terça-feira, 28 de julho de 2009

Sun Tzu e a "Arte da Guerra"

Sun Tzu foi um general chinês que viveu no século IV a.c. e que no comando do exército real de Wu acumulou inúmeras vitórias, derrotando exércitos inimigos e capturando seus comandantes.
Foi um profundo conhecedor das manobras militares e escreveu "A arte da guerra", ensinando estratégias de combate e táticas de guerra.
Uma das histórias mais repetidas sobre Sun Tzu descreve o modo pelo qual ele empregava as "concubinas" para demonstrar, no palácio, ao rei, exemplos de manobras de combate e deslocamentos de tropas.

Desde que foi encontrada, essa obra foi traduzida centenas de vezes e recebeu várias interpretações.

A "Arte da Guerra" foi traduzida, inicialmente, pelos japoneses em 760 DC.
A primeira tradução para uma língua ocidental foi realizada em 1772, pelo padre jesuíta J.J.M.Arniot, publicada em Paris. Em 1782, foi realizada uma nova impressão dessa obra, ordenada por Napoleão Bonaparte.

No século XIX, surgiram as traduções em outros idiomas. Hoje, das poucas traduções disponíveis feitas a partir dos originais em chinês para o idioma inglês, a versão de 1963 de Samuel B. Griffith é a mais aceita e consultada.

Em 1972, escavações na China revelaram uma "nova" versão da "arte da Guerra", considerada mais completa e antiga que a versão tradicional, ampliando e corrigindo algumas passagens traduzidas.

Atualmente
Seus princípios podem ser aplicados, não só nas táticas militares, como também, em quase todos os ramos da atividade humana.

Seus ensinamentos alcançam todos os indivíduos no confronto com seus oponentes, exércitos contra exércitos e empresas contra suas concorrentes.

Princípios de guerra

Os Princípios de Guerra são fundamentos filosóficos para emprego de uma força. Eles originaram-se do estudo das batalhas ocorridas deste o início da humanidade que identificou aspectos comuns que levaram um exército à vitória ou à derrota.

Apesar de chamados princípios de guerra, podem ser adaptados às relações interpessoais e ao gerenciamento dos afazeres do dia-a-dia.

Os princípios de guerra estão distribuídos por toda a obra de Sun Tzu, podendo-se identificar os seguintes:

Objetivo
O objetivo de uma operação militar deverá estar claramente definido e estar ligado aos efeitos que se espera obter ao final do conflito. Além disto, este objetivo deve ser atingível e ser decisivo para a situação desejada.

Uma vez fixado, todas as ações deverão estar orientadas na sua conquista, e apesar das circunstâncias da guerra não se deve perde-lo de vista.

Em campanha, poderão existir objetivos intermediários ou parciais. Todavia, a conquista destes objetivos deverá contribuir na conquista do objetivo principal.

Ofensiva
A ofensiva é necessária para se obter resultados decisivos, bem como para manter a liberdade de ação. Uma ação ofensiva assegura a iniciativa das ações, estabelece o ritmo das operações, determina o curso do combate e explora a fraqueza do inimigo.

A iniciativa das ações permite a escolha da hora e do local da batalha, facilitando a surpresa.

Algumas vezes, uma ação defensiva será necessária, mas só deverá ser adotada como recurso temporário para uma posterior ação ofensiva.

Surpresa
A surpresa consiste em golpear o inimigo em local, hora ou uma forma para a qual ele não esteja esperando. Ou, tendo descoberto o seu plano, não tenha tempo útil para reagir. A surpresa altera o equilíbrio das forças em combate.

A surpresa poderá ser obtida por meio da originalidade, da audácia nas ações, da velocidade da execução, do sigilo, do despistamento e da dissimulação de intenções.

Na guerra moderna, a surpresa pode ser obtida nos níveis estratégico, tático e tecnológico.

Massa ou concentração de forças
A massa compreende a aplicação de forças superiores ao inimigo, em um local decisivo e em momento mais favorável à realização das ações que se tenham em vista. A aplicação deste princípio permite que forças numericamente inferiores obtenham superioridade decisiva no momento e local desejado.

Economia de forças
A economia de forças caracteriza-se pela distribuição e emprego judiciosos dos meios disponíveis, para a obtenção do esforço máximo nos locais e ocasiões decisivos.

A economia de forças em uma parte da frente de combate permite que se obtenha massa em outra parte da frente.

