a forma como os cultivamos e como os preparamos - não há uma maneira natural de fazer as coisas. </p> <p>"<em>Os seres humanos são flexíveis. Isso é o que fazemos melhor do que qualquer outro animal, e isso significa que podemos nos adaptar às condições</em>," disse ela. </p> <p>"<em>Não há uma maneira natural de comer para a qual precisamos retornar. A cultura influencia tudo o que fazemos</em>," conclui ela.</p> </blockquote> <p><a href="http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=dieta-totalmente-natural&id=6660&nl=nlds">Dieta totalmente natural? Isso não existe, diz cientista</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-524143743301310052011-08-17T15:41:00.001-03:002011-08-17T15:41:40.862-03:00Ícone moderno<p> </p> <blockquote> <h3><a href="http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/icone-moderno">Revista de História</a></h3> <h4>Livro <em>'O risco - Lucio Costa e a utopia moderna'</em> traça o percurso de vida e as obras do arquiteto que chamava Brasília de 'a cidade que inventei'</h4> <p><font color="#a5a5a5"><em><strong>Luiz Cruz</strong></em></font></p> <p><img alt="Fachada norte do edifício Gustavo Capanema, no Centro do Rio" src="http://www.revistadehistoria.com.br/uploads/docs/images/images/gustavocapanema.jpg" /></p> <p align="center"><em><font color="#c0504d">Fachada norte do edifício Gustavo Capanema, no Centro do Rio</font></em></p> <p>Iluminado. Assim vamos encontrar Lucio Costa no livro “<em><strong>O risco - Lucio Costa e a utopia moderna</strong></em>”, editado por Sesc/RJ e CEF. Geralmente um livro pode virar filme. Este é o contrário, foi o filme de Geraldo Motta Filho que virou livro. Um belo livro, todo em páginas pretas, num bonito projeto gráfico para mostrar a grande figura da arquitetura moderna brasileira. “O risco” traz uma série de depoimentos de pessoas da família, amigos, companheiros de trabalho e admiradores. É obra que contribui muito para entendermos a trajetória do arquiteto. </p> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" src="http://50brasilias.files.wordpress.com/2010/05/sl-01.jpg?w=370&h=138" width="370" height="138" /></p> <p>Lucio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa nasceu em Toulon, França, em 27 de fevereiro de 1902 e faleceu no Rio de Janeiro, no dia13 de junho de 1998. Ele foi “<em>um pensador, muito mais do que mero arquiteto ou urbanista</em>”, segundo depoimento do arquiteto Lauro Cavalcanti. Iniciou sua formação na França, depois na Suíça e, posteriormente, na Inglaterra. Retornou ao Brasil para cursar a Escola Nacional de Belas Artes. Logo que se formou, em 1924, instalou seu escritório de arquitetura em parceria com Gregory Warchavchik – russo, com formação na Itália, que se mudou para o Brasil em 1923 e foi o precursor da arquitetura moderna em São Paulo. O escritório da dupla se tornaria num reduto de puristas (em oposição ao neocolonial, cheio de detalhes), procurado por jovens arquitetos. Em 1930, foi convidado a dirigir a Escola de Belas Artes e conseguiu inovar todo o sistema de ensino. Uma das consequências foi o Salão Nacional de Arte, de 1931, que tornou-se uma referência das artes plásticas.</p> <p>Um pouco antes disso, foi criado o Sphan – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (hoje Iphan), ligado à trajetória do arquiteto. Ele integrou a equipe técnica do instituto a partir de 1937 e lá ficou até se aposentar, em 1972. O Sphan nasceu como resultado das propostas dos modernistas brasileiros. Em 1924, foi realizada a conhecida expedição a Minas, que tinha como objetivo uma “redescoberta” do se havia produzido de arte no Brasil. Dela faziam parte: Mario de Andrade, Oswald de Andrade e seu filho Nonê, Tarsila do Amaral, Olívia Guedes Penteado, René Thiollier, Gofredo da Silva Telles e o poeta franco-suíço Blaise Cendrars. Encontraram tesouros, além de sítios correndo grave risco de se perderem devido ao total abandono. Foi a partir dessa expedição que se iniciou a preocupação para a preservação patrimônio cultural. O texto do Decreto-Lei Nº 25, de 30 de novembro de 1937, teve redação de Mario de Andrade, com orientação jurídica de Rodrigo Mello Franco de Andrade, que era advogado e foi o primeiro diretor do órgão, dirigindo-o por 30 anos. Rodrigo conseguiu formar um grupo de apoio expressivo, envolvendo várias figuras como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Mario de Andrade e outros.</p> <p>Em 1935, por meio de edital publicado em 23 de abril, foi realizado um concurso para a escolha do projeto arquitetônico para a nova sede do Ministério da Educação, Cultura e Saúde. A proposta vencedora foi de Archimedes Memória, de inspiração “marajoara”. O vencedor recebeu o prêmio, mas o projeto não foi executado. Como naquele momento predominava a influência “modernista”, em circunstância deliberada por Drummond, o ministro Gustavo Capanema, convidou Lucio Costa para criar o projeto para a sede do ministério.</p> <p>Lucio monta, então, uma equipe para desenvolver a proposta, fazendo parte dela Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcellos, Affonso Eduardo Reidy. Oscar Niemeyer trabalhava juntamente com Lucio, em seu escritório, mas não se sentia parte da equipe – estava aprendendo. Porém, deu contribuições expressivas para a elaboração do projeto.</p> <p>Foi o Lucio Costa quem sugeriu que se convidasse o arquiteto Charles Edouard Janneret, mais conhecido por Le Corbusier, para prestar uma consultoria durante a elaboração do projeto para a sede do Ministério da Educação, Cultura e Saúde, depois Palácio da Cultura e atualmente Palácio Gustavo Capanema. O arquiteto passou seis semanas no Brasil e fez muitas sugestões, mas predominou a inspiração dos arquitetos brasileiros e o prédio ficou com as características leves e sobre pilotis elegantes. Enquanto a obra deste arquiteto é pesada, extremamente arrojada. O oposto desenvolvido pela arquitetura moderna brasileira, que foi reconhecida internacionalmente pela ousadia e inovação.</p> <p>O edifício é considerado um marco no estabelecimento da arquitetura moderna brasileira, tendo-se tornado referência internacional. Foi a grande atração da mostra “Brasil Builds”, realizada no Museum of Modern Art of New York, de 1943, e referência na revista francesa “Architecture D’Aujourd’hui”, de 1947.</p> <p> </p> <div style="padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; width: 448px; padding-right: 0px; display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto; padding-top: 0px" id="scid:5737277B-5D6D-4f48-ABFC-DD9C333F4C5D:cf8c88ed-0b23-4093-8d42-87dbac936419" class="wlWriterEditableSmartContent"><div id="5fc0df3d-2856-4e41-8928-fd72384be875" style="margin: 0px; padding: 0px; display: inline;"><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=wHVG_2i4YEg&feature=player_embedded#at=35" target="_new"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCelUO6DV2zOpda5t437_wY3vdp4R32PuMtgZjL4DhPi3bMui6TOehfST2svQ3_jp_cE-XZlVrwJHoRfvc42ZOzIvTDsY1Wep3GYyaNrVTa1915ccr7e-UboEwp6ukScE57cttCy6nlh8/?imgmax=800" style="border-style: none" galleryimg="no" onload="var downlevelDiv = document.getElementById('5fc0df3d-2856-4e41-8928-fd72384be875'); downlevelDiv.innerHTML = "<div><object width=\"448\" height=\"252\"><param name=\"movie\" value=\"http://www.youtube.com/v/wHVG_2i4YEg?hl=en&hd=1\"><\/param><embed src=\"http://www.youtube.com/v/wHVG_2i4YEg?hl=en&hd=1\" type=\"application/x-shockwave-flash\" width=\"448\" height=\"252\"><\/embed><\/object><\/div>";" alt=""></a></div></div></div> <p>Lucio Costa foi um homem do patrimônio. Ele dizia que só é possível revolucionar o futuro se você conhecer bem o passado. E como arquiteto e urbanista, ele mergulhou profundamente no passado. Sua viagem a Diamantina, em 1924, marcou para sempre sua vida profissional. Ele se encantou pela cidade, organizada e instalada num lugar isolado, onde a pedra predominava. Depois, a convite de Rodrigo Melo Franco de Andrade, pelo Iphan, realizou duas longas viagens por Portugal coletando informações para redigir um trabalho mais amplo sobre a origem de nossa arquitetura. Como Lucio Costa foi postergando a redação do trabalho e Rodrigo tinha pressa em ver resultados, decidiu, então, convidar Germain Bazin, do Museu do Louvre, que prontamente aceitou o convite e redigiu “<strong>L’architecture religieuse baroque au Brésil</strong>”, Paris, Plon, 1956. Lúcio ficou inconformado, achou que tinha sido traído por Rodrigo, mas suas viagens a Portugal resultaram em cadernos com muitos desenhos e informações. Se Lucio não redigiu o trabalho, as viagens muito contribuíram para o entendimento da formação das antigas vilas portuguesas e nossas cidades.</p> <p>“A cidade inventada”. Assim, o arquiteto e urbanista se referia à Brasília, cidade que ele criou. Isto surgiu em decorrência a uma série de críticas que fizeram sobre a nova capital brasileira. Uma capital instalada no nada, sem referência, sem memória, apenas implantada no centro do País, no cerrado. Onde predominavam árvores retorcidas e terra vermelha (um lugar totalmente desconhecido no aspecto ambiental). Lucio não compareceu à inauguração de Brasília. Só a visitou depois de muitos anos, acompanhado de sua filha, Maria Elisa Costa, também arquiteta, e ficou encantado com sua criação, ao constatar que lá já havia uma geração de pessoas nascidas na cidade, havia vida própria. E era uma cidade com alma. “A cidade que inventei”. Esta passa a ser a referência que Lucio Costa utilizava após sua visita.</p> <p>Essa “invenção” aconteceu após o retorno de uma de suas muitas viagens. Após desembarcar, pôs-se a trabalhar. Havia se inscrito no concurso para a criação do Plano Urbanístico de Brasília. Trabalhou silenciosamente durante dois meses em casa e em seu escritório. Apenas sua filha sabia o que se passava em sua cabeça. No dia 10 de março de 57, poucos minutos antes de encerrar o prazo de inscrições, Maria Elisa Costa entrega o projeto criado seguindo os preceitos da Carta de Atenas, documento elaborado em 1933, pelo Congresso Internacional de Arquitetura Moderna. Era uma proposta diferente, um projeto literário e muitos desenhos feitos a lápis de cor. </p> <p>A comissão julgadora era composta pelo sir William Holford, urbanista inglês, André Sive, Stamos Papadaki, Oscar Niemeyer, Luiz Hildebrando Horta Barbosa e Paulo Antunes Ribeiro.<img style="display: inline; float: left" align="left" src="http://brasiliabsb.com/history/projeto_lucio.jpg" width="297" height="197" /> À primeira vista, tudo parecia confuso, mas após a terceira leitura, sir Holford entendeu e clamou que estava diante da maior contribuição urbanística do século XX. O projeto de Lucio Costa foi o vencedor e Oscar Niemeyer foi o arquiteto escolhido para criar as edificações. Assim, Brasília saiu do papel e se tornou realidade.</p> <p>Em 1962, Darcy Ribeiro era o ministro da Educação e Cultura, no Governo de João Goulart, e trouxe novamente ao Brasil Le Corbusier. Um dos pontos visitados por ele foi o Parque Guinle, projetado por Lucio Costa, com amplo uso de treliças e bastante inspirado na arquitetura colonial mineira. Ítalo Campofiorito foi o escolhido para acompanhar o arquiteto, inclusive a visita à Brasília. Ítalo registrou as impressões do famoso urbanista franco-suíço em “O risco”, que disse: “<em>eles conseguiram uma coisa que nunca consegui. Mas contavam com uma coisa que eu nunca tive ao meu lado: a autoridade</em>”. E continuou: “<em>Essa cidade foi pensada par un type</em>”. Mais adiante: <em>“O que é bom nessa cidade é que ela tem uma alma</em>”. A visita dele e os registros de suas impressões são um presente à capital brasileira, uma cidade símbolo do modernismo, da ousadia do brasileiro.</p> <p>No mesmo livro “O risco - Lucio Costa e a utopia moderna”, vamos encontrar depoimentos impressionantes, especialmente o de Sergio Ferro que apresenta um enorme contraste sobre o clima de sonho e prosperidade que tomou conta dos anos em que se construía Brasília e a triste realidade do dia a dia da construção, das péssimas condições oferecidas aos operários, uma mão-de-obra sem qualificação alguma. Milhares de homens que enfrentavam jornadas enormes de trabalho, com alimentação precária. Cercados e ameaçados. Segundo Sergio Ferro, o sofrimento era tanto que muitos operários se suicidaram. Jogaram-se embaixo de caminhões, desesperados, com fome, diarreia e impossibilitados de sair de lá. Um contraste entre a proposta de Lucio Costa e Niemeyer e, principalmente, o discurso oficial de Juscelino Kubitscheck e a realidade.</p> <p>A memória de Lucio Costa é preservada através da ONG Casa Lucio Costa, criada no Rio de Janeiro, para reunir sua vasta coleção de documentos, desenhos e projetos. Mais informações podem ser obtidas através do site: <a href="http://www.casadeluciocosta.org/">www.casadeluciocosta.org/</a></p> <p><em><strong>Luiz Cruz</strong> é professor de Línguas e Educação Patrimonial, vive em Tiradentes/MG</em></p> <p><strong>Referência Bibliográfica</strong>:</p> <p>AMARAL, Aracy A. Blaise “Cendras no Brasil e os modernistas”. São Paulo: Ed.34/FAPESP, 1997.</p> <p>CAVALCANTI, Lauro Pereira. “Moderno e brasileiro: a história de uma nova linguagem na arquitetura”. Rio de Janeiro: Jorge Zahah Ed., 2006.</p> <p>WISNIK, Guilherme –Organização. <em>“</em>O risco - Lucio Costa e a utopia moderna<em>”.</em> Coordenação de projeto: Juliana Simões de Carvalho e Geraldo Motta Filho. Apoio Cultural SESC/RJ e outros</p> </blockquote> <p><a href="http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/icone-moderno">Ícone moderno - Revista de História</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-48608509175873597312011-08-04T15:05:00.001-03:002011-08-04T15:05:57.735-03:00John Milton<p> </p> <blockquote> <p>John Milton, filho do banqueiro John Milton Senior e Sara Jeffrey, nasceu em 9 de dezembro de 1608 em Londres, Inglaterra. Recebeu sua educação formal na mesma cidade, no St Paul's School. Posteriormente, em 1625, matriculou-se no Christ's College, em Cambridge, ali permanecendo por sete anos até concluir os estudos e formar-se em Artes, no ano de 1632. Assim, contrariando o desejo paterno de que Milton seguisse a vida religiosa.</p> <p>Milton, neste momento, com apenas 25 anos, já se revelava um homem de mente e espírito privilegiados, tendo se graduado com expressão em disciplinas como filosofia, teologia, história, política, ciências e literatura. Também já era um ávido escritor de poemas e sonetos em latim, italiano e, obviamente, inglês. Nesta época ele compõe a obra <em><strong>L'Allegro</strong></em>, uma ode à vida e hábitos no campo, e <em><strong>Il Penseroso</strong></em>, como um complemento do primeiro, sendo um louvor à contemplação e ao recolhimento. Ainda, dedica-se à redação da peça teatral intitulada <em><strong>Comus – Um disfarce</strong></em>, uma fábula mitológica na qual aborda o conflito entre o bem e o mal.</p> <p><img hspace="5" vspace="2" align="left" src="http://www.spectrumgothic.com.br/images/literatura/bio_john_milton01.jpg" width="261" height="329" />Passa alguns anos de sua juventude morando com seu pai em Buckinghamshire. Neste período, teve a oportunidade de dedicar-se intensamente aos estudos de matemática e de clássicos como Dante, Tasso e Petrarca.</p> <p>No ano de 1638, após o falecimento da mãe, Milton viaja para a França, Suíça e Itália, tendo conhecido pessoalmente o físico e pensador italiano Galileu Galilei e se aproximado do movimento renascentista. No mesmo ano compõe a elegia <em><strong>Lycidas</strong></em>. A partir de 1641 tem início sua fase mais criativa e produtiva. Milton elabora, além de poemas, sonetos e peças teatrais, ensaios sobre política e religião. </p> <p>Em junho de 1642, já atuando profissionalmente na área de ensino, casa-se com Mary Powell de apenas dezesseis anos de idade. Porém, cerca de um mês após o matrimônio, Mary parte em visita aos pais e não retorna. Fato que certamente influiu na produção literária de Milton nos anos seguintes, publicando ensaios nos quais defende com veemência a legalidade e os aspectos morais do divórcio. </p> <p>Em 1641, afrontou a doutrina eclesiástica publicando <strong><em>Of Reformation Touching Church Discipline in England</em> </strong>(Sobre a reforma da disciplina eclesiástica na Inglaterra). O contato com o professor tcheco Comenius e com o educador inglês Samuel Hartlib inspirou Milton a elaborar um tratado sobre educação em 1644. No mesmo ano, publicou <em><strong>Areopagitica</strong></em>, um discurso que defende a liberdade da imprensa e até hoje é considerado uma das obras mais bem construídas sobre o tema. Neste período, também participa ativamente da política inglesa e ocupa cargos elevados durante o período republicano.</p> <p>Em 1645, Mary regressa e Milton aceita seu retorno. O casal teria quatro filhos: Anne, Mary, John e Deborah. No ano seguinte, Milton em boas condições econômicas abandona o ensino. Paralelamente, sofre com a perda de seu pai. </p> <p>No ano de 1649 o poeta já apresenta sinais da perda gradativa da visão. Foi diretor do jornal <em><strong>Mercurius Politicus</strong></em> em 1651 e abertamente defendeu a revolução em detrimento da monarquia. Manifestou-se também em relação à matança de protestantes na Itália no episódio do Piemonte, através do soneto<em> <strong>On the Late Massacre in Piedmont</strong></em> (<em>Sobre o recente massacre em Piemonte</em>).</p> <p>Mary Powell falece em maio de 1652 devido à complicações no parto de Deborah. No mês seguinte, John de apenas 15 meses, também falece. Estas perdas abalaram sensivelmente Milton. Porém, neste momento, devido à saúde debilitada, não chegou a ser detido após a restauração da monarquia.</p> <p>Em 1656 Milton casa-se com Katherine Woodcock. No final do ano seguinte, Katherine dá à luz a menina também de nome Katherine. Porém, em fevereiro a esposa Katherine falece. No mês seguinte, a filha Katherine também morre. Em 1658 dá início à produção literária de uma de suas obras mais relevantes: <em><strong>Paradise Lost</strong></em> (<a href="http://pt.scribd.com/doc/61613755/Paraiso-Perdido"><em><strong>Paraíso Perdido</strong></em></a><em><strong>).</strong></em> Em 1660, empobrecido, enfermo e contrário às condições políticas da Inglaterra, recolhe-se e dedica o tempo a compilar as próprias obras.</p> <p>Em fevereiro de 1663, Milton casa-se novamente. Elizabeth Minshull, de apenas 25 anos, é sua terceira esposa. A esta altura, já completamente cego e passando por sérias dificuldades financeiras, dita o poema <em>Paradise Lost</em> que foi redigido em versos não rimados e aborda sob uma perspectiva cristã, a criação de Adão e Eva, o pecado original e a queda de Lúcifer. </p> <p>Milton, vivendo imerso na pobreza, vende os direitos de publicação de Paradise Lost em 1667, sendo publicada no mesmo ano. Em 1671 publica a continuidade de Paradise Lost, a obra<strong> <em>Paradise Regained</em></strong> (<em>Paraíso Recuperado</em>), que teria sido inspirada no Evangelho de Lucas e aborda o retorno de Cristo à Terra para resgatar o que Adão havia perdido. No mesmo ano é publicado <em><strong>Samson Agonistes</strong></em>. Em 1674, <em>Paradise Lost</em> é reorganizado em doze partes pelos editores e é publicado novamente.</p> <p>Em 8 de novembro de 1674, pouco antes de completar 66 anos e ainda vivendo na companhia de Elizabeth Minshull, John Milton falece devido à diversas enfermidades.</p> <p>Ao lado de Shakespeare, John Milton é uma das mais célebres e significativas personalidades da literatura inglesa. Sem dúvida, sua obra mais relevante é <em>Paradise Lost</em> que coloca Satã como personagem central e seria fonte de inspiração para os românticos que viriam. Mais do que a figura de autor classicista, um Milton pensador e contestador, politizado e corajoso ajudam a compor sua admirável biografia.