Na aplicação deste princípio de guerra, deve-se evitar o emprego de meios insuficientes, o que implicaria na não obtenção do resultado desejado, ou ainda, o excesso de meios, o que caracterizaria um desperdício de forças, além do necessário para obter-se o efeito desejado.

Manobra
A manobra caracteriza-se pela distribuição dos meios de combate no campo de batalha, de modo a obter uma posição vantajosa em relação ao inimigo. A manobra contribui para a preservação da liberdade de ação e reduz as próprias vulnerabilidades.

A finalidade da manobra é obter o efeito desejado com um mínimo de perdas em pessoal e material. O emprego correto da manobra mantém a pressão sobre o inimigo e assegura a iniciativa.

Segurança
O princípio de guerra da segurança tem a finalidade de evitar que o inimigo se utilize da surpresa contra as nossas forças, bem como, reduzir-lhes a liberdade de ação nos ataques a pontos sensíveis de nosso território ou forças.

Esse princípio releva dois aspectos importantes :
- a obtenção de informações oportunas e precisas sobre o inimigo para o planejamento das nossas operações e para evitar-se a surpresa;
- a tratamento sigiloso de nossos planos da localização das nossas forças para dificultar a intervenção inimiga em nossas operações.

Simplicidade
O princípio de guerra da simplicidade está ligado à preparação das ordens e planos. O melhor plano é aquele que, em todos os níveis de decisão, quer do planejamento quer da execução, evidencia concepções claras e facilmente entendidas.

A simplicidade reduz a possibilidade de equívocos na sua compreensão e facilita as correções necessárias durante o combate.

Unidade de comando
O princípio da unidade de comando é caracterizado pela atribuição da autoridade a uma só pessoa, ou seja, a pessoa do comandante.

Este princípio compreende uma linha de comando bem definida e com nítida divisão de responsabilidades, um sistema de comando e controle que permita o exercício pleno do comando e o exercício do comando baseado em liderança competente, capaz de infundir total confiança e entusiasmo aos subordinados.

A arte da guerra - sinopse

Capítulo 1 - Estimativa
As operações militares devem ser conduzidas para uma vitória rápida e não como campanhas prolongadas.
Então, o chefe que está versado na arte de guerra, torna-se o senhor para determinar o destino das pessoas e controlar a segurança da nação.
Para prever-se o resultado de uma guerra, devemos analisar e comparar as nossas próprias condições e as de nosso inimigo, baseados em cinco fatores: caminho, clima, terreno, comando e doutrina.
O comandante que leva em consideração minhas afirmações ou estratagemas ganhará as batalhas e permanecerá à frente de suas tropas. Se ele não seguir estes conselhos, sofrerá derrotas e será afastado.

Capítulo 2 - Gerenciando a guerra
Em operações militares, procure uma vitória rápida. Com o prosseguimento das ações as armas ficarão desgastadas, as provisões insuficientes e as tropas desmoralizadas. Um batalha longa entorpece o exército, umedece o espírito e o entusiasmo dos soldados. Se você sitiar uma cidade fortificada, terá suas forças esgotadas. Se o seu exército for mantido muito tempo em campanha, as reservas do Estado serão insuficientes.
E depois, quando você tiver com suas forças desgastadas, com suas provisões insuficientes, com suas tropas desmoralizadas e com seus recursos exauridos, os governantes vizinhos tirarão proveito desta situação e obterão vantagens para atacá-lo. E você, neste caso, mesmo contando com os mais ilustres e sábios conselheiros não conseguirá garantir um bom resultado na batalha.
As operações militares devem ser conduzidas para uma vitória rápida e não como campanhas prolongadas.
... o chefe que está versado na arte de guerra, torna-se o senhor para determinar o destino das pessoas e controlar a segurança da nação.

Capítulo 3 - Estratagemas
O princípio geral da guerra é : "manter o estado do inimigo intacto, dominar seu exército e forçá-lo à rendição é melhor do que esmagá-lo".
Assim, a melhor política para as operações militares é obter a vitória, atacando a estratégia do inimigo. A segunda melhor política é desintegrar as alianças do inimigo por meio da diplomacia; em seguida, atacar soldados, lançando um ataque ao inimigo; mas, a pior política é atacar violentamente cidades fortificadas e subjugar territórios.
Assim, a lei para usar as tropas é:
•quando você tiver uma força dez vezes superior do que a do inimigo, cerque-o;
•se sua força superar em cinco vezes, ataque-o;
•quando você tiver duas vezes mais força que o inimigo, enfrente-o pelos dois lados;
•se suas forças se equivalem, procure repartir as do inimigo;
•se suas forças forem inferiores, seja hábil em tomar a defensiva;
•se você for muito mais fraco que o inimigo, deve saber a hora de empreender uma retirada.
"...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota; para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais; aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas."

Capítulo 4 - Posições táticas
No passado, os guerreiros hábeis tornavam-se, eles próprios, invencíveis. Depois, esperavam as oportunidades para destruir o inimigo.
Ser invencível depende da própria pessoa, derrotar o inimigo depende dos erros do inimigo.
Portanto, o perito ocupa uma posição invencível e, ao mesmo tempo, estará seguro de não perder nenhuma oportunidade militar para conquistar o inimigo.
Assim, um exército vitorioso não lutará com o inimigo até que esteja seguro das condições de vitória, enquanto que, um exército derrotado inicia a batalha e espera ter vitória depois.
Um general que dispõe de todo aquele peso lançar seus homens à batalha e obter a vitória é comparado com a força de águas represadas que se lançam para baixo de uma altura de dez mil pés.

Capítulo 5 - Vantagens
Administrar um exército grande é, em princípio, igual a administrar um pequeno: é uma questão de organização. Dirigindo um exército grande é igual a dirigir uma tropa pequena: é uma questão de comando rígido e imparcial.
A descoberta dos pontos fortes e fracos permite que o exército caia sobre seu inimigo como uma pedra sobre ovos.
Assim são as operações militares, existem apenas as operações frontais e as de surpresa, mas suas variações e combinações darão lugar a uma série infinita de manobras. Táticas frontais e de surpresa são mutuamente dependentes e são como um movimento cíclico que não tem nem um começo nem um fim. Quem pode saber sua infinidade?
Assim, a vantagem estratégica do comandante pode ser comparada a uma pedra redonda que rola por uma montanha íngreme de dez mil pés de altura. É este o significado de vantagem estratégica.

Capítulo 6 - Pontos fortes e pontos fracos
Aquele que ocupa o campo de batalha por primeiro e espera o inimigo estará descansado; aquele que chega depois e se lança na batalha precipitadamente estará cansado.
Assim, um general competente movimenta o inimigo e não será manipulado por ele.
Apresente uma vantagem aparente ao inimigo e ele virá até sua armadilha. O ameace com algum perigo e você poderá pará-lo.
Então, a habilidade do general consiste em cansar o inimigo quando este está descansado; deixá-lo com fome quando estiver com provisões; movê-lo quando está parado.
Táticas militares são como água corrente. A água corrente sempre se move de cima para baixo, evita o terreno alto e flui para o terreno baixo. Assim, são as táticas militares, sempre evitam os pontos fortes do inimigo e atacam os seus pontos fracos.

Capítulo 7 - Manobras
Em operações militares, o general recebe as ordens do soberano, reúne seus exércitos, formando as unidades, e os mobiliza para confrontar o inimigo. Durante este processo inteiro nada se torna mais difícil do que lutar para colocar-se em uma posição favorável frente ao inimigo.
É difícil, porque se trata de transformar um tortuoso caminho em uma estrada reta, transformar uma desvantagem em vantagem.
Ele pode enganar o inimigo, levando-o a percorre uma rota tortuosa, oferecendo vantagens fáceis; fazendo com que o inimigo chegue depois e seja surpreendido. É isto que quer dizer o artifício de "transformar um caminho tortuoso em reto".

Capítulo 8 - Contingências
Em operações militares, o general recebe as suas ordens do soberano, então ele reúne os seus soldados para formar as unidades. Conduzindo as suas tropas, ele não deverá acampar ou estacionar em terreno difícil; ele deverá aliar-se com os príncipes dos locais onde a estrada é estrategicamente importante; não deverá demorar-se em terreno aberto; deverá estar preparado com astúcia e com estratagemas quando penetrar em terreno sujeito a emboscadas; deverá lutar com muita agressividade em um terreno do qual não há nenhum modo para avançar ou para entrar em retirada. Há algumas estradas que não devem ser percorridas; e inimigos que não devem ser atacados. Há algumas cidades que não devem ser capturadas, alguns territórios que não devem ser contestados, e algumas ordens do soberano que não precisam ser obedecidas. Em operações militares, esta é uma regra útil : "Nunca confie na probabilidade do inimigo não estar vindo, mas dependa de sua própria prontidão para o reconhecer. Não espere que o inimigo não ataque, mas dependa de estar em uma posição favorável."