</p> <p><em><strong><a href="http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/john_milton.htm">Por Spectrum</a></strong></em></p> </blockquote> <p><a href="http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/john_milton.htm">John Milton</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-85954561387819074642011-07-23T08:17:00.001-03:002011-07-23T08:17:53.480-03:00Livro histórico de Vital Brazil é relançado<p> </p> <blockquote> <p><img src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/29/foto_dentro14213_1.jpg" /></p> <p align="center"><em><font color="#d16349">Obra comemorativa do Instituto Butantan traz fac-símile da original “<strong>A Defesa Contra o Ophidismo</strong>”, do cientista Vital Brazil, analisada por 12 pesquisadores </font></em></p> <p> </p> <p><b>Agência FAPESP</b> – O Instituto Butantan lançou no dia 4 de julho a edição comemorativa do livro <i><strong>A Defesa Contra o Ophidismo – 100 Anos Depois</strong></i>.</p> <p>A obra traz um fac-símile da original <i><strong>A Defesa Contra o Ophidismo</strong></i>, <img style="display: inline; float: left" align="left" src="data:image/jpg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wCEAAkGBhESERUUEQ8PEhIREhYSEBESDxUWFxUUGBwXFhgWFRYYHjIeGBooGRUaIC8gJScwLCw4FiA1NTMrNScrOCkBCQoKBQUFDQUFDSkYEhgpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKSkpKf/AABEIAJcAZgMBIgACEQEDEQH/xAAbAAEAAgMBAQAAAAAAAAAAAAAAAgUBAwQGB//EADgQAAIBAgMEBQkIAwAAAAAAAAECAAMRBBIhBRMxQSIyUXGxFCNSYXKBkaHRM0JDYpPBwvAGB5L/xAAUAQEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA/8QAFBEBAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAP/aAAwDAQACEQMRAD8A+4xEQEREBERAREQEREBERAREQEREDVWxAW18xvwAUnwms45fRqfpP9JKp9onsv8AxnPtvay4alvXtlBAclsoVTxYm3AdgFzy1gb/AC5fRqfpP9JE7QUcRUAHEmm30nltj/7Qw+JqCnTQhmcIoZrZuBOXTiFIaxt8b29bi/s39hvAwNqtcXHOZkKI6I7h4ScBERAREQEREBERA0v9ovst4rKf/NdjPisKaNMsrM6FXVspQqQwe97gAgHTXsubS5frr3N/GbDA+W7L/wAYxhxVFq1PzeGZUo5KlNmekLFTUYKtyGcszXucwAXrX+nYrqN7LeBnHgOsPY/jSnZiuo3st4GBKl1R3CTkKJ6I7h4ScBERAREQEREBERA1spzKeQDX+UmwvoeB4yraviPKwAjeTFChPR0qWDh+3La6d8qdqVMeFxG5FUvfEbq4UrkFE7rJf72+y2999IF5gdn5GZitMW6NMrmuE7Dfu5TrxCkowHEqQPhPN4kYy1Y03q+bwjGiDTIL174gWGZj2UtGvy4ayYxOKSqtlrVqeRswyNTIbzhuM1w4PQWxIIsCLgkAPRUVsoB5AeEnK/YVSsaKjEAispZKhsAHKkgOANLMLH3ywgIiICIiAiIgIiIGG4aceUpzjMblFsPTLcwWsLZbmxzcc/RA9V7i+ldi9o43KuVKgdq2Wqq0rinT3yICjZelemTc3Nrk6ZZxYTam0wF3lNrPcgCizMq3YAOcuh0B56EX9Yeg8rxYYDcIy9G5Bt+IQ1gWP4YDDtJndTq1N6wKAUwOi9+Oi/uW/wCR2zzB2tj/ADYVXINOmWd8Oy+cK3qIbIcoBy2bLa9Qg3ymYqbd2gCCmGqMhKEB6Vm0RkemxAsL1t2wYaZWfhaB7GJWbKxdVnZWuyClSYVDTKXqNnzpb1BUPaMxBJ5WcBERAREQEREBERA1PUIdRyIa/ut9ZOoSAbAE2NgTa55C/KaMVRDMobgQfkVYfMCV+0sHTphfNgqtgGfEZMpBOUXY6m7G3ugWGHq1SenTRR2rUv8AK0213srEcQpI+E89koMU0QhMxS2NU2Ylejx10W/u9csl2WiqXAYMEYa1C3EWIOuvAQLGmbgesCSkKPVHcJOAiDAgIiICIiAiIgaKvXTub9pxVWpsSRizreyirSsDodLjloffO2qfOJ3N+02bpfRX4CBVUqakk+UOAGIPnKBGlr8FuNSB28J1h13bgVd4cpNyyk2t+UcPrNWzKFYNU326K570gqgWW5429WX4GdWJpKKb2AHQI0AHIwN1IaDuElIUj0R3CTgIiICIiAiIgJjNrb+/3SZiBqrYcNYksCL2KsRx7pDyMenV/UM6Igc4wQH36mv5zMNgQbg1KtjoRn5TpiBhVsLdkzEQEREBERAREQEREBERAQIiAiYi0DMTFpmAiIgIiICIiAiIgIiICIiAiIgJEA3NyLaWFuHbc31iIEoiIH//2Q==" width="120" height="171" />do cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha (1865-1950), com análises de 12 pesquisadores que abordam desde aspectos históricos dos acidentes e tratamentos envolvendo animais peçonhentos, quanto cenários envolvendo as atuais tecnologias para a produção de soros hiperimunes.</p> <p>Eentre os autores das análises estão pesquisadores dos Institutos Butantan, de Infectologia Emílio Ribas, Adolpho Lutz, da Fundação Oswaldo Cruz e da Sociedade Brasileira de Toxinologia.</p> <p>A publicação da obra original completou 100 anos em abril e se tornou um marco na história da produção científica brasileira. Ela é responsável por estabelecer parâmetros para a identificação e tratamento de acidentes com animais peçonhentos por meio de soros.</p> <p>O ofidismo era um dos maiores desafios da saúde pública no início do século 20 e as descobertas de Vital Brazil, detalhadas no livro, ainda ajudam a salvar vidas. O cientista produziu no Butantan soros específicos para os venenos das serpentes brasileiras.</p> <p>Mais informações: <b><a href="http://www.butantan.gov.br/home/">www.butantan.gov.br</a></b></p> </blockquote> <p><a href="http://agencia.fapesp.br/14213">Livro histórico de Vital Brazil é relançado | Agência FAPESP :: Notícias</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-391436027647302972011-06-06T12:54:00.001-03:002011-06-06T12:55:01.473-03:00Mais de 4 mil livros de ciência de graça<p> </p> <blockquote> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/23/foto_dentro13987_2.jpg" width="293" height="215" /></p> <p><em><font color="#d16349" size="2">National Academies Press, editora das academias nacionais de ciência dos EUA, publica todo o catálogo em pdf para ser baixado livremente</font></em></p> <p><b><em><font color="#a5a5a5">Agência FAPESP</font></em></b> – A National Academies Press (NAP), editora das academias nacionais de ciência dos Estados Unidos, anunciou no dia 2 de junho que passou a oferecer seu catálogo completo para ser baixado e lido de graça pela internet.</p> <p>São mais de 4 mil títulos, que podem ser baixados inteiros ou por capítulos, em arquivos pdf. A NAP publica mais de 200 livros por ano nas mais diversas áreas do conhecimento, com destaque para publicações importantes em política científica e tecnológica.</p> <p>Os livros podem ser copiados livremente a partir de qualquer computador conectado na internet e mostram o esforço da NAP em democratizar o acesso ao conteúdo produzido pelas academias norte-americanas. As academias, que atuam há mais de 100 anos, são: National Academy of Sciences, National Academy of Engineering, Institute of Medicine e National Research Council.</p> <p>Os títulos em capa dura continuarão à venda no site da NAP. A opção de ler de graça parte de livros ou títulos inteiros começou a ser oferecida pelo site em 1994. A oferta de todo o catálogo de graça para ser baixado em pdf foi feita primeiro para os países em desenvolvimento.</p> <p>Entre os títulos que podem ser baixados estão: <b><a href="http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=12192"><i>On Being a Scientist: A Guide to Responsible Conduct in Research</i></a></b>, <b><a href="http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=12910"><i>Guide for the Care and Use of Laboratory Animals</i></a></b> e <b><a href="http://www.nap.edu/catalog.php?record_id=12654"><i>Prudent Practices in the Laboratory: Handling and Management of Chemical Hazards</i></a></b>.</p> <p>Mais informações: <b><a href="http://www.nap.edu">www.nap.edu </a></b></p> </blockquote> <p><a href="http://agencia.fapesp.br/13987">Mais de 4 mil livros de ciência de graça | Agência FAPESP :: Notícias</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-62844639372122169022011-05-28T11:18:00.001-03:002011-05-28T11:19:02.289-03:00Barroco<p> </p> <blockquote> <p align="center"><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" alt="" src="http://www.brasilescola.com/upload/e/obra maestra barroca.jpg" width="352" height="280" /> <em><strong><font color="#9e7c7c">Arquitetura – obra da época barroca</font></strong></em></p> <p>O Barroco começa a partir do ano de 1600 e todas as manifestações entre essa data e 1700 estão inseridas em um contexto assimétrico e rebuscado das obras barrocas. Segundo alguns autores, a palavra “<em>barroco</em>” deriva da palavra “<em>verruca</em>” do latim, que significa elevação de terreno em superfície lisa. Toda pedra preciosa que não tinha forma arredondada era chamada de barrueca. Logo após, toda e qualquer coisa que possuía forma bizarra, que fugia do normal, era chamada de baroque. O poeta italiano Giosuè Carducci foi quem, em 1860, adjetivou o estilo da época dos Seiscentos, referindo-se às manifestações artísticas ocorridas a partir do ano de 1600, como sendo barroco. Então, apesar de não possuir características unânimes em todas as obras, o barroco passou a ser a denominação dos artistas e escritores da referida época. <br /></p> <p>O Barroco ou Seiscentismo teve início em Portugal com a unificação da Península Ibérica, fato que acarreta ao período intensa influência espanhola, e também faz surgir outra denominação para o período, Escola Espanhola. No Brasil, o Barroco teve início em 1601, com a publicação do poema épico <em><strong>Prosopopéia</strong></em>, de Bento Teixeira (<a title="http://pt.scribd.com/doc/7289654/Bento-Teixeira-Prosopopeia-1601" href="http://pt.scribd.com/doc/7289654/Bento-Teixeira-Prosopopeia-1601">http://pt.scribd.com/doc/7289654/Bento-Teixeira-Prosopopeia-1601</a>), o qual introduz em definitivo o modelo da poesia camoniana na literatura brasileira.  <br /></p> <p>Portugal estava em decadência nos últimos vinte e cinco anos do século XVI, o comércio tornava Lisboa a capital da pimenta, no entanto, a agricultura estava abandonada e as colônias portuguesas, inclusive o Brasil, não deram riquezas imediatas. Pouco tempo depois, com o desaparecimento de D. Sebastião, Filipe II da Espanha consolidou a unificação da Península Ibérica, o que possibilitou e favoreceu o avanço da Companhia de Jesus em nome da Contra-Reforma, o que ocasionou a permanência de uma cultura praticamente medieval na península, enquanto o restante da Europa vivia as descobertas científicas de Galileu, Kepler e Newton, por exemplo. <br /></p> <p>É durante este quadro cultural europeu que o estilo Barroco surgiu, em meio à crise dos valores renascentistas, ocasionada pelas lutas religiosas e dificuldades econômicas. O contexto assimétrico e rebuscado do barroco, citado anteriormente, é reflexo do conflito do homem entre as coisas terrenas e as coisas celestiais, o homem e Deus, antropocentrismo (homem no centro) e o teocentrismo (Deus no centro), pecado e o perdão, enfim, constantes dicotomias. <br /></p> <p>No Barroco podemos classificar dois estilos literários: O Cultismo e o Conceptismo. <br /></p> <p>• <em><strong>Cultismo</strong></em> – caracterizado pela linguagem culta, rebuscada, ligado à forma, jogo de palavras, com influência do poeta espanhol Luís de Gôngora, e por isso, chamado também de Gongorismo. <br />• <strong><em>Conceptismo</em></strong> – caracterizado pelo jogo de idéias, ligado ao conteúdo, raciocínio lógico, com influência do espanhol Quevedo, e por isso, chamado também de Quevedismo. <br /></p> <p>No Barroco brasileiro destacam-se os autores: Padre Antônio Vieira com suas obras de profecias, cartas e sermões e Gregório de Matos Guerra, essencialmente poético. <br /></p> <p><em><strong><font color="#a5a5a5">Por Sabrina Vilarinho <br />Graduada em Letras <br />Equipe Brasil Escola</font></strong></em></p> </blockquote> <p><a href="http://www.brasilescola.com/literatura/o-barroco.htm">Barroco - Brasil Escola</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-71335118388762969792011-05-06T15:35:00.001-03:002011-05-06T15:35:28.789-03:00Fragmentos gregos<p> </p> <blockquote> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" border="0" alt="Fragmentos gregos" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/15/foto_dentro13726_0.jpg" height="415" /></p> <p><font color="#c0504d"><em>Pesquisadora da USP faz estudo filológico sobre fragmentos do primeiro poeta lírico da Grécia antiga</em></font></p> <p><b><font color="#666666"><em>Por Fábio de Castro</em></font></b></p> <p><b><font color="#666666"><em>Agência FAPESP</em></font></b> – Os animais tinham uma presença marcante na obra de <font color="#333333"><strong>Arquíloco</strong></font>, um dos mais importantes poetas da Grécia antiga, nascido na ilha de Paros na primeira metade do século 7 a.C. Os fragmentos de seus escritos que contêm fábulas e imagens de animais foram o mote para um estudo realizado pela professora Paula da Cunha Corrêa, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).</p> <p>O resultado foi o livro <i><strong>Um bestiário arcaico – Fábulas e imagens de animais na poesia de Arquíloco</strong></i>, lançado com apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicação. A obra desvenda a conotação do caráter dos animais – bastante diferentes para os gregos antigos – nos fragmentos de Arquíloco, comentando não apenas os poemas, mas também as fontes e os processos de transmissão dos textos ao longo dos séculos.</p> <p>Corrêa já havia lançado, em 2009, o livro <i><strong>Armas e Varões – A Guerra na Poesia de Arquíloco</strong></i>, que se dedicava ao comentário da obra de Arquíloco sob o ponto de vista da guerra – outra temática recorrente em seus poemas. A autora dedica suas pesquisas ao poeta de Paros desde o doutorado, concluído em 1995 na USP. Em 2001, fez também pós-doutorado sobre o tema na Universidade de Oxford (Inglaterra), com Bolsa da FAPESP.</p> <p>“<em>Embora seja um poeta fundamental da literatura grega, não há um comentário exaustivo de seus poemas. Por isso, resolvi comentá-los a partir de enfoques temáticos. Vários de seus poemas narram fábulas e há um grande grupo deles em que aparecem imagens ou metáforas de animais, geralmente utilizados em poemas eróticos</em>”, disse à <b>Agência FAPESP</b>.</p> <p>Segundo ela, depois de Homero e Hesíodo – que viveram no século 8 a.C –, Arquíloco é o primeiro poeta grego. “<em>Ele é o primeiro autor da chamada lírica grega, considerando-se a classificação moderna que divide a literatura entre teatro, poesia épica e poesia lírica. Apesar disso, seus gêneros característicos eram o jambo e a elegia</em>”, afirmou.</p> <p>Os antigos colocavam Arquíloco no mesmo patamar de Homero, mas hoje o poeta de Paros é bem menos conhecido do que o autor de <i>Ilíada</i> e <i>Odisseia</i>.</p> <p>“Sobrou muito pouco da obra de Arquíloco, cerca de 300 fragmentos. Provavelmente isso ocorreu porque os versos em jambos, além da conotação erótica, têm uma moralidade que mais tarde poderia ser chocante para os cristãos”, indicou.</p> <p>Além da possível rejeição da Igreja, segundo Corrêa, na própria antiguidade os poemas de Arquíloco podem ter sido mal interpretados, já que o jambo é um gênero que tem afinidade com a comédia, em sua forma de zombar da sociedade e abordar temas como sexo.</p> <p>“O ‘eu lírico’ presente em um poema em primeira pessoa é um personagem criado pelo autor. Mas, eventualmente, poderia ser lido como se fosse um dado autobiográfico. Então, muitos podiam pensar que o próprio poeta fazia as coisas descritas, que podiam ser consideradas indignas”, disse.</p> <p>Segundo Corrêa, a obra se divide em duas partes. Na primeira, dedicada às fábulas, a autora fez uma análise de cada um dos poemas, a partir de um ponto de vista filológico. A segunda parte consiste em um levantamento do caráter dos animais desde a Antiguidade.</p> <p>“São fragmentos que nos chegaram, em alguns casos, por transmissão direta – por meio de papiros do segundo século a.C. – ou, nos casos mais frequentes, por transmissão indireta, por meio de comentários e outras obras que nos chegaram pela tradução manuscrita ao longo da Idade Média”, explicou.</p> <p>Para cada um dos poemas, a autora fez um levantamento das edições de origem e apresenta comentários. Nem todos os versos estão completos. “Ao estudar os poemas, percebi que a conotação ética – o <i>ethos</i>, ou seja, o caráter – dos animais era em alguns casos fundamental para a compreensão do próprio poema. A raposa, por exemplo, aparecia com uma conotação muito diferente da nossa, que remete a uma esperteza maldosa, pejorativa”, disse.</p> <ul> <li><b><i>Um bestiário arcaico – Fábulas e imagens de animais na poesia de Arquíloco</i> <br /><b>Organizadora:</b> </b>Paula da Cunha Corrêa <b> <br /><b>Lançamento:</b></b> 2011<b> <br /><b>Preço:</b> </b>R$ 56<b> <br /><b>Páginas:</b> </b>528<b> <br /><b>Mais informações: <a href=" http://www.editora.unicamp.br/um-bestiario-arcaico.html">www.editora.unicamp.br/um-bestiario-arcaico.html</a></b></b> </li> </ul> </blockquote> <p><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13726/fragmentos-gregos.htm">Agência FAPESP :: Fragmentos gregos | Especiais</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-29755671966935574942011-05-04T12:41:00.001-03:002011-05-04T12:41:37.771-03:00Quem diabos é o diabo?<p>  </p> <h4>Satanás já fez a figura de um promotor público</h4> <h4>celeste e de um orgulhoso Anjo Caído. Mas ele</h4> <h4>também tem seu lado ridículo </h4> <p> <br /><em><strong><font color="#666666" size="2">Jerônimo Teixeira</font></strong></em> </p> <p>  <b>Exclusivo on-line</b> <br />Trechos dos livros<b> <br />• </b><a href="http://veja.abril.com.br/170908/"><i>Satã - Uma Biografia</i></a> <br /><b>• </b><a href="http://veja.abril.com.br/170908/"><i>Anjos Caídos</i></a> </p> <p>Satanás pelo jeito faz o maior sucesso nos cursos de letras. Acabam de chegar às livrarias brasileiras duas obras de professores de literatura americanos que tentam, cada um a seu modo, limpar a péssima reputação do demônio. <b><i>Satã – Uma Biografia</i></b> (tradução de Renato Rezende; Globo; 388 páginas; 40 reais), de Henry Ansgar Kelly, da Universidade da Califórnia, procede a um exame minucioso da <i>Bíblia </i>para demonstrar que o livro sagrado não dá apoio à imagem tradicional que se faz do Diabo. Em <b><i>Anjos Caídos </i></b>(tradução de Antonio Nogueira Machado; Objetiva; 88 páginas; 29,90 reais), Harold Bloom, famoso crítico de Yale, chama a humanidade a se solidarizar com o velho Satã: criaturas mortais e imperfeitas, seríamos todos – inclusive você, leitor – Anjos Caídos. Satã, no entanto, sai um tanto diminuído da leitura dessas obras. O fascínio e o pavor que ele inspira resistem mal a tentativas de humanização. </p> <p>A análise do texto bíblico realizada por Kelly às vezes se perde em filigranas gramaticais, o que torna a leitura um tanto árdua (a tradução inepta também atrapalha: chega ao ponto de confundir o <i>Eclesiástico</i> com o <i>Eclesiastes,</i> dois livros diferentes do Antigo Testamento). No cômputo final, Satanás é quase como um figurante na <i>Bíblia</i>. Sua aparição mais marcante no Antigo Testamento se dá no <i>Livro de Jó,</i> quando ele instiga Deus a testar a devoção de Jó infligindo toda sorte de castigo ao pobre. No Novo Testamento, mais vitaminado do que o barnabé jurídico que aparece em <i>Jó,</i> Satanás parece ter o mundo terrestre sob seu comando – mas tal poder, Kelly argumenta, é em última instância delegado por Deus. </p> <p><img border="0" src="http://veja.abril.com.br/170908/imagens/livros5.jpg" width="285" height="185" /> </p> <p>A narrativa cristã da perdição e da redenção do homem quase poderia prescindir do Coisa-Ruim. A Igreja, porém, logo sentiria necessidade de um opositor supremo, uma figura na qual concentrar todo o terror do pecado. Aos poucos, foram atribuídas a Satã qualidades que não lhe pertenciam (seus chifres de bode, por exemplo, não aparecem na <i>Bíblia</i> e são uma provável herança pagã dos faunos, criaturas luxuriosas). Kelly atribui a Orígenes de Alexandria, teólogo do século III, o lance criativo de transformar Satanás em um anjo das hostes divinas que, por orgulho, tenta sobrepujar Deus – e acaba caindo do céu. O Anjo Caído, que prefere sofrer no inferno a servir no céu, ganhará uma dignidade diabólica no <i><strong>Paraíso Perdido</strong>,</i> poema do inglês John Milton, do século XVII. É nessa figura que se centra <i>Anjos Caídos,</i> ensaio ligeiro de Bloom, admirador ardoroso de Milton. Derivação menor de <i><strong>Presságios do Milênio</strong>,</i> a mais complexa (e esquisita) digressão teológica de Bloom, <i>Anjos Caídos </i>repisa os temas tradicionais do autor: Bloom reclama da decadência da leitura na cultura audiovisual contemporânea e reitera que Shakespeare (que não falava muito de anjos, caídos ou não) é muito, muito importante. </p> <p>Álbum/AKG/Latinstock <br /><img border="0" src="http://veja.abril.com.br/170908/imagens/livros4.jpg" width="208" height="300" /> </p> <p><font color="#d16349" size="2"><em>CHIFRES PAGÃOS <br />O diabo no centro de um sabá de feiticeiras, em quadro do espanhol Goya: figura inspirada nos luxuriosos faunos </em></font></p> <p>A dignidade do Anjo Caído de Milton é uma exceção. Ao caracterizar o Satã de <i>Jó,</i> Bloom diz que ele age como "o diretor da CIA de Deus". No mesmo tom, Kelly diz que o Satã do Novo Testamento não é mais diabólico do que um diretor do FBI. Na <i><strong>Legenda Áurea</strong>, </i>coleção de histórias de santos do século XIII, um demônio faz um papelão ao tentar (sem sucesso) fazer com que Santa Justina ceda às investidas sexuais de um sedutor atrapalhado. No <i>Fausto </i>de Goethe, o demônio Mefistófeles se distrai espiando as nádegas dos anjos – e perde a alma de Fausto, carregada para os céus. O poeta francês Charles Baudelaire observou que o maior truque do diabo é nos convencer de que ele não existe. Faz sentido: é só dar-lhe um pouco de atenção, para o diabo se tornar uma figurinha ridícula. </p> <p><a title="http://veja.abril.com.br/170908/p_140.shtml" href="http://veja.abril.com.br/170908/p_140.shtml">http://veja.abril.com.br/170908/p_140.shtml</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-19609109909829832612011-04-09T09:12:00.001-03:002011-04-09T09:12:10.090-03:00Brasilianas na internet<p> </p> <blockquote> <h4>A formação de bibliotecas digitais, com acervos a respeito do Brasil, representa um importante passo na democratização da cultura.</h4> <p><em><font color="#a5a5a5" size="2"><strong>Renato Venâncio</strong></font></em></p> <p> </p> <p><img alt="" src="http://www.revistadehistoria.com.br/v2/docs/image/renato-ven%C3%A2ncio.gif" width="377" height="98" /></p> <p>O conceito de biblioteca brasiliana remete a instituições especializadas em acervos bibliográficos nacionais. Nos últimos anos surgiram importantes brasilianas on line. Esse desenvolvimento preencheu uma importante lacuna. Há uma década, quem quisesse consultar bibliotecas com significativos acervos especializados em história e cultura nacional tinha poucas opções institucionais, quase sempre restritas às cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.</p> <p>Os sites que vamos apresentar ainda estão em processo de incorporação de acervos. A utilização integrada deles gera bons resultados. Nesse sentido, primeiramente cabe destacar a “<a href="http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_lista">Brasiliana do Itaú Cultural</a>”. Esse portal é, na realidade, uma enciclopédia da literatura brasileira. Os verbetes abarcam os cinco séculos de nossa história cultural, de José de Anchieta a Caio Fernando Abreu. Também são disponibilizados <a href="http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=videos_lista">vídeos com entrevistas</a> e apresentações de escritores contemporâneos.</p> <p>Justamente por ter um caráter enciclopédico, este site serve de porta de entrada a outro, mantido pela <a href="http://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/2/search?order=ASC&rpp=10&sort_by=dc.title&page=1&group_by=none&etal=0&view=listing">Universidade de São Paulo-USP</a>. Esse último está progressivamente acolhendo o magnífico acervo do bibliófilo José Mindlin, recentemente falecido (foto acima).</p> <p>No portal da “Brasiliana do Itaú Cultural” podemos contextualizar a produção literária dos autores brasileiros. Em seguida, caso a obra seja de domínio público, podemos recuperá-la através da “Brasiliana da USP”. Um exemplo: no primeiro site lemos um resumo da <a href="http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5093&cd_item=35&cd_idioma=28555">trajetória intelectual de  Casimiro de Abreu</a>; no segundo, recuperamos as <a href="http://www.brasiliana.usp.br/bbd/search?filtertype=author_t&filter=Casimiro+de+Abreu&submit_search-filter-controls_add=Buscar ">primeiras edições</a> de cinco livros desse autor.</p> <p>A terceira brasiliana a ser destacada é a da <a href="http://www.brasiliana.com.br/">Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ</a>. No site que abriga o projeto, podemos ler e fazer pesquisas em mais de cem livros publicados pela Companhia Editora Nacional. São livros publicados a partir da década de 1930, há muito esgotados, mas fundamentais para a compreensão da história do Brasil.</p> </blockquote> <p><a href="http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3732">Revista de História da Biblioteca Nacional</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-11986628552131022942011-03-22T16:39:00.001-03:002011-03-22T16:39:38.744-03:00Preciosidade paleográfica<p> </p> <blockquote> <p><img border="0" alt="Preciosidade paleográfica" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/12/foto_dentro13608_1.jpg" height="235" /></p> <p><font color="#d16349"><em>Publicação de <strong>A Estatística da Imperial Província de São Paulo</strong>, documento de 1827 da Biblioteca Mindlin, descreve o patrimônio paulista natural e humano no século 19</em></font></p> <p><b><em><font color="#a5a5a5">Por Mônica Pileggi</font></em></b></p> <p><b><em><font color="#a5a5a5">Agência FAPESP</font></em></b> – Quando o príncipe dom Pedro de Alcântara proclamou a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, o que atualmente se conhece por estados eram províncias do novo Império.</p> <p>Criado o estado independente chamado Império do Brasil, era necessário fazer um balanço – do território e do patrimônio natural e humano – para saber o que havia restado da colonização e seguir adiante com a construção de um país.</p> <p><i><strong>A Estatística da Imperial Província de São Paulo</strong></i> é resultado desse levantamento, preparado em 1827 a pedido da Assembleia Geral. Na época, a província de São Paulo incluía o que é hoje o Estado do Paraná.</p> <p>A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) reuniu em uma única publicação a versão fac-similar do manuscrito, assim como sua transcrição paleográfica – forma antiga de escrita – e a transcrição moderna.</p> <p>De acordo com Plínio Martins Filho, diretor-presidente da Edusp, a ideia do projeto, que teve apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações, surgiu há cerca de seis anos com o bibliófilo e empresário José Mindlin (1914-2010).</p> <p>“Essa foi uma das últimas sugestões de Mindlin, junto com as edições da <b><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13453/especiais/fonte-de-raridades.htm"><i>Bibliographia Brasiliana</i></a></b> e de <b><a href="http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=4070&bd=1&pg=1&lg="><i>Ciência, História e Arte: Obras Raras e Especiais do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo</i></a></b>, que também foram publicadas pela Edusp”, disse à <b>Agência FAPESP</b>. Essas outras obras também tiveram apoio FAPESP para publicação. </p> <p>Martins Filho explica que o motivo de produzir uma edição fac-similar vai além de sua importância histórica. “<em>Na questão estética, a obra revela a caligrafia cursiva, que é muito bonita. Além disso, a cópia do documento original permite ao pesquisador conferir a transcrição paleográfica direto na fonte, sem a necessidade de ir à biblioteca</em>”, explicou.</p> <p>Já os não estudiosos da paleografia, mas interessados nos dados geográficos, históricos, políticos e econômicos, entre outros aspectos levantados pelos autores, podem contar com a transcrição moderna, uma espécie de tradução do português do século 19 para a linguagem atual.</p> <p><b>Membros da estatística</b></p> <p>Embora o manuscrito tenha sido originalmente produzido por sete pessoas, apenas uma delas teve seu nome destacado na página de rosto, o tenente-coronel José Antônio Teixeira Cabral.</p> <p>Cartógrafo e engenheiro, sua participação no documento não foi a mais significativa, segundo Martins Filho. Assim como Cabral, o padre-mestre Francisco de Paula e Oliveira também teve colaboração tímida, porém importante, descrevendo o contexto histórico.</p> <p>Os demais membros responsáveis pelo original da obra são o tenente-general José Arouche de Toledo Rendon, morto sete anos após a produção do relatório, que fez o levantamento territorial de São Paulo. Por ser advogado, descreveu as normas de distribuição das terras, conhecidas como sesmarias.</p> <p>Os recursos minerais da região, entre outros aspectos do país, foram explorados pelo padre-mestre Manoel Joaquim do Amaral Gurgel. Outro sacerdote a contribuir com o documento foi José Antônio dos Reis ao coletar os dados do setor agropecuário. </p> <p>Parte dos recursos hídricos e dos recursos naturais foi levantado por Candido Gonçalves Gomide. Um dado curioso descrito no documento é sobre o rio Tietê: “<em>As margens do Tietê abundam de soberbo arvoredo e de muitas e ótimas frutas silvestres. Cria copiosíssimo e delicioso peixe e, entre outras espécies, há: dourados, saupés, pacus, piracanjubas, surubins, piracambucus, jaús e piraquaxiaras, algumas de duas arrobas</em>”. Cenário inimaginável para os atuais habitantes da capital paulista com o poluído rio que corta a metrópole.</p> <p>Joaquim Floriano de Toledo foi um dos que mais atuaram no manuscrito ao abordar a região costeira da província paulista. Toledo faz também um relato da organização política, assim como a relação entre a igreja e o Estado de uma das mais importantes províncias do Brasil Império.