Capítulo 9 - O Exército em Marcha
Um general tem que observar o seguinte: passando por montanhas, estar seguro, ficando perto dos vales; selecionar um lugar em solo alto que receba a luz solar para os realizar os acampamentos militares e não subir para alcançar o inimigo. Esta é a lei para posicionar-se com relação às montanhas.
Todos os chefes preferem estacionar as suas tropas em terreno alto ao invés de terreno baixo; preferem a luz solar em lugar da sombra; e onde colheitas podem crescer e o solo é protegido. As tropas podem manter-se livres de doenças, e isto garante vitória.
Ao encontrar colinas ou diques, você deverá estacionar suas tropas no lado do sol, com as colinas ou diques a sua retaguarda. Estas vantagens são oferecidas pelo terreno, cabendo ao general saber aproveitá-las.

Capítulo 10 - O terreno
Na natureza, existem tipos diferentes de terreno: o acessível, o traiçoeiro, o duvidoso, o estreito, o acidentado e o distante. O terreno acessível é aquele que apresenta-se fácil para as suas tropas e as do inimigo. Se você entrar em uma região acessível, você deverá ocupar posições altas e ensolaradas e manter suas linhas de provisão desimpedidas. Assim, será conveniente para você lutar com o inimigo.
Estes são os modos para tirar proveito dos seis tipos diferentes de terreno para lutar. Os generais têm a responsabilidade mais alta para os investigar cuidadosamente.

Capítulo 11 - Os tipos de situação
Em operações militares, o terreno pode ser classificado de acordo com nove posições geográficas e que interferem no modo de executar as operações militares. Desta forma, os tipos de terreno são os seguintes : o dispersivo, o marginal, o contencioso, o aberto, o convergente, o crítico, o difícil, o cercado e o desesperado.
... nunca lute em terreno dispersivo; nunca permaneça em terreno marginal; nunca ataque um inimigo que primeiro alcançou um terreno contencioso; nunca permita que se bloqueiem as comunicação do exército em terreno aberto; forme alianças com príncipes de estados vizinhos em terreno convergente; saqueie os recursos do inimigo para as suas provisões em território sério; atravesse, rapidamente, os terrenos difíceis; elabore planos e estratagemas para atravessar os terrenos cercados; e trave uma batalha com todas as suas forças em território desesperado.

Capítulo 12 - O ataque pelo fogo
Há cinco modos de atacar com fogo. O primeiro é queimar o inimigo que se agrupa; o segundo é queimar suas provisões e propriedades; o terceiro, seus equipamentos; o quarto, seus arsenais e munições; e o quinto, suas provisões de reabastecimento.
Atacar com fogo requer algumas medidas. Materiais por atear fogo devem estar sempre à mão. Há épocas mais favoráveis para lançar um ataque pelo fogo e dias adequados para atear fogo. A época favorável para lançar um ataque pelo fogo é quando o tempo está seco; os dias adequados para atear fogo são aqueles em que a lua está na posição das constelações da Cesta dos Ventos, do Muralha, da Asa ou do Estribo. Pois, quando a lua está nessas posições, ventos fortes subirão.
Quando atacar pelo fogo, você deve conduzir o combate com condutas apropriadas, de acordo com as situações diferentes causadas pelos cinco tipos de ataque pelo fogo.
Qualquer exército deve saber sobre as diversas situações com relação aos cinco tipos de ataque pelo fogo e tem que continuar esperando pelo momento oportuno.

Capítulo 13 - O uso de espiões
Durante muitos anos os estados discutem uns contra os outros, porém uma batalha decisiva será travada em apenas um dia. Se o general, nesse tempo, se ilude com a concessão de patentes superiores, honras e cem barras de ouro e desconhece a situação do inimigo, ele está completamente destituído de humanidade. Tal homem não é bom general, não é um bom conselheiro, e não é um senhor da vitória.
Há cinco tipos de espiões que podem ser utilizados: espião nativo, espião interno, espião convertido, espião descartável e espião indispensável.
Espiões nativos ou locais são os próprios aldeões do inimigo. Espiões internos são os próprios funcionários do inimigo. Espiões convertidos são os espiões do inimigo que nos prestam informações. Espiões descartáveis são os nossos próprios agentes secretos que obtém deliberadamente falsas informações sobre a nossa situação e as passa ao inimigo. Freqüentemente eles seriam apanhados e condenados à morte. Espiões indispensáveis são os que trafegam entre o inimigo e nós, e retornam com informações seguras sobre

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