</p> <ul> <li><b><i>A Estatística da Imperial Província de São Paulo</i></b> <br /><b>Autor:</b> José Antônio de Teixeira Cabral <br /><b>Lançamento:</b> 2010 <br /><b>Preço:</b> R$ 120 <br /><b>Páginas:</b> 440 <br /><b>Mais informações: <a href="http://www.edusp.com.br/">www.edusp.com.br</a></b> </li> </ul> </blockquote> <p><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13608/preciosidade-paleografica.htm">Agência FAPESP :: Preciosidade paleográfica | Especiais</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-81483223031258187142011-03-12T12:11:00.001-03:002011-03-12T12:11:32.806-03:00Movimento da senzala<p> </p> <blockquote> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" border="0" alt="Movimento da senzala" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/09/foto_dentro13531_1.jpg" height="324" /></p> <p><font color="#d16349">Referência na historiografia brasileira, livro <i>O Plano e o pânico: os movimentos sociais na década da Abolição</i>, ganha edição revista (<i>Imagem: J.B. Debret</i>)</font></p> <p><b><em><font color="#a5a5a5">Por Fábio de Castro</font></em></b></p> <p><b><em><font color="#a5a5a5">Agência FAPESP</font></em></b> – Com base na historiografia tradicional, o abolicionismo e o fim da escravidão no Brasil foram interpretados por muito tempo como processos elitistas, nos quais o escravo aparecia como um personagem passivo. O livro <i><strong>O Plano e o pânico: os movimentos sociais na década da Abolição</strong></i>, que acaba de ganhar sua segunda edição, revista, vem contribuindo desde 1994 para mudar essa visão.</p> <p>O fim da escravidão foi resultado de uma cultura política gestada no cotidiano do trabalho nas senzalas, de acordo com a obra, fundamentada em pesquisa realizada a partir de múltiplas fontes por Maria Helena Toledo de Machado, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).</p> <p>De acordo com Maria Helena, a tese central do livro – que teve origem em sua pesquisa de doutorado, concluída na USP em 1991 – é que os escravos não tiveram um papel passivo no processo que culminou com o fim da escravidão, que não teve nada de elitista, ao contrário do que deixava transparecer a historiografia abolicionista.</p> <p>“<em>Os escravos tiveram ampla participação no processo, em um movimento que também envolveu trabalhadores livres pobres e imigrantes. A atuação dos líderes abolicionistas só é compreensível como parte de um contexto de uma cultura política que teve origem nas senzalas, com a tensão social causada por sucessivas fugas em massa ao longo da década de 1880</em>”, disse à <b>Agência FAPESP</b>.</p> <p>Segundo a historiadora, o objetivo do livro era analisar a atuação dos escravos no processo de abolição, no período entre 1880 e 1888, no contexto paulista. Para isso, além de consultar uma bibliografia internacional, ela realizou uma pesquisa inédita considerando acervos judiciários e a documentação da polícia em cidades paulistas.</p> <p>“<em>Tratava-se de uma documentação massiva, com milhares de documentos que mapeei para selecionar apenas o que se referia aos escravos. A partir dessa seleção, valorizei os casos que relatavam revoltas, fugas em massa, homicídios, invasões de cidades e outros movimentos de maior impacto</em>”, afirmou.</p> <p>A pesquisadora, então, visitou diversas cidades paulistas, consultou cartórios locais e levantou processos criminais relacionados aos eventos que estavam listados na documentação oficial da polícia.</p> <p>“<em>Além disso, encontrei no Arquivo do Estado, pela primeira vez, o livro de reservados da polícia – onde eram registrados os fatos que não podiam ser divulgados para o público. Colhi os relatórios mais gerais dos chefes da polícia, dos presidentes das províncias e dos jornais da época</em>”, disse Maria Helena.</p> <p>No ano de 1885, por exemplo, os relatórios do chefe de polícia de Campinas relatavam que havia sido um ano tranquilo, sem maiores problemas a não ser pequenas ocorrências pontuais com escravos. Enquanto isso, o livro de reservados registrava um cenário certamente mais próximo da realidade: a cidade estava em perigo iminente com as fugas em massa de escravos.</p> <p>“<em>Percebi que os jornais eram censurados e retratavam uma versão rósea da realidade que a polícia de fato estava enfrentando. Acompanhei diversos estágios da produção dos eventos. Desde os primeiros telegramas, nos quais os fazendeiros pediam socorro ao subdelegado depois da invasão da sede de uma fazenda por escravos armados, passando pela notificação de cada autoridade, até chegar ao desenrolar do conflito e à divulgação nos jornais</em>”, disse.</p> <p><b>Onda de pânico</b></p> <p>A historiadora descobriu revoltas de escravos que não haviam sido documentadas anteriormente. Uma delas, abortada, estava planejada para ser realizada em Resende (RJ), em 1881. Os registros diziam que um homem branco conhecido como Mesquita tinha chegado dos Estados Unidos e estava organizando uma revolta de escravos sem precedentes.</p> <p>“<em>Ele orientava os escravos a roubar armas dos senhores, a cortar os fios dos telégrafos e a roubar cavalos. Planejava articular uma ação orquestrada e formar uma excursão para a corte, no Rio de Janeiro, a fim de exigir a abolição da escravidão. Vários episódios mostravam grande movimentação social naquela década – entre São Paulo e Rio de Janeiro – com participação ativa dos escravos</em>”, disse Maria Helena.</p> <p>Outra revolta estudada foi organizada em 1882, em Campinas (SP), e chegou a ser realizada, embora em dimensão menor que a planejada. Liderada por um escravo liberto chamado Felipe Santiago, essa revolta foi associada à organização de uma seita religiosa denominada Arásia.</p> <p>“<em>Os adeptos tinham iniciações, recebiam novos nomes e eram marcados no corpo em ritos iniciáticos. Esses escravos haviam comprado armas e invadiram a cidade de Campinas em uma ação muito violenta. Esse tipo de episódio dissipa a ideia de que a abolição foi uma libertação passiva, ou um protesto irracional e apolítico dos escravos</em>”, contou.</p> <p>O título do livro – <i>O Plano e o pânico</i> –, segundo Maria Helena, remete à organização deliberada das revoltas arquitetadas por escravos e à onda de pânico por elas espalhada entre os escravistas.</p> <p>“<em>Depois da revolta de Resende em 1881, houve vários outros episódios e o pânico se espalhou pelo território paulista. O medo era tamanho que, em Bananal, por exemplo, as pessoas chegaram a abandonar as fazendas e fugir para a cidade. As polícias paulista e fluminense, despreparadas, sem armamentos, sem treinamento, viram-se sob o risco palpável de eventos violentos durante toda a década</em>”, disse Maria Helena. </p> <ul> <li><b><i>O Plano e o pânico: os movimentos sociais na década da Abolição </i></b> <br />Autor: Maria Helena Toledo de Machado <br />Lançamento: 2011 <br />Preço: R$ 37 <br />Páginas: 248 <br />Mais informações: <b><a href="http://www.edusp.com.br/detlivro.asp?id=41924">www.edusp.com.br</a></b> </li> </ul> </blockquote> <p><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13531/movimento-da-senzala.htm">Agência FAPESP :: Movimento da senzala | Especiais</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-16078291415777095192011-02-26T11:16:00.001-03:002011-02-26T11:16:21.256-03:00Os Cortiços de Santa Ifigênia<p> </p> <blockquote> <p><img border="0" alt="Os Cortiços de Santa Ifigênia" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/01/foto_dentro13266_1.jpg" width="100%" /></p> <p><em><font color="#d16349">Livro mostra processo de urbanização em região no centro da cidade de São Paulo entre os séculos 19 e 20 </font></em></p> <p><b><font color="#a5a5a5"><em>Agência FAPESP</em></font></b> – O Arquivo Público do Estado de São Paulo lançou, em coedição com a Imprensa Oficial, o livro <i><strong>Os Cortiços de Santa Ifigênia: sanitarismo e urbanização</strong></i>, organizado por Simone Lucena Cordeiro, diretora do Centro de Acervo Permanente do Arquivo.</p> <p>O livro foi elaborado a partir do <i>Relatório da comissão de exame e inspecção das habitações operárias e cortiços no districto de Sta Ephigenia</i>, documento de 1893 que faz parte do acervo permanente do Arquivo.</p> <p>O relatório foi escrito em uma época de grande crescimento de São Paulo. De uma população de 69.934 habitantes em 1890, a cidade saltou para 239.820 em 1900.</p> <p>Novas construções, iluminação elétrica e linha de bondes sinalizavam o projeto de igualar a cidade às grandes capitais europeias. Mas essas iniciativas não resolviam problemas como a falta de saneamento básico ou as péssimas condições de higiene nas habitações populares – que podiam causar epidemias como as de tifo e febre amarela.</p> <p>O texto permite estudar as condições e as técnicas urbano-sanitárias, bem como a escala espacial das ações do poder público, o projeto de cidade que se queria construir/remodelar e os habitantes das moradias dessa parte da população paulistana, em sua maioria imigrantes.</p> <p>A reprodução fac-símile do documento ocupa as últimas 128 páginas do livro, juntamente com o <i>Código Sanitário</i> de 1894. Historiadores de diversas áreas contribuíram com textos de análise no novo livro, como Maria Stella Bresciani (Unicamp), Maria Alice Rosa Ribeiro (Unesp) e Jaime Rodrigues (Unifesp). </p> <ul><b>Título:</b> <i>Os Cortiços de Santa Ifigência: Sanitarismo e Urbanização (1893)</i> <br /><b>Organizadora:</b> Simone Lucena Cordeiro <br /><b>Páginas:</b> 224 <br /><b>Preço:</b> R$ 31,50 <br /><b>Mais informações:</b> <a href="http://livraria.imprensaoficial.com.br/detalhes.asp?busca=35190"><b>http://livraria.imprensaoficial.com.br</b></a></ul> </blockquote> <p><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13266/os-corticos-de-santa-ifigenia.htm">Agência FAPESP :: Os Cortiços de Santa Ifigênia | Notícias</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-20769933999896642282011-02-23T12:36:00.001-03:002011-02-23T12:36:23.194-03:00Questão de pele<p> </p> <blockquote> <p><img border="0" alt="Questão de pele" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/08/foto_dentro13496_1.jpg" width="100%" height="268" /> </p> <p><font color="#d16349"><font size="2"><i><strong>Atlas de Dermatologia em Povos Indígenas</strong></i> é lançado para auxiliar profissionais de saúde que atuam em áreas isoladas ou de difícil acesso (<i>reprodução</i>) </font></font></p> <p><em><font color="#a5a5a5"><b>Por Mônica Pileggi</b> </font></em></p> <p><b><em><font color="#a5a5a5">Agência FAPESP</font></em></b> – O <i><strong>Atlas de Dermatologia em Povos Indígenas</strong></i> foi produzido por um grupo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para colaborar com a rotina de profissionais de saúde ou de agentes indígenas de saúde – representante da tribo ou aldeia que participa de cursos e treinamentos para atuar na atenção básica de sua comunidade – em locais onde nem sempre a presença de um dermatologista é possível. </p> <p>De autoria dos dermatologistas Jane Tomimori e Marcos César Floriano, e do casal de médicos sanitaristas Sofia Mendonça e Douglas Rodrigues, o livro foi elaborado a partir de um estudo apoiado pela <strong>FAPESP</strong>, a respeito das doenças de pele mais frequentes entre os povos do Parque Indígena do Xingu. </p> <p>O projeto, coordenado pelo professor Roberto Geraldo Baruzzi, do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, teve como finalidade investigar os casos da doença de Jorge Lobo – micose crônica causada pelo fungo <i>Lacazia loboi</i> – nas aldeias do Parque do Xingu, além de capacitar a equipe local de saúde para lidar com as principais dermatoses. </p> <p>“<em>Como também fazíamos o atendimento dermatológico em diversas aldeias, até mesmo no estado do Pará, observamos muitas outras doenças de pele. Foi então que surgiu a ideia do atlas</em>”, disse Jane Tomimori à <b>Agência FAPESP</b>. </p> <p>A publicação está dividida em 11 capítulos, separados por tipos de doenças: causadas por fungos, bactérias, vírus ou parasitas, entre outras. No primeiro capítulo, os autores remetem o leitor à cultura indígena, abordando aspectos da medicina local e a representação do corpo para esses povos. </p> <p>O capítulo seguinte serve como um guia introdutório para os agentes de saúde. Por meio de imagens e textos explicativos, os autores descrevem as lesões elementares mais encontradas durante o trabalho de campo, para futuras identificações em exames dermatológicos. </p> <p>Entre as doenças de pele observadas nos atendimentos, segundo Jane, o tipo mais comum entre as populações isoladas no Parque do Xingu é o impetigo, infecção causada por bactéria – principalmente <i>Staphylococcus aureus</i> e <i>Streptococcus pyogenes</i> – de maior frequência em crianças. Contagiosa, pode ser transmitida por lesões existentes ou pelo simples ato de coçar a pele. </p> <p>“<em>Encontramos também uma doença chamada hiperplasia epitelial focal, caracterizada por verrugas na boca. Ela é descrita em algumas etnias espalhadas pelo mundo, entre elas indígenas norte-americanos, e é causada pelo papilomavírus humano</em>”, disse a cientista. </p> <p>Os pesquisadores estimam que, em vez de disseminada nas aldeias pelo homem “branco”, os índios tenham tendência genética a desenvolver tal doença, que, apesar de benigna, é contagiosa. </p> <p><b>Populações ribeirinhas</b> </p> <p>Jane explica ainda que as variações de temperatura ao longo do dia e os hábitos dos índios influenciam não só na saúde da pele, como também ocasionam problemas respiratórios. </p> <p><em>“À noite faz muito frio naquela região. Para se aquecer, eles dormem em torno de uma fogueira. Por conta disso, o número de índios com problemas respiratórios, como bronquite, é muito alto. Esse hábito também resseca muito a pele indígena</em>”, afirmou. </p> <p>A exposição ao fogo, aliada aos diversos banhos diários desses povos, acabam desenvolvendo ou piorando os casos de eczemas. Durante o trabalho na região, a pesquisadora conta que observou alta incidência da dermatose nos índios. </p> <p>Segundo Jane, embora o título do atlas aponte para doenças observadas em indígenas, seu uso também é indicado a profissionais que atuam com populações ribeirinhas, uma vez que seus hábitos são semelhantes aos dos índios brasileiros. </p> <ul> <li><b><i>Atlas de Dermatologia em Povos Indígenas</i><b> <br /><b>Autores:</b> Douglas A. Rodrigues, Jane Tomimori, Marcos C. Floriano e Sofia Mendonça <br /><b>Preço:</b> R$ 70 <br /><b>Páginas:</b> 160 <br /><b>Editora:</b> Unifesp <br />Mais informações: <a href="http://www.fapunifesp.edu.br/editora/INDEX.ASP?pg=livros&tplivro=13">www.fapunifesp.edu.br/editora</a></b> </b></li> </ul> </blockquote> <p><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13496/questao-de-pele.htm">Agência FAPESP :: Questão de pele | Especiais</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-70360099744072179262011-02-04T12:47:00.001-02:002011-02-04T12:47:54.066-02:00Dos banguês às usinas<p> </p> <blockquote> <p><img style="display: block; float: none; margin-left: auto; margin-right: auto" border="0" alt="Dos banguês às usinas" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2011/01/foto_dentro13264_1.jpg" width="343" height="366" /> </p> <p><font color="#d16349" size="2"><em>Livro analisa o desenvolvimento da economia açucareira do fim do Império até 1940 e mostra como produtores paulistas conquistaram o mercado brasileiro </em></font></p> <p><b><font color="#a5a5a5" size="2"><em>Por Alex Sander Alcântara </em></font></b></p> <p><font color="#a5a5a5"><em>Agência FAPESP –</em></font> O Estado de São Paulo ocupa o topo da produção de açúcar no Brasil. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), o Brasil produziu 31 milhões de toneladas na safra de 2008/9 e o açúcar paulista foi responsável por mais de 19,6 milhões de toneladas, ou cerca de 63% do total. </p> <p>A história da cultura de cana-de-açúcar no país mostra que essa liderança foi conquistada gradativamente e somente a partir de 1940. Na década de 1910, por exemplo, o açúcar produzido em São Paulo respondia por apenas 8% da produção brasileira. </p> <p><strong>O livro <i>Banguês, engenhos centrais e usinas: o desenvolvimento da economia açucareira em São Paulo e a sua correlação com as políticas estatais (1875-1941)</i></strong>, de Roberta Barros Meira, analisa de que forma os engenhos e usinas paulistas se modernizaram e estruturaram seu negócio. </p> <p>De acordo com autora, São Paulo, apesar de ter sido uma área secundária da produção açucareira, passou no período por uma grande mudança no setor. A compra de maquinário importado, como centrífugas de açúcar, moendas mais potentes e a construção de ferrovias – que ligavam os engenhos aos canaviais –, deram impulso na disputa pelo mercado do produto. </p> <p><em>“Essa modernização ocorreu também no Nordeste. Mas, diferentemente de São Paulo, cujos engenhos foram montados principalmente por empreendimentos nacionais, lá houve maior participação de empresas estrangeiras, que trouxeram maquinário já defasado, visando apenas a lucros imediatos”</em>, disse Roberta, doutoranda em História Econômica pela Universidade de São Paulo, à <b>Agência FAPESP</b>. </p> <p>O livro teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações. Roberta desenvolve atualmente a pesquisa de doutorado <b><a href="http://www.bv.fapesp.br/pt/bolsas/107471/terceiro-distrito-engenhos-centrais-usinas"><em>“Do terceiro distrito dos engenhos centrais às usinas</em>”</a></b>, também com apoio da Fundação. </p> <p>De acordo com Carlos de Almeida Prado Bacellar, do Departamento de História da Universidade de São Paulo e orientador do estudo, o livro ressalta o papel que o açúcar teve dentro da economia paulista em um período que é mais lembrado pela produção do café. </p> <p>O livro é dividido em três blocos temáticos. O primeiro analisa o processo de substituição dos engenhos tradicionais (banguês) pelos engenhos centrais. O segundo aborda o nascimento das usinas na Primeira República e o terceiro foca nas políticas estatais que ajudaram a consolidar o negócio açucareiro durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945). </p> <p>De acordo com a autora, umas das primeiras medidas para modernizar o setor se deu com a criação dos engenhos centrais no fim do Império. “Eles surgiram como forma de promover a racionalização da produção, a partir da separação da parte agrícola da parte fabril. O objetivo era separar a tarefa do fazendeiro, que seria exclusivamente agricultor, da atividade do usineiro”, disse Roberta. </p> <p>Mas a ideia dessas estruturas fracassou por vários problemas dentre eles a falta de mão obra especializada,  de matéria-prima e necessidade de mais ferrovias ligadas aos canaviais para escoar a produção. “<em>São Paulo saiu na frente na questão do transporte e por empregar a mesma mão de obra utilizada e que dava certo no café: o colono imigrante</em>”, disse. </p> <p>Devido à forte concorrência de grandes produtores, de Cuba e da Europa (com o açúcar de beterraba), o Nordeste perdeu espaço nas exportações no fim do século 19. As exportações para os Estados Unidos – maior mercado no período – declinaram drasticamente entre 1884 e 1886, despencando de 140 mil toneladas por ano para 80 mil. </p> <p>São Paulo se firmou com o crescimento do mercado interno e a produção paulista passou a interessar aos investidores estrangeiros, em especial aos franceses, que adquiriram vários engenhos centrais no período. </p> <p><b>Sob atuação do IAA</b> </p> <p>Algumas políticas implementadas no primeiro governo Vargas foram decisivas para tentar consolidar a indústria açucareira no país, segundo a autora. Em 1933, foi criado o Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), cuja atuação garantiu por mais tempo a hegemonia dos produtores nordestinos e conteve o avanço paulista até 1940. </p> <p>“<em>O IAA tentou regular o preço, estabelecendo cotas de produção para cada usina e para cada estado. Sob a atuação do IAA, o açúcar nordestino voltou a ser exportado. São Paulo também se beneficiou nessa época porque conseguiu vender o produto internamente a preços vantajosos, enquanto o Nordeste exportava com margem de lucro muito pequena</em>”, contou Roberta. </p> <p>Entre outras medidas adotadas no governo Vargas se destacou a obrigatoriedade da mistura de 5% de álcool anidro à gasolina importada, mas o pequeno mercado automobilístico e o preço inviabilizaram os investimentos dos usineiros em destilarias. </p> <p>O governo Vargas, segundo Roberta, assumiu uma postura definitiva para que o açúcar de usina fosse aceito pela população. “<em>O açúcar produzido nas refinarias, o cristal, era consumido pela elite, enquanto a população consumia o mascavo. Mas, com o aumento na produção industrial e nos subsídios à produção, o preço do açúcar cristalizado se tornou mais acessível à população</em>”, disse. </p> <ul><font color="#0000ff"><b>Título:</b> <i>Banguês, engenhos centrais e usinas, o desenvolvimento da economia açucareira em São Paulo e a sua correlação com as políticas estatais (1875-1941)</i> <br /><b>Autor:</b> Roberta Barros Meira <br /><b>Páginas:</b> 338 <br /><b>Preço:</b> R$ 62 <br /><b>Mais informações:</b> </font><a href="http://www.alamedaeditorial.com.br/"><b><font color="#0000ff">www.alamedaeditorial.com.br</font></b></a></ul> </blockquote> <p><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13264/dos-bangues-as-usinas.htm">Agência FAPESP :: Dos banguês às usinas | Especiais</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4860785076375337820.post-55910834397245674772010-12-10T11:24:00.001-02:002010-12-10T11:25:06.489-02:00União totalitária<p> </p> <blockquote> <p><img alt="União totalitária" src="http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2010/49/foto_dentro13159_1.jpg" width="100%" border="0" /></p> <p><font color="#800000"><em>Livro Teatro e censura: Vargas e Salazar revela que ditaduras de Portugal e do Brasil fizeram parceria para fiscalizar e censurar o teatro. Obra de professora da USP é produto de Projeto Temático da FAPESP (Foto: USP)</em></font></p> <p><font color="#808080"><em><strong>Agência FAPESP </strong></em></font></p> <p><font color="#808080"><em><strong>Por Fábio de Castro</strong></em></font></p> <p>As ditaduras de Getúlio Vargas, no Brasil (1937-1945), e de António de Oliveira Salazar, em Portugal (1932-1968), colaboraram intensamente – e até assinaram acordos bilaterais – para fiscalizar e censurar o teatro nos dois países. O próprio modelo de controle da expressão artística implantado pelo Estado Novo foi “importado” do regime totalitário português. </p> <p>As revelações históricas aparecem no livro <i>Teatro e censura: Vargas e Salazar</i>, de Maria Cristina Castilho Costa, professora da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). </p> <p>A obra é produto do Projeto Temático <b><a href="http://www.bv.fapesp.br/pt/projetos-tematicos/5755/comunicacao-censura-analise-teorica-documental">"Comunicação e censura: analise teórica e documental de processos censórios a partir do arquivo Miroel Silveira da biblioteca da ECA/USP"</a></b>, apoiado pela FAPESP. O projeto é coordenado por Maria Cristina, que estuda a produção cultural paulista entre 1930 e 1970 a partir da documentação reunida no <b><a href="http://www.eca.usp.br/ams">Arquivo Miroel Silveira </a></b>, que reúne mais de 6 mil processos de liberação de peças teatrais pelo Departamento de Diversões Públicas do Estado de São Paulo. </p> <p>O livro teve base em informações extraídas do arquivo, que foi resgatado pelo professor de teatro, diretor, produtor e autor Miroel Silveira (1914-1988) e está sob custódia da Biblioteca da ECA e também do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal. </p> <p>“Trabalhando simultaneamente com os dois arquivos, pudemos analisar como a cumplicidade política dos regimes de Vargas e de Salazar se refletia nos palcos, nos órgãos de censura e nas políticas culturais dos dois países. Constatamos que essa cooperação estendeu a presença do teatro português no Brasil, enquanto o modelo de censura salazarista era importado pelo Estado Novo”, disse Maria Cristina à <b>Agência FAPESP</b>. </p> <p>O livro teve origem no mais recente pós-doutorado da pesquisadora, realizado em 2007 e 2008 na Universidade de Coimbra (Portugal), com Bolsa da FAPESP. Na época, a equipe do Projeto Temático já estava produzindo uma base de dados a partir dos processos censórios reunidos no Arquivo Miroel Silveira. </p> <p>“Um dos campos mais importantes dessa base de dados é o nome dos autores das peças encenadas no Brasil. Mas, muitas vezes, os arquivos remetem a autores sobre os quais não existem mais registros. Grande parte desses nomes era de origem portuguesa, mas não sabíamos quando se tratava de autores do Brasil ou de Portugal. Queríamos descobrir uma base de dados portuguesa, a fim de descobrir quais peças encenadas aqui eram de autores que moravam em Portugal ou no Brasil”, explicou. </p> <p>Maria Cristina foi a Portugal e descobriu que não havia no país uma base de dados semelhante. No entanto, a partir de estudos sobre a censura realizados em Portugal por Graça dos Santos, da Universidade de Paris 10 – Nanterre (França), a pesquisadora brasileira descobriu a existência, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, de um arquivo que reunia processos de censura prévia do teatro português. </p> <p>“O arquivo tinha mais de 11 mil registros sobre a censura ao teatro, mas estava em uma fase inicial de organização e não possuía uma base de dados. Comecei a explorar esses arquivos e logo percebi que havia uma incrível semelhança com os processos de censura brasileiros”, disse. </p> <p>A pesquisadora passou a investigar também, na Torre do Tombo, outros arquivos que diziam respeito ao Brasil. A relação íntima entre os governos de Vargas e Salazar começou a ficar cada vez mais evidente. O ditador português implantou diversas iniciativas culturais a fim de manter os imigrantes ligados à pátria. </p> <p>“Essas iniciativas envolviam o teatro de revista, o balé folclórico e as Casas de Portugal abertas no Brasil. Havia registros de que o governo português patrocinava companhias teatrais que vinham encenar suas peças no Brasil. Nas décadas de 1920 e 1930 houve uma grande onda de imigração de portugueses para o Brasil e a preocupação manifesta de Salazar era manter a coesão cultural desses imigrantes”, contou. </p> <p>Os arquivos mostraram intercâmbios diretos entre o Secretariado Nacional de Informação (SNI) e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) – órgãos responsáveis pela censura em Portugal e no Brasil, respectivamente. </p> <p>“O DIP e o SNI tinham acordos de trocas de informações formalmente estabelecidos. Quando um intelectual brasileiro ia ser recebido em Portugal, por exemplo, o DIP era acionado para informar ao SNI dados sobre o passado e a atividade política do visitante. E vice-versa. Havia uma seção brasileira no SNI e uma seção portuguesa no DIP”, disse. </p> <p>Os estudos também mostraram que o modelo adotado pelo governo Vargas para a censura prévia, implantado no fim da década de 1930, foi claramente inspirado no modelo salazarista. </p> <p>“Os modelos tinham trâmites muito semelhantes, com pareceres de três censores, por exemplo. Por outro lado, ambos eram modelos de controle da produção artística voltados para uma visão ufanista da pátria. Os dois procuravam afastar qualquer análise crítica de problemas nacionais, contradições ou conflitos”, disse Maria Cristina. </p> <p>As anotações dos censores incluíam, por exemplo, indicações relacionadas ao comprimento das roupas no teatro de revista. Em alguns casos, exigiam que cenas que se passavam em um quarto fossem transferidas para uma sala. Havia preocupação com a linguagem, que não devia se aproximar dos termos populares. “Nos dois casos, tratava-se de uma censura estética, moralista e política extremamente conservadora”, disse. </p> <p><b>Mesa-redonda</b></p> <p>A censura em Portugal, no entanto, era mais rígida do que no Brasil, segundo Maria Cristina. Os censores portugueses eram militares, alguns deles na ativa, outros já aposentados. Os brasileiros eram civis, a maior parte deles “pseudo-intelectuais apadrinhados do governo”. </p> <p>“Em Portugal, os pareceres, longos e minuciosos, mostravam que os censores eram pessoas que encaravam a censura como uma atividade patriótica. No Brasil, os pareceres eram mais sintéticos e menos rígidos. No entanto, a quantidade de vetos e cortes era mais ou menos a mesma”, disse. </p> <p>Os estudos constataram também que a proximidade entre as duas ditaduras proporcionou a manutenção da presença do teatro português em território brasileiro em plena década de 1940, quando as tendências modernistas repudiavam a imitação de modelos europeus. </p> <p>“Na década de 1940 já estávamos em plena época da cultura modernista, que tinha tendência antilusitana. Por isso era intrigante ver, no Arquivo Miroel Silveira, uma imensa quantidade de peças e autores portugueses sobre os quais não havia qualquer referência. Isso fica explicado com a existência de uma parceria internacional envolvendo um modelo de Estado nazifascista que se apoiava nos meios de comunicação, na arte e nos espetáculos para angariar poder”, explicou. </p> <p>O lançamento oficial do livro será realizado em março no Centro Universitário Maria Antonia, da USP, com uma mesa-redonda. “Vamos trazer professores portugueses e brasileiros que irão debater a questão da censura e as políticas de Salazar em relação ao Brasil e aos imigrantes”, disse Maria Cristina. </p> <ul> <li><b>Título</b>: <i>Teatro e censura: Vargas e Salazar</i> <br /><b>Autor:</b> Maria Cristina Castilho Costa <br /><b>Lançamento:</b> 2010 <br /><b>Preço:</b> R$ 37 <br /><b>Páginas:</b> 216 <br /><b>Mais informações</b>: <b><a href="http://www.edusp.com.br/detlivro.asp?id=412455">www.edusp.com.br/detlivro.asp?id=412455</a></b> </li> </ul> <p><b>Leia mais:</b></p> <ul> <li><b><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/11259/especiais/mordaca-nos-palcos.htm">www.agencia.fapesp.br/materia/11259</a></b> </li> <li><b><a href="http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=2945&bd=1&pg=1&lg=">http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=2945&bd=1&pg=1&lg=</a></b> </li> </ul> </blockquote> <p><a href="http://www.agencia.fapesp.br/materia/13159/uniao-totalitaria.htm">Agência FAPESP :: União totalitária | Especiais</a></p> Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/16596524011452707270noreply@blogger